Leonel Pavan oficializou o que já era dado como certo nos bastidores: depois de 22 anos no PSDB, o ex-governador, ex-vice-governador, ex-senador, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Balneário Camboriú está migrando para o PSD. O motivo, segundo ele, é o projeto de candidatura à prefeitura de Camboriú em parceria com a filha, a vereadora Juliana Pavan (PSDB), que também vai trocar de partido para concorrer a prefeita de Balneário Camboriú.

A ideia é ressaltar os laços entre as duas cidades. Pavan ressalta que Balneário Camboriú também é “filha” de Camboriú – cidade da qual a primeira se emancipou em 1964. Segundo Pavan, a migração começou por iniciativa de lideranças do PSD, incluindo do presidente estadual do partido, Eron Giordani.

– Somos movidos por desafios que ultrapassam o seu desejo diário. E Camboriú e Balneário Camboriú são duas cidades que há muito tempo eu já vinha desenhando projetos para que elas pudessem caminhar juntas, pudessem se desenvolver juntas. Balneário Camboriú é uma cidade que arrecada R$1,6 bilhões por ano e Camboriú apenas R$ 300 milhões, mas é cinco vezes maior que Balneário Camboriú, que depende totalmente de Camboriú. Da água, que se não fosse aquela água, Balneário Camboriú não teria o metro quadrado mais caro do Brasil. 40 mil pessoas saem por dia de Camboriú e vêm trabalhar em Balneário, e são registrados aqui, pagam impostos aqui. – diz Pavan em entrevista a Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi no quadro Plenário, na manhã desta terça-feira.

A confirmação da mudança de partido se deu na véspera, em entrevista à Rádio Menina FM, de Balneário Camboriú. Pavan já transferiu o domicílio eleitoral para Camboriú e vai fazer a filiação ao PSD em um ato no dia 22 de setembro.

Leonel Pavan enviou na noite de segunda-feira uma carta ao presidente do PSDB em Santa Catarina, deputado estadual Marcos Vieira, comunicando o movimento. No ofício, agradeceu pelo espaço recebido que possibilitou a conquista de vagas no Senado, no governo do Estado e na Assembleia Legislativa.

– Saí do PSDB com o coração partido. Me deixou muito triste, pois tenho muitos amigos ali. Devo muito ao PSDB, a minha história foi construída ali. Defendi a real social-democracia brasileira e vou continuar na social-democracia no PSD. Foi uma decisão tomara por várias mãos. Mas a social-democracia é a mesma. Só muda o número – afirmou em entrevista durante a manhã desta sexta-feira.

O ex-governador garantiu que a saída do partido que ajudou a consolidar em Santa Catarina não é um resquício da disputa interna pela vaga de vice-governador na chapa liderada por Esperidião Amin (Progressistas) em 2022. Na época, o escolhido acabou sendo o ex-senador Dalírio Beber (PSDB) – que acabou em quinto lugar na disputa. Pavan brinca que se tivesse conquistado a vaga de vice, teria sofrido a “primeira surra política”, uma vez que “a vitória de Jorginho Mello era inevitável”.

– Primeiro devo dizer que aquilo que se combina, que se decide, que é chamado para sua responsabilidade. Vieram na minha casa para convencer minha mulher, minha filha. Criou-se uma expectativa. Chegou na hora e mudaram, como se nada acontecesse. Isso foi uma coisa que me deixa sentido pela falta de responsabilidade e desrespeito à minha história. Falaram que 2002 vamos esquecer, que é uma nova história. Mas isso é coisa que passou, não tenho nenhuma mágoa.

Compartilhar publicação: