Última candidatura a aparecer para jogo das eleições presidenciais, a senadora sul-mato-grossense Soraya Thoronicke (União) já avisou em rede nacional que vira onça quando brava. Na entrevista que concedeu na manhã de sexta-feira para os jornalistas Adelor Lessa e Upiara Boschi, na Rádio Som Maior, ficou claro que os dois temas levam a essa metamorfose são colocar em dúvida a eficácia da proposta de imposto único e quando fala dos dois nomes que polarizam a eleição nacional: o presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal) e o ex-presidente Lula (Pt).

Veja a íntegra da entrevista:

Em meio à polarização política, Soraya busca abrir um espaço para chamar a atenção dos eleitores com alguém que esteve ligada ao bolsonarismo – grupo em que se elegeu senadora em 2018 pelo Psl -, que se desencantou com o governo Bolsonaro e que não aceita a volta de Lula ao poder.

– Como muitos de Criciúma e de Santa Catarina, eu levantei a bandeira do Bolsonaro, pedi votos, fiz amigos meus acreditarem nele – comenta.

A virada veio na forma como conduziu a gestão da pandemia, o combate à corrupção e também pautas do campo liberal.

– Ele só distrai a população com motociatas, gracejos e discursinhos de ódio. Não entregou o que prometeu à população, não entregou o combate à corrupção, a economia de mercado liberal. Foi um engodo e eu tenho coragem de falar – ressalta.

Sobre o imposto único, a senadora quase virou onça quando Adelor Lessa trouxe a avaliação de Maílson da Nóbrega, economista e ex-ministro da Fazenda, sobre a proposta da imposto único, tema central da campanha de Soraya. A candidata do União Brasil afirmou que Maílson não leu a proposta e que deveria se retratar. A ideia do imposto único é uma pauta histórica do ex-deputado federal Marcos Cintra (União), candidato a vice na chapa.

Soraya explicou que, apesar do nome, a proposta não acaba com todos os demais impostos – como o imposto de renda, cuja extinção havia sido criticada pelo ex-ministro. A ideia inicial, segundo ela, é substituir 11 impostos federais, incluindo os que incidem sobre folha de pagamento de empregados e empregadores por um único imposto aos moldes da extinta Cpmf – ou seja, uma cobrança de 1,26% sobre as transações financeiras.

– A reforma tributária é a mãe de todas as reformas. Quando a economia vai bem, tudo vai bem. Por isso, o pacote econômico de simplificação e de melhor redistribuição para quem pesa mais a carga tributária é a principal coisa que precisa fazer. Porque é uma injustiça o atual sistema tributário – explica.

Em sua proposta, a candidata também afirma que não haverá aumento de tributos, nem diminuição.

– Esse nosso pacto econômico é revolucionário, porém, simples – destaca Soraya.

Desde 2021, a Rádio Som Maior buscou entrevistar todos os postulantes à Presidência da República. Foram ouvidos Sérgio Moro (Podemos), Ciro Gomes (Pdt), Felipe D´Ávila (Novo), João Doria e Eduardo Leite (Psdb), Luiz Henrique Mandetta (União),  Simone Tebet (Mdb) e André Janones (Avante). Destes, apenas Ciro, D’Ávila, Simone e Lula realmente entraram no páreo. O presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal), candidato à reeleição, foi convidado pela emissora, mas não atendeu ao convite.

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