As urnas deixaram mais do que evidente a maior força política da Assembleia Legislativa a partir de 2023. Empurrados pela popularidade do presidente Jair Bolsonaro em Santa Catarina, os candidatos do Partido Liberal (Pl) vão formar uma espécie de superbancada na próxima legislatura. Serão 11 parlamentares da legenda, quase o dobro da segunda maior bancada da Casa, do Mdb, que será formada por seis integrantes. Essa é só parte das novidades que o primeiro turno das eleições trouxe para o parlamento catarinense para o ano que vem.

Além da pujança do Pl, a nova Alesc terá 40% de renovação. Ou seja, 16 nomes novos e 24 reeleitos. A maior parte desse espaço de renovação foi garantido porque 13 atuais deputados titulares não concorreram à reeleição. Apenas três tentaram e não conseguiram renovar os mandatos: Felipe Estevão (União), Laércio Schuster (União) e João Amin (Progressistas).

Regionalmente, as maiores bancadas são as do Oeste e do Vale do Itajaí, com nove integrantes cada. O Sul terá oito integrantes, seguido por sete da Grande Florianópolis, cinco do Norte e dois da Serra. Os parlamentares que representam igrejas evangélicas são três: os reeleitos Sérgio Motta (Igreja Universal) e Jair Miotto (Igreja Quadrangular) e Marcos da Rosa (Assembleia de Deus), atualmente vereador em Blumenau pelo União.

A bancada feminina, que havia batido recorde de participação com as cinco cadeiras da atual legislatura, retrocedeu. Ana Campagnolo (Pl), Luciane Carminatti (Pt) e Paulinha (Podemos) foram reeleitas, mas as vagas de Ada de Luca (Mdb) e Marlene Fengler (Psd), que concorreram a deputadas federais, não foram repostas.

Veja como ficou a composição da nova Alesc por bancada e saiba quem são as caras novas.

Partido Liberal – 11 vagas

Ana Campagnolo – 196.571 votos (reeleita)

Sargento Lima – 71.185 votos (reeleito)

Maurício Eskudlark – 65.638 votos (reeleito)

Jessé Lopes – 55.013 votos (reeleito)

Carlos Humberto – 46.445 votos
O vice-prefeito de Balneário Camboriú ficou muito perto da vaga em 2018, quando o Pl ainda era o Partido da República (Pr). Chegou a assumir dois meses como suplente na atual legislatura, mas em 2023 volta como dono do mandato.

Ivan Naatz – 45.304 votos (reeleito)

Nilso Berlanda – 41.488 votos (reeleito)

Marcius Machado – 39.749 votos (reeleito)

Edilson Massocco – 31.659 votos
É o atual vice-prefeito de Concórdia. Já fazia parte do partido antes do ingresso de Bolsonaro na legenda. 

Oscar Gutz – 26.812 votos
Ex-prefeito de Pouso Redondo, renunciou este ano para concorrer à vaga na Alesc. 

Estener Soratto – 25.622 votos
Vereador em Tubarão, foi o segundo mais votado na eleição de 2020, já pelo Pl. O pai, Estener Soratto, foi prefeito da cidade.

Mdb – 6 vagas

Antídio Lunelli – 74.500 votos
Ex-prefeito de Jaraguá do Sul, o empresário ganhou notoriedade estadual como pré-candidato a governador pelo Mdb. Depois da derrota nas prévias do partido para os defensores da aliança com Carlos Moisés (Republicanos), entrou na disputa por uma vaga na Alesc e conseguiu ser o mais votado da bancada.

Mauro de Nadal – 67.065 votos (reeleição)

Jerry Comper – 64.145 votos (reeleição)

Fernando Krelling – 54.320 votos (reeleição)

Volnei Weber – 45.995 votos (reeleição)

Tiago Zilli – 33.733 votos
Ex-prefeito de Turvo, renunciou ao cargo este ano para concorrer à Alesc. Teve apoio do Mdb de Criciúma.

Pt – 4 vagas

Luciane Carminatti (Pt) – 92.478 votos (reeleição)

Neodi Saretta (Pt) – 38.729 votos (reeleição)

Fabiano da Luz (Pt) – 34.972 votos (reeleição)

Padre Pedro Baldissera (Pt) – 26.803 votos (reeleição)

Psd – 3 vagas

Mario Motta – 56.363 votos
Ex-apresentador do Jornal do Almoço, da Nsc Tv, o comunicador conseguiu suplantar nomes de peso do Psd com uma campanha com um pé na Grande Florianópolis e outro em Lages.

Júlio Garcia – 49.958 votos (reeleição)

Napoleão Bernardes – 36.923 votos
Grande aposta de renovação do partido, o ex-prefeito de Blumenau procurou um recomeço político na Alesc após a derrota de 2018, quando renunciou à prefeitura e foi vice na chapa de Mauro Mariani (Mdb), terceira naquela disputa.

União Brasil – 3 vagas

Jair Miotto – 33.682 votos (reeleição)

Sérgio Guimarães – 27.977 votos
Jornalista com forte presença nas redes sociais na Grande Florianópolis, Sérgio Guimarães chega à Alesc em sua segunda experiência eleitoral. Em 2020, pelo Pl, ficou em quarto na disputa pela prefeitura de Palhoça. Sem o limite do município, alcançou seu potencial eleitoral na região.

Marcos da Rosa – 25.845 votos
Vereador em Blumenau, Marcos da Rosa concorreu a deputado federal em 2018. Ligado à Assembleia de Deus, ocupa o espaço do deputado estadual Ismael dos Santos (Psd), eleito deputado federal.

Progressistas – 3 vagas

Zé Milton Scheffer – 56.585 votos (reeleição)

Altair da Silva – 46.086 votos (reeleição)

Pepê Collaço – 28.809 votos
Ex-vereador e ex-vice-prefeito de Tubarão, Pepê Collaço havia ficado na suplência na disputa por uma vaga na Alesc em 2018. Agora conquista a vaga com apoio do prefeito Joares Ponticelli.

Podemos – 3 vagas

Paulinha  – 58.694 votos (reeleição)

Camilo Martins – 44.925
Ex-prefeito de Palhoça e presidente estadual do Podemos, Camilo chega à Alesc para ocupar a vaga que é exercida por seu pai, Nazareno Martins, na atual legislatura.

Lucas Neves – 23.053
O jornalista ex-Rbs Tv entrou na política como vereador mais votado da história de Lages em 2016, ficou na suplência da Alesc em 2018 e foi terceiro colocado na disputa pela prefeitura em 2020.

Psdb – 2 vagas

Marcos Vieira (Psdb) – 48.466

Vicente Caropreso (Psdb) – 39.797

Pdt – 1 vaga

Rodrigo Minotto – 28.685

Ptb – 1 vaga

Egídio Maciel – 34.912
Delegado em Blumenau, Egídio ficou conhecido na cidade pela defesa da causa animal. 

Republicanos – 1 vaga

Sergio Motta – 44.666

Novo – 1 vaga

Matheus Cadorin – 12.390
Empresário e bombeiro voluntário, Cadorin chegou à Alesc com apoio explícito do prefeito joinvilense Adriano Silva – também empresário e bombeiro voluntário.

Psol – 1 vaga

Marquito (Psol) – 40.329
Vereador em segundo mandato em Florianópolis, Marquito foi o mais votado nas eleições de 2020. Ligado a questões de ecologia, é aposta de renovação da esquerda na Capital e é o primeiro deputado estadual eleito pelo Psol – Afrânio Boppré (2005) e Sargento Soares (2013) se elegeram por outros partidos e depois migraram para a legenda.

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