Recém aposentado após 35 anos na promotoria do ministério público, Odair Tramontin afirma que só volta à vida política caso o partido Novo faça composições e alianças que garantam competitividade na disputa em Blumenau. De acordo com Odair, as legendas mais compatíveis seriam o PL do governador Jorginho Mello – por afinidade ideológica, e o PSD pela “musculatura” que possui em Santa Catarina.

Em entrevista aos jornalistas Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi ao quadro Plenário, na rádio Som Maior nesta terça-feira, o ex-promotor afirma que deseja “continuar trabalhando” e tem na vida política o principal escopo para o futuro. No entanto, espera que o Novo se reorganize para as eleições municipais.

– Eu só entro [na eleição] se tiver competitividade. Ter uma composição que me coloque numa situação de disputar uma eleição em condições mínimas de igualdade, que não tive nas eleições passadas.

Em 2020, ano em que Joinville elegeu Adriano Silva como primeiro prefeito do partido no Brasil, Tramontin ficou a pouco mais de 2 mil votos de derrubar João Paulo Kleinübing (União Brasil) na disputa do segundo turno. À época, a ideia de coligações era rejeitada pelo diretório nacional do Novo. Agora, segundo Tramontin, dado o encolhimento da bancada do partido, é necessário mudar a maneira de disputar para conseguir o sucesso nas urnas.

– Eu reconheço que é impossível concorrer isoladamente, pois o Novo diminuiu a bancada nacional e agora sequer tem tempo de televisão e garantia de debates, isso é fundamental na disputa de uma cidade como Blumenau – disse.

Os principais atores mirados para essa união são o PL, do governador Jorginho Mello, e o PSD, do ex-prefeito de Blumenau Napoleão Bernardes.

– O partido Novo vai ter que fazer alianças. Isso é inegável, é condição para participar de uma eleição no ano que vem. O PL é um partido que nos interessa, pois é um partido que tem um espectro ideológico muito parecido com o partido Novo, a gente pode observar isso no Congresso Nacional. Mas aí depende de arranjos partidários. Eu brinquei, inclusive, com o governador, pois ele queria que eu fosse para o PL. Mas eu tenho muita dificuldade de não disputar uma eleição pelo partido Novo.

De acordo com Tramontin, rasgando elogios ao governo, Jorginho rompeu com a “arrogância e isolamento” do ex-governador Carlos Moisés (Republicanos), dando um “banho de comunicação, de presença e de diálogo”. Sobre o PSD, que tem se aproximado estadual e regionalmente do partido Novo, Odair espelha o sucesso dos pessedistas nas maiores cidades catarinenses para repetir a receita em Blumenau, comandada por Mário Hildebrandt (Podemos).

– O PSD é um partido com grande musculatura, tanto que governa as maiores cidades do Estado. Isso é algo que nos motiva, é um partido estruturado. Temos uma boa relação em Blumenau, inclusive com o ex-prefeito Napoleão Bernardes, que é meu amigo e conheço desde a universidade. O deputado Ismael, que é expoente do PSD aqui em Blumenau. Seguramente é uma aliança que nos interessa.

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