Após a Procuradoria Regional Eleitoral apresentar parecer pela improcedência na ação investigativa contra Jorge Seif (PL), o senador afirmou que “ainda há justiça no Brasil”. A declaração foi dada durante entrevista ao quadro Plenário, da rádio Som Maior, nesta quinta-feira. Movida pela coligação Bora Trabalhar, que engloba os partidos PSD, Patriota e União Brasil, a denúncia será julgada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) – e pode cassar o mandato do denunciado.

Seif é acusado de utilizar, em campanha, um helicóptero pertencente à Havan, assim como uso da estrutura da empresa e ainda de receber financiamento dela para fins de campanha eleitoral. Tudo isso configuraria abuso de poder econômico.

– Não podemos tratar política, fazer terceiro turno, ganhar no tapetão. O catarinense escolheu nas urnas, democraticamente, os seus candidatos. Eu tenho que agradecer a seriedade, mais uma vez, do Ministério Público Federal, que mandou arquivar e deu parecer contrário às falsas acusações que o ex-governador e ex-senador, que deveria ser um democrata, tem buscado na Justiça com mentiras. Estou muito feliz. Ainda existe justiça no Brasil – disse, em referência a Raimundo Colombo (PSD), que também disputou o Senado por Santa Catarina nas eleições passadas. Colombo ficou em segundo colocado e, em caso de cassação, poderia assumir o mandato.

Agora, no TRE, haverá parecer do Ministério Público Eleitoral. Ainda de acordo com Seif, se for o caso de os juízes acatarem à denúncia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viria a Santa Catarina para eleger “quem [Seif] indicasse, até o bichinho de estimação” para a vaga que seria aberta no Senado.

Para além de Santa Catarina, o caso pode ir a Brasília, no mesmo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que recentemente tornou Bolsonaro inelegível e cassou Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Seif afirma não temer o Tribunal, uma vez que tem conversado com interlocutores dentro e fora do Senado.

– Eu não temo justiça nenhuma. Se eu tivesse feito algo de errado, teria medo. Mas quando olhamos para Deltan Dallagnol, que foi uma perseguição política, o pessoal se anima querendo recorrer, mas não tenho medo da justiça. Minhas contas foram aprovadas por unanimidade pelo TRE. É conversa fiada, quer ganhar no tapetão. Quer ganhar no terceiro turno na Justiça pois não tem voto na urna.

No início do mês passado, com base nas mesmas alegações, o TSE cassou os mandatos do ex-prefeito de Brusque Ari Vequi (MDB), assim como o vice, Gilmar Doerner (DC). Na ocasião, a procuradoria também se posicionou contrária à cassação – aprovada pelos níveis superiores do Judiciário.