Ex-prefeito de Blumenau e pré-candidato ao governador, Napoleão Bernardes (Psd) vê como “uma demonstração clara de que picuinha política é uma grande bobagem e não ajuda nada na vida de ninguém” o impasse sobre o uso de recursos do governo estadual na duplicação da rodovia federal BR-470. Ele criticou a postura do governo federal de exigir que os R$ 200 milhões reservados pelo governo de Carlos Moisés (sem partido) sejam usados em lotes menos adiantados da obra. O tema tem contraposto o governador e o senador Jorginho Mello (Pl), aliado do governo federal e influente no Dnit-SC.

Não sou Moisés e nem Jorginho, muito pelo contrário, eu sou pelos catarinenses. A BR-470 é emblemática porque ela não é importante só para o Vale do Itajaí. A produção do agronegócio, para chegar no porto de Itajaí, muitas vezes passa por ali. É um pilar importante da economia. Mas mais importante que a economia, ali mata muita gente. Eu perdi um irmão naquela estrada, meu irmão morreu ali. Eu sei a dor que isso é. Politizar uma questão dessas é algo que dói tanto, que machuca tanto a alma. Eu nunca vi isso. A obra é de responsabilidade federal. O bom seria que Santa Catarina tivesse a liderança política decisiva para unir toda a bancada federal e classe produtiva para cobrar o que é nosso direito, porque Santa Catarina é o sexto Estado que mais manda recurso para Brasília e é o 24º a receber de volta. Enquanto isso não acontece e se existe essa alternativa, que evita morte de pessoas e permite também que haja a continuidade dos empregos, a produção industrial, a produção agrícola. Se o Estado tem condições de investir, como que alguém vai negar ajuda, impor condições para ser ajudado? É uma demonstração clara de que picuinha política é uma grande bobagem e não ajuda nada na vida de ninguém. É lamentável.

Napoleão Bernardes foi entrevistado na manhã desta quinta-feira na Rádio Som Maior. Na conversa comigo e com o jornalista Adelor Lessa, o blumenauense falou sobre o projeto do Psd nacional de ter o senador Rodrigo Pacheco (ainda filiado ao Democratas de Minas Gerais) e a empresário Luiza Trajano em uma chapa presidencial e as bandeiras que defende para o Estado. Admitiu a possibilidade de chapa pura do partido ano que vem em Santa Catarina, embora prefira uma composição.

– O ideal é a construção de pontes que gerem a oportunidade de alianças e a possibilidade de governar bem e de realizar o bem para o Estado. Mas havendo essa necessidade, o Psd é um partido privilegiado nesse aspecto, poderia ter uma composição até multirregional e de vários talentos e personalidades para compor essa chapa pura. Não é o projeto, mas não deixa de ser uma alternativa.

O pessedista também falou sobre o recente almoço com o governador Carlos Moisés. Ele garante que as eleições não entraram no cardápio.

Ele me convidou gentilmente para um almoço em Blumenau. Ele foi apresentar obras e ações na Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Fiquei surpreso, porque sabia que ele tinha uma agenda na sexta-feira, mas na quinta tocou meu telefone e era o governador, com quem eu não tinha nunca falado. Ele falou do desejo de conversar. Atendi ao convite, conversamos por mais de uma hora e meia, só nós dois. Falou de sua história, perguntou da minha, quis saber a minha visão sobre alguns temas do Estado. Em nenhum momento do almoço ele tocou na palavra reeleição, não deu pista nenhuma do caminho partidário dele. Como ele fala com muito entusiasmo das ações do governo, a gente depreende essa questão da reeleição, mas a palavra reeleição, falar sobre 2022, isso não aconteceu em momento nenhum. Nem no aspecto dele e nem no meu. Foi uma conversa de troca de impressões.

Ouça a íntegra da entrevista:


Sobre a foto em destaque:

Ex-prefeito de Blumenau e pré-candidato a governador, Napoleão Bernardes (Psd) foi entrevistado no estúdio da Rádio Som Maior nesta quinta-feira. Foto: Vitor Netto, Som Maior.

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