Uma das aliadas mais ferrenhas do governador Carlos Moisés (Republicanos), a deputada estadual reeleita Paulinha (Podemos) diz não vai fazer “oposição por ser oposição” ao governo de Jorginho Mello (Partido Liberal). Ela participou da Live do Upiara, terça-feira, quando avaliou os resultados da última eleição e projetou o futuro político do Estado, do País e do próprio mandato.
Para Paulinha, o extrato das urnas mostra que “muita gente se elegeu pendurada em um número”, sendo este um dos reflexos para que Moisés, candidato de seu partido para ocupar o cargo de governador, não chegasse ao segundo turno.
-Ninguém perde eleição por uma única razão. Mas digo que o resultado que recebemos me faz crer que mesmo que o Moisés não tivesse cometido os erros que fez ao longo do processo político, o fato de ter se distanciado do Bolsonaro foi o ponto que o levou para esse resultado. O Moisés chega com uma onda e vai embora pela mesma onda que o trouxe.
No que a deputada classifica como uma “lenda urbana”, a teoria de que o distanciamento seria uma traição por parte do governador ao presidente teria sido consolidada por uma “falta de capacidade de comunicação do governo”.
– Na minha avaliação, o Moisés não é um cara que se enquadra nem na esquerda e nem na direita. Ele flerta nos dois ambientes, conforme a pauta. E nossa política não amadureceu pra isso. Principalmente num momento em que emerge no Brasil uma direita conservadora.
O segundo turno das eleições para o cargo aconteceu num embate entre Jorginho Mello (Partido Liberal) e Décio Lima (Pt), respectivamente os candidatos de Bolsonaro e Lula, espelhando o segundo turno nacional. Jorginho saiu vencedor e, segundo Paulinha, merece a chance de assumir e demonstrar trabalho antes que ela [e o Podemos] assuma oposição ou apoio ao governo.
– Não me vejo fazendo papel de oposição por ser oposição. Ele não começou a governar ainda. Mas se ele for bem, receberá meu aplauso e meu apoio. Se for mal, vou me encrencar com ele. É um processo de construção. […] O Podemos está terrivelmente afinado. Tudo que temos discutido sobre bastidores temos partilhado de forma muito respeitosa. Estamos todos numa posição muito semelhante. Entendemos que o jogo zerou. Nosso candidato a governador perdeu e agora quem começa a passar a bola é o Jorginho.
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Crédito: Bruno Collaço, Agência AL.