A Operação Alcatraz ganhou uma nova leva de réus, incluindo dois ex-secretários estaduais nas gestões de Raimundo Colombo (Psd) e Eduardo Pinho Moreira (Mdb). A juíza federal Janaína Cassol aceitou mais três denúncias do Ministério Público Federal contra 15 pessoas envolvidas em uma suposto esquema de desvio de recursos nas secretarias de Administração e Saúde entre 2011 e 2018, incluindo os ex-secretários Milton Martini (Mdb) e Dalmo Claro (Mdb à época, hoje o Psl). A denúncia havia sido apresentada no final de agosto.
As três ações aceitas pela juíza Janaína Cassol têm como origem a Operação Hemorragia, derivada da Alcatraz – deflagrada em abril de 2011 para investigar um suposto esquema similar envolvendo contratos de administração prisional na pasta da Administração, tendo como epicentro o secretário-adjunto Nelson Nappi Junior, reú também em uma das novas denúncias aceitas pela magistrada. Na decisão, a juíza explica que a cisão do caso em Alcatraz e Hemorragia se deu porque à época do início das investigações, em 2018, Milton Martini contava com prerrogativa de foro por ainda ser secretário de Saúde. Com a saída dele do cargo ao final do governo Eduardo Pinho Moreira, o caso também foi para as mãos de Janaína Cassol.
Neste ramo da investigação, o foco é sobre contratos na área de saúde complementar. Nas três denúncias, Janaína Cassol separa os 15 réus em três núcleos. Um deles é integrado pelo ex-secretário Milton Martini e o filho Radamés Martini, da empresa Alfa – que assinou contratos de consultoria com empresas contratadas pela Secretaria de Saúde no valor de R$ 9,8 milhões. Ambos são réus por peculato. Além deles, são réus outros três familiares por lavagem de dinheiro.
O outro núcleo traz agentes públicos à época. O ex-secretário Dalmo Claro e o ex-adjunto Nelson Nappi Junior vão responder por peculato – Nappi também terá que explicar prorrogações supostamente indevidas de contratos. Também integram esse núcleo réus que ocuparam cargos na pasta da Saúde no período.
O terceiro núcleo é de empresários das empresas consorciadas que teriam integrado o suposto esquema de propinas e lavagem de dinheiro nos contratos investigados.
O deputado estadual Júlio Garcia, que chegou a ser preso preventivamente na deflagração da Operação Hemorragia, não está entre os réus das novas denúncias. O deputado responde por lavagem de dinheiro em uma das ações derivadas da Operação Alcatraz.
Sobre a foto em destaque:
Justiça Federal vai julgar supostos esquemas de corrupção no governo do Estado entre 2011 e 2018. Foto: Divulgação.
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