A passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por Santa Catarina rendeu mais uma filiação de prefeito ao PL do governador Jorginho Mello. Eleito pelo PSDB em 2020, Antônio Tomazini assinou a filiação na presença do ex-presidente e do governador. Ele se soma a André Moser, de Indaial, que fez o mesmo caminho no início de outubro. A filiação aconteceu dia 8 de agosto, em Florianópolis. O ato simbólico, no entanto, aconteceria no mês de outubro e foi adiado em razão das chuvas em Santa Catarina.

Tomazini esteve em Florianópolis na quinta-feira para receber a premiação pelo trabalho da usina de reciclagem de São Bento do Sul, premiada pelo Movimentos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) de Santa Catarina, na categoria poder público. No auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, conversei com o prefeito – que explicou a mudança de legenda.

Segundo Tomasini, que deverá disputar a reeleição em 2024, a mudança de partido foi um alinhamento político com o eleitor de São Bento do Sul, que no segundo turno das eleições de 2022 deu 77,5% dos votos para Bolsonaro e 70,2% para Jorginho. O prefeito cita, ainda, o fato de o PL ter eleito seis deputados federais e 11 deputados estaduais naquela disputa.

– Como morador de São Bento há 34 anos, percebo o potencial de um partido que veio avassalador. Eu não posso ignorar um partido com tanta força. Temos essa quantidade de deputados. E a cidade, quase 80% votou no Bolsonaro. Ignorar essa força é ir contra a população que votou nesses candidatos. Então, eu me alinho à população, estou junto com eles. Acho que fiz um bom negócio – diz o prefeito.

Tomazini evitou polemizar a declaração de Marcos Vieira, presidente estadual do partido e deputado estadual, de que Jorginho Mello estaria utilizando as Transferências Especiais Voluntárias (TEVs) para aliciar prefeitos tucanos. Na época, André Moser rebateu a declaração. Tomazini foi mais comedido na resposta.

– O Marcos Vieira tem todo direito de expressar o que ele quiser, mas no caso de São Bento não teve isso, não. Agradeço ao PSDB, aos amigos, ao Caropreso, Marcos Vieira também. Tudo gente boa. Não teve negociação. Eu parei e pensei no que era melhor para São Bento. E estarmos com o governo lógico que é melhor. Pensei na cidade, no povo que votou quase que 80% no Jorginho. Tenho que estar junto com o governador. Queira ou não queira, é ele que vai estar junto comigo, reconhecer e ver as nossas necessidades – argumenta.

Segundo o prefeito de São Bento do Sul, também pesou na decisão a crise de identidade do PSDB em meio à polarização nacional entre bolsonaristas e petistas. Ele cita a confusa disputa interna entre João Dória e Eduardo Leite pela candidatura a presidência, que acabaram não se concretizando, e a saída de quadros como Geraldo Alckmin – eleito vice-presidente da República pelo PSB na chapa liderada por Lula (PT).

– O PSDB passou por muito tumulto. Desde a convenção nacional a gente foi vendo que tinha algo que não tava acontecendo direito. Os nossos maiores líderes saindo do partido, veja o Alckmin. Vai se espelhando isso. Com todo respeito, sempre vou ter uma gratidão ao PSDB.

Além disso, o novo prefeito do PL também é todo elogios para Jorginho Mello.

– Nós temos um governador trabalhador, um governador que realmente mostrou a que veio. Ele é um indivíduo realizador, tem posições fortes. Entrei no partido junto com o governador para que a gente promova ainda mais o desenvolvimento da cidade – avalia.


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Antônio Tomazini no encontro com Bolsonaro e Jorginho em agosto que culminou na filiação do ex-tucano ao PL. Foto: Divulgação.

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