Deflagrado no início de fevereiro com a ambiciosa meta de zerar em seis meses uma fila de 105.340 cirurgias eletivas herdadas de gestões anteriores, o Plano Carmen deu conta de pouco menos da metade de sua ambição inicial. De 6 de fevereiro, quando anunciado pelo governador Jorginho Mello (PL) e pela secretária da Saúde, Carmen Zanotto (Cidadania), até a última quinta-feira, a fila de pacientes caiu para 56.742 – uma redução de 46% do prometido. Nesta segunda-feira, Jorginho e Carmen receberam mais uma vez a imprensa para apresentar os números, apontar as dificuldades que impediram o cumprimento da meta e destacar os pontos positivos dos seis meses de força-tarefa.

Houve um avanço considerável no número de consultas cirúrgicas represadas – 117 mil pessoas aguardavam no início do ano agora são 33 mil. Nos números globais de cirurgias eletivas, que contam também com os pacientes que deram entrada na fila após o dia 30 de janeiro, foram realizadas 73.716 em 2023.

O governador avaliou que o número de cirurgias só não avançou mais pelo não comparecimento de pacientes nas datas agendadas. A ausência chegou a 30%, segundo informações dos hospitais licenciados para atendê-los – apesar de ações realizadas pela Saúde junto às secretarias municipais e hospitais prestadores de serviço. Pacientes em regiões afastadas do Estado também foram reorganizados para que fossem atendidos em hospitais cujas instalações atendam às especialidades demandadas.

– Temos esse grande desafio e seguimos trabalhando para que a população fique o menor tempo possível numa fila por atendimento, principalmente, cirúrgico. Só não atendemos mais gente porque alguns pacientes não foram localizados para realizar a consulta que antecede a cirurgia ou não apareceram na data marcada. Por isso a importância de ter seu cadastro sempre atualizado. Além disso, avançamos com as cirurgias eletivas e com ampliação de leitos de UTI pediátricos – avaliou o governador Jorginho Mello.

Outros problemas enfrentados, segundo Carmen Zanotto, incluem o não pagamento referente a outubro de 2021 até dezembro de 2022 das diferenças das cirurgias eletivas, no valor que supera os R$ 13 milhões. Outros R$ 30 milhões também foram enviados pelo Estado aos consórcios intermunicipais de saúde.

– Seguimos percorrendo o Estado, conversando diretamente com os diretores dos hospitais e com os gestores municipais. Conseguimos ampliar, por exemplo, em 12 o número de hospitais aptos a realizar cirurgias de alta complexidade em ortopedia. Sabemos que ainda temos um caminho pela frente, mas vemos também pessoas reconquistando qualidade de vida – disse Carmen.

Nas cirurgias eletivas dos pacientes oncológicos, a secretária afirma que a pasta criou uma linha de cuidado e monitoramento para cumprimento das leis que estipulam prazos mínimos para diagnóstico e início de tratamento – de autoria da própria Carmen Zanotto como deputada federal. Até o momento, foram realizadas 9.402 cirurgias de câncer na atual gestão.

– Também abrimos o serviço de radioterapia de Joaçaba, fazendo com que os pacientes da região não precisem mais se deslocar para Chapecó. Com isso, reduzimos o tempo de espera e distância desses pacientes.

Na alta complexidade em ortopedia, existiam 18 serviços no Estado – número ampliado para 30 já ativos. 7.579 pacientes nesta especialidade já foram contemplados. De forma semelhante, na cardiologia, cinco dos 12 serviços se habilitaram para a “alta da alta” complexidade. Nisto se caracteriza a colocação do marcapasso com desfibrilador em cinco pontos do Estado. No caso dos procedimentos de cateterismo a fila pediátrica para este procedimento foi zerada para os pacientes aptos a realização. Por fim, a secretaria também criou um dispositivo de habilitação estadual para aumentar o número de prestadores de serviços de alta e média complexidade.


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Carmen Zanotto apresenta os números do Programa Estadual de Cirurgias Eletivas observada pelo governador Jorginho Mello. Foto: Ricardo Trida, Secom-SC.

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