Naatz tira Eskudlark da Ccj por excesso de governismo
A divisão interna na bancada estadual do Pl entre governistas e oposicionista causou seu primeiro efeito prático. O líder Ivan Naatz substituiu Maurício Eskudlark, que tem votado favorável aos projetos do governo Carlos Moisés (ex-Psl) por Marcius Machado, mais alinhado à oposição e à pré-candidatura do senador Jorginho Mello (Pl) ao governo estadual. A troca foi anunciada na véspera por Naatz em sua participação na live Parlatório, da Rádio Som Maior, quando expôs o desconforto com a posição governista de Eskudlark e Nilson Berlanda.
Eles fizeram a escolha de ser parceiros da base e nós estamos meio constrangidos com isso. Desde que o deputado Maurício escolheu ser líder do governo, naquele tempo já teve uma rusga e de lá para cá, essa rusga foi se acentuando. Os dois têm votado com o governo. Isso tem irritado algumas pessoas do partido. Nós estamos respondendo. Eles têm que se desligar da base ou sair do partido, isso já foi dito para eles. Inclusive foi feita uma mudança agora, Maurício saiu da Ccj, porque tem projetos importantes de interesse do governo, plano de cargos e salários, Ldo, temas que a gente tem interesse em discutir, e nós estamos substituindo o Maurício Ccj, colocando o Marcius Machado no lugar dele.
Ivan Naatz, líder do Pl na Alesc.
Gentleman
Segundo Naatz, o senador Jorginho Mello tem evitado o atrito – ou, em suas palavras, “tem sido um gentleman” sobre a divisão interna da bancada. Apesar do gesto ríspido de tirar Eskudlark da cadeira do Pl na principal comissão da Alesc, diz que o conflito é mera diferença de posições.
A gente não é inimigo, a gente tem posições diferentes com relação ao governo Carlos Moisés. Eles acreditam que estão na base. Ganham mais politicamente pensando um projeto deles. E nós trabalhamos num projeto de partido.
Ivan Naatz, meramente divergindo.
Veja a íntegra do Parlatório
Na live comigo e com os jornalistas Adelor Lessa e Everaldo Silveira, o deputado Ivan Naatz estava afiado nas críticas a Moisés. Disse que o governador é “fantoche” da bancada do Mdb e do deputado estadual Júlio Garcia (Psd). Chegou a dizer que se fosse para ter os emedebistas e o ex-presidente da Alesc mandando no governo, os catarinenses teriam elegido o ex-deputado estadual Gelson Merisio – candidato do Psd em 2018.
Aparte
Nessa frase de Naatz eu divergi porque, como todos sabem, Mdb e Júlio Garcia estavam bem longe do palanque e dos planos de Merisio em 2018.
Desfalque
A troca de Maurício Eskudlark por Marcius Machado repercutiu na reunião da Ccj da Alesc na manhã desta terça-feira. Presidente da comissão, Milton Hobus (Psd) lamentou a decisão, sendo seguido por Valdir Cobalchini (Mdb) e Zé Milton Scheffer (Progressistas), líder do governo. A perda não chega atrapalhar os planos do governo Moisés na comissão – dos nove integrantes, apenas Marcius e Ana Campagnolo (Psl) podem ser considerados oposicionistas. E Ana nem tem se preocupado tanto com Moisés.
Homenagem ao poeta

Foto: Luca Gebara, Divulgação.
Nesta quarta-feira, faz 160 anos que nasceu em Desterro, atual Florianópolis, o poeta João da Cruz e Sousa. Na segunda, o deputado estadual Fabiano da Luz (Pt) recebeu Emilene Cruz e Sousa, trineta do escritor simbolista, durante a 1ª Conferência de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial em Santa Catarina, no Plenarinho da Alesc, quando entregou a ela um documento simbólico reconhecendo o tataravô como promotor público – cargo para o qual foi aprovado em 1883 e teve negado o ingresso. A revisão histórica foi aprovada em 2016 pela Alesc, com apoio do próprio Ministério Público de Santa Catarina. Fabiano da Luz foi autor do projeto que denominou em 2020 o antigo Espaço Didático Cultural da Assembleia como Espaço Promotor Público e Poeta Cruz e Sousa. Emilene ficou muito emocionada com a homenagem a Cruz e Sousa e também emocionou com as palavras fortes e belas que disse que recebeu o certificado.
“É extremamente emocionante eu, enquanto representante dos familiares de Cruz e Sousa que residem no Rio de Janeiro, enquanto mulher, enquanto negra, enquanto negra com nível superior, enquanto descendente desse homem visionário à frente do seu tempo, que eu não imagino o quão grande foi o esforço que ele fez pra eu hoje receber isso. Agradeço esse reconhecimento tanto da parte política de Santa Catarina quanto do movimento negro da potencialidade que é Cruz e Souza”
Emilene Cruz e Sousa, também habilidosa com as palavras.
Assembleia de Deus une Psd e Mdb no Vale

Foto: Divulgação.
Ainda falta muito para que se consolidem as alianças e coligações para as eleições de 2022, mas no Vale do Itajaí já está acertada uma dobradinha Psd-Mdb de políticos ligados à igreja Assembleia de Deus. O deputado estadual Ismael dos Santos (Psd) vai concorrer a deputado federal e abrir espaço na Alesc para a candidatura do prefeito de Gaspar, Kléber Wan-dall (Mdb). A costura foi acertada com os dirigentes estaduais dos partidos. O pessedista deve herdar votos e apoios com o desgaste da deputada federal Geovânia de Sá (Psdb) junto a evangélicos, bolsonaristas e evangélico-bolsonaristas pela repercussão do vídeo em que chama o governador gaúcho Eduardo Leite (Psdb) de “próximo presidente do Brasil”.