O senador Dário Berger não mediu as palavras na manhã desta quarta-feira e abriu, aos pontapés, a porta de saída do Mdb. Entrevistado por mim e pelo jornalista Adelor Lessa na Rádio Som Maior, ele fez duras críticas à disputa interna pela vaga de candidato a governador com os ainda colegas Antídio Lunelli e Celso Maldaner e disse que o partido “virou uma grande corretora” que “vende apoio, vende a sua imagem, vende a sua história”. O senador falou também sobre as adiantadas negociações para filiação ao Psb para ser o candidato a governador de uma frente de centro-esquerda nas eleições de 2022.
Na terça-feira, Dário teve encontro com o presidente nacional do Psb, Carlos Siqueira, e com o ex-governador paulista Márcio França (Psb), quando tratou da mudança de sigla partidária. De aniversário, deixou-se fotografar ao lado de França com um bolo enfeitado com as cores do partido socialista e a expressão “seja bem-vindo”. Na segunda-feira, ele participou da reunião da executiva estadual do Mdb que serviria para definir a escolha do pré-candidato a governador e que terminou sem resolução, mantendo as prévias marcadas para 19 de fevereiro. No encontro, o senador saiu mais cedo para viajar a Brasília. Na manhã de hoje, ele subiu o tom.
– Está na hora de colocarmos os pingos nos is. As candidaturas do Antídio e do Celso são candidaturas denorex, que parece que é, mas não é. São candidaturas para compor uma chapa majoritária, mas não para ser protagonista principal. Até porque em todas as pesquisas e nas regiões por onde eu passo, as candidaturas deles não existem. É traço. Então, entendo que as candidaturas deles são como uma cunha que colocaram para vender o partido. O Mdb tem que decidir o que quer. Dentro da atual circunstância e da conjuntura de momento eu sou o melhor candidato do partido, mas se o Mdb não quer que eu seja o candidato, se quiser vender o partido para o Moisés, que me digam na minha cara, porque não vou me submeter a nenhum jogo sujo e rasteiro – disse o senador.
Sobre a possibilidade de trocar o Mdb pelo Psb, ele admitiu as conversas e o possível encaminhamento. Colocou um prazo para o partido – 20 de dezembro – decidir como encaminhar a candidatura ao governo.
– O cachorro entra na igreja porque a porta está aberta. Pois, se o MDB fechar as portas para minha candidatura ao governo, eu vou para onde as portas estão abertas para mim, e no Psb as portas estão abertas faz tempo – afirmou.
Na entrevista, Dário voltou a dizer que se sente preparado para disputar o governo estadual por sua trajetória política como ex-prefeito de São José e Florianópolis, além do mandato de senador. Disse, ainda, não ter interesse em concorrer à reeleição para o Senado em 2022. Evitou falar de composição com as esquerdas no Estado, mas admitiu a possibilidade de apoiar a candidatura do ex-presidente Lula (Pt) ao Palácio do Planalto.
Ouça a íntegra da entrevista:
Sobre a foto em destaque:
Na véspera da entrevista, Dário Berger se deixou fotografar com o bolo de aniversário oferecido por Márcio França, do Psb, ao lado do irmão e ex-deputado federal Djalma Berger e do chefe de gabinete e ex-prefeito de Governador Celso Ramos, Juliano Campos (Psb, à direita na foto).