Recém nomeado como novo presidente da Casan, Edson Moritz diz que tentará aproximar a companhia dos prefeitos catarinenses. Em entrevista a Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi no quadro Plenário, da Rádio Som Maior nesta segunda-feira, Moritz diz que o direcionamento dado pelo governador Jorginho Mello (PL) durante a breve nomeação foi fazer com que a Casan “volta a ser uma empresa respeitada”. Pretende, também, aproximar a estatal dos prefeitos. O novo presidente enumerou as visitas que pretende fazer nas próximas semanas as prefeituras atendidas pela companhia.
– O que nós vamos fazer é conversar rapidamente com todos os prefeitos. Na quinta-feira de manhã, telefonei para o prefeito Topázio [Neto (PSD), de Florianópolis]. Marcamos uma reunião para esta terça-feira para reunir as equipes da prefeitura e da Casan para estabelecer nossas prioridades. Do mesmo modo, estarei amanhã com o prefeito Orvino [de Ávila (PSD), de São José]. Já fiz contatos com o João Rodrigues (PSD) [de Chapecó].
O relacionamento de Laudelino com os prefeitos é apontado internamente como um dos motivos para a demissão – ilustrado pela ameaça do prefeito de Florianópolis de romper o contrato em decorrência de atrasos históricos de obras no Sul da Ilha. Moritz quer discutir a situação com o prefeito da Capital, que propõe a contratação de uma empresa específica para a região caso a estatal não inicie as obras de saneamento até outubro. No domingo, Moritz e Topázio tiveram um encontro informal durante a Maratona Internacional de Floripa. no domingo.
– É importante frisar que a Casan tem responsabilidade histórica com o sul da ilha. A pergunta é: a Casan é única responsável pela situação em que se encontra o sul da ilha? A resposta é não.
Diante dos desafios históricos da companhia, Moritz diz não ser contrário à abertura de capital da empresa a investidores privados, mas faz uma ponderação em comparação com a Celesc – que tem acionistas externos.
– Temos aqui no Estado uma empresa que já tem capital privado, a Celesc, que já tem uma governança muito contemporânea. Infelizmente, a Casan não está nesse nível. É meu propósito é tornar a Casan saudável. A partir dessa lógica, se houver interesse do capital externo, é um passo seguinte. Nossa meta primeiro, independente do acionista minoritário, é respeitar o acionista majoritário, que é o governo.
Durante a entrevista, questionado sobre o contrato de R$ 28 milhões entre a Casan e o município de Criciúma na última terça-feira, assinado terça-feira passada ainda por Laudelino Bastos, o novo presidente disse que o antecessor já havia sido comunicado pelo governador Jorginho Mello (PL) de que seria exonerado – confirmando a informação publicada quarta-feira pelo Upiara Online de que o ex-presidente fora comunicado da exoneração já na segunda-feira passada.
Moritz evitou fazer críticas à gestão de Laudelino, mas disse que vai encontrar o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), com toda a diretoria da Casan para rever o acordo. Segundo o presidente, foi comunicado um problema em uma cláusula específica – e que o convênio não passou de maneira regular pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE). A nova reunião deve acontecer ainda nesta semana.
– Não vou fazer juízo de valor nesse assunto, apenas narrando os fatos. Eu aqui observando um procedimento que não é consentâneo com as práticas da companhia. Obviamente tomei a liberdade de comunicar ao prefeito e ele prontamente entendeu a situação. Na quinta-feira pela manhã eu priorizei uma reunião com a procuradoria e entreguei esta solicitação.
Sobre a imagem em destaque:
Topázio Neto e Edson Moritz se encontram informalmente na Maratona Internacional de Floripa no domingo. Nesta terça-feira eles se reúnem para discutir as obras de saneamento no Sul do Ilha. Foto: Divulgação.