Presidente da Assembleia Legislativa no último ano dos seus seis mandatos como deputado estadual, Moacir Sopelsa está se despedindo da política com a sensação de que cumpriu seu dever. Ele foi entrevistado na manhã desta quarta-feira no quadro Plenário, na Rádio Som Maior, por Rafael Niero, Maga Stopassoli e por mim, em uma conversa sobre a longa carreira política iniciada em 1982 com a eleição para vereador em Concórdia, mas também olhando para o futuro do Mdb, seu único partido em todos esse período.
Sopelsa disse que se preparou para o fim de ciclo na Alesc.
– Eu me preparei para isso, achei que estava no momento exato de deixar que outros pudessem ocupar o espaço lá na região de Concórdia. Eu tenho muito a agradecer. Aos eleitores, à família, os 40 deputados desta legislatura que me deram a oportunidade ser presidente e com isso a oportunidade de ser governador por 30 dias. Agradecer ao governador pelo gesto. Enfim, eu procurei fazer aquilo que um homem público deve fazer. Olhar para todos, fazer mandatos transparentes. Eu só construí amizades, graças a Deus não construí inimigo nenhum na política e nem na minha vida. Cumpri com o meu dever – avalia.
O experiente emedebista avalia que o partido deve dar apoio ao governador eleito Jorginho Mello (Partido Liberal), mas só ocupar espaços no novo governo se for um “bom projeto”.
– Eu defendo que o Mdb deve apoiar todos os bons projetos do governo. Eu nunca defendi oposição por oposição. A gente precisa ter a nossa ideologia, os nossos projetos, mas aquilo que é bom eu sempre votei a favor. Fui deputado com Paulo Afonso, Esperidião Amin, Luiz Henrique, Raimundo Colombo, agora o Moisés. Acho que se o Mdb tiver o espaço que deva ocupar para fazer um bom trabalho para o governo, o Mdb deve participar do governo. Se esse espaço não for com aquela proposta, deve apoiar e ficar fora do governo.
Sopelsa também avaliou a situação nacional do Mdb, que teve a senadora Simone Tebet – futura ministra do Planejamento do presidente eleito Lula (Pt) – na corrida presidencial.
– Infelizmente, o meu partido, a nível de Brasil, é um pouco diferente do nosso partido em Santa Catarina. Nós vimos uma parte apoiando o atual presidente e outros apoiando o presidente eleito, outros com a Simone Tebet. Acho que a Simone se tornou uma líder. Espero que o partido possa reconhecer essa liderança e que o MDB possa voltar a disputar quadros a nível nacional, presidente da República e majoritária – avaliou.
Sobre a foto em destaque:
Sopelsa no comando da Alesc na última sessão do ano. Foto: Rodolfo Espínola, Agência Alesc.