Longe das tensões reviravoltas de Brasília, a quinta-feira em Florianópolis foi de conversas sobre as eleições de 2022. A executiva estadual do Psdb se reuniu para discutir sobre o apoio dos tucanos catarinenses aos governadores João Dória (São Paulo) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) na prévia marcada para dezembro para decidir quem será o presidenciável do partido. Ao mesmo tempo, não muito distante dali, os presidentes estaduais do Psl e do Democratas – Fábio Schiochet e Gean Loureiro – faziam a primeira conversa sobre os efeitos em Santa Catarina da possível fusão entre as duas legendas.
Ambos os encontros tiveram em comum a ausência de decisões. Ainda não é hora para isso.
Os tucanos chegaram ao encontro da executiva estadual pouco menos de duas semanas depois de uma comitiva de lideranças do partido encontrar Eduardo Leite em Porto Alegre e assinar manifesto ao apoio do pré-candidato. Integravam o grupo o deputado estadual Marcos Vieira, o prefeito criciumense Clésio Salvaro e o pré-candidato a governador Gelson Merisio. Na ocasião, a presidente estadual do Psdb e deputada federal Geovânia de Sá, ausente do encontro, anunciou que chamaria a executiva estadual para definir ações em relação à disputa interna. Em Santa Catarina, Leite e Dória disputam os apoios. Estão com o governador paulista nomes do Norte do Estado, como o ex-senador Paulo Bauer e o prefeito de Araquari e presidente da Fecam Clenilton Pereira, além do ex-ministro Vinicius Lummertz – hoje secretário de Turismo de Dória em São Paulo.
A reunião foi longa, com direito à palavra estendido a dirigentes e prefeitos, mas não houve deliberação prática. Ficou decidido aguardar o registro oficial dos postulantes às prévias do Psdb, em 20 de setembro, enquanto Geovânia de Sá vai reiterar os convites para que os outros dois nomes da prévia nacional – o senador Tasso Jereissati e o ex-senador Arthur Virgílio – venham ao Estado para se apresentar aos tucanos catarinenses, com já fizeram Dória e Leite. Nas conversas, a deputada federal também indicou que deve manter o silêncio em relação à disputa interna. O apoio público a Dória ou Leite, por diferentes motivos, deve ter efeito negativo junto à base política da parlamentar, ligada à Assembleia de Deus.
Enquanto isso, a fusão entre Democratas e Psl dava os primeiros passos catarinenses. Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis e pré-candidato a governador, teve a primeira conversa com o deputado federal Fábio Schiochet. Era para ser um encontro breve, meia hora, mas se estendeu para mais de duas horas de duração. Uma boa conversa, segundo o presidente estadual do Psl, mas definições práticas devem ficar para depois do dia 21 de setembro – data em que as cúpulas nacionais devem anunciar a concretização da fusão que vai produzir o maior partido do Congresso Nacional, ainda sem nome ou número definidos.
– Não adianta botar a carroça na frente dos bois. Já vi partido apertando as mãos para fusão e ela não acontecendo. As definições devem acontecer depois do dia 21, quando deve ser formalizado o anúncio. Hoje ela está 99% acertada – diz Schiochet.
A facilidade da conversa entre Gean e Schiochet vem do fato de que os projetos que ambos construíam para os partidos são complementares. O foco do Democratas em Santa Catarina é a construção da candidatura do prefeito da Capital ao governo do Estado. Enquanto isso, o Psl catarinense tem todas suas energias concentradas na construção de uma chapa de deputados federais e estaduais – praticamente todos os deputados estaduais e federais eleitos pelo partido na Onda 17 devem deixar a sigla, exceção ao próprio Schiochet.
– Um projeto não atrapalha o outro, a gente acaba somando. O novo partido ganha duas pessoas com muita vontade de trabalhar e construir – diz o pesselista.
Sobre a foto em destaque:
Presidente estadual do Psdb, a deputada federal Geovânia de Sá comandou reunião da executiva estadual do partido que decidiu não decidir agora alguma posição sobre a prévia presidencial do partido. Foto: Thiago Silva, assessoria de Geovânia de Sá.