O prefeito Joares Ponticelli (Progressistas), de Tubarão, não só aceitou o convite do governador Carlos Moisés (Republicanos) para coordenar sua campanha à reeleição na região Sul do Estado, como já avisou ao Progressistas (Pp) que essa posição se manterá mesmo que o partido confirme a pré-candidatura do senador Esperidião Amin (Pp) ao governo. Líder histórico do partido, Amin se movimenta para ser candidato pela quinta vez ao cargo – venceu em 1982 e 1998 e perdeu em 2002 e 2006 – que o próprio Ponticelli almejou como pré-candidato até o final do ano passado. Em entrevista ao Plenário Podcast desta sexta-feira, dia 24, o prefeito tubaronense criticou os rumos do partidos e explicou o que o aproxima de Moisés.

– Por reconhecimento, gratidão e expectativa de que o modelo construído que é o sonho e a luta do municipalismo, dos prefeitos, de 23 marchas em Brasília, do meu período de presidência da Fecam, do meu tempo de deputado, eu sempre participei dessas lutas por um novo pacto federativo que fortaleça os municípios, que é onde as pessoas vivem. E o governador Moisés implementou esse modelo. Hoje só não tem obras em Santa Catarina os municípios que não têm projetos. Nós estamos tirando do papel obras esperadas há décadas, em um volume de investimentos nunca visto. O que permite aos municípios não só realizar, mas ter outros sonhos.

Ouça a íntegra do Plenário Poscast:

Ponticelli disse que “se os prefeitos fossem ouvidos, essa seria quase a voz da unanimidade”. Essa posição de apoio e coordenação regional da campanha de Moisés foi comunicada ao partido.

– Já comuniquei. Deveria ir hoje à Florianópolis, mas tive um imprevisto. Liguei para o presidente Silvio Dreveck e já comuniquei que minha decisão está tomada e é irreversível. Ele compreendeu. Evidentemente que gostaria de um outro encaminhamento, ele é o presidente e quer a busca da unidade, mas ele também sabe que vários outros prefeitos já tomaram essa decisão.

O prefeito de Tubarão minimizou a presença do tradicional rival Mdb na chapa de Moisés e afirmou que o Pp não deveria desistir de entrar na aliança governista e conquistar um espaço na chapa. Acredita que o fato de Moisés estar filiado ao Republicanos facilitaria o entendimento dos eleitores progressistas e emedebistas que rejeitam estar juntos.

– Nas bases, essa disputa ainda é muito arraigada. Mas o governador não é nem do 15 e nem do 11. O número dele é 10 nesta eleição. E como tal, eu não tenho nenhuma dificuldade. Essa questão partidária já não importa mais tanto ao cidadão quanto outrora. Estão olhando para o cidadão e o resultado, para o currículo.

Caso seja confirmada a candidatura de Amin, Ponticello defendeu que sejam respeitados os que pensarem diferente, lembrando que boa parte dos prefeitos do partido não se engajaram na campanha do Paulo Bauer (Psdb) ao governo em 2014, na qual ele representava a legenda como candidato a vice-governador, pela relação criada com o então governador e candidato à reeleição Raimundo Colombo (Psd), através dos repasses de recursos do Fundam.

– É uma realidade muito próxima que nós já vivemos e o próprio partido sentiu. Por tudo isso, acho que a gente deveria fazer uma reflexão grande. Afinal, estamos há 20 anos apresentando projetos sem muita viabilidade para o cidadão catarinense.

Ao final, perguntei a Ponticelli:

– O senhor que conhece o Progressistas como ninguém e o senador Esperidião Amin como poucos, acredita que ele realmente será candidato?

– Agora você me fez uma pergunta difícil. Ele tem dito que sim, tem reiterado isso. Por outro lado, tem que ter uma composição, uma coligação. Então, é uma dúvida que muitos ainda têm.


Sobre a foto em destaque:

Ponticelli e Moisés, risonhos, em evento em Tubarão esta semana. Foto: Marcelo Becker, Prefeitura de Tubarão.

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