Dando sequência ao movimento iniciado na quinta-feira com a visitas institucionais à Assembleia Legislativa e ao Tribunal de Justiça, o governador eleito Jorginho Mello (Partido Liberal) foi recebido na manhã desta sexta-feira na reunião da diretoria da Federação das Indústrias (Fiesc). No encontro, ele ouviu demandas dos industrais, assumiu compromissos e deu esboços sobre o que esperar do secretariado de seu governo. Nomes antes de dezembro, “nem sob tortura”, disse o governador eleito na entrevista coletiva realizada após o evento e antes do almoço oferecido pela entidade.

No encontro, Jorginho Mello reafirmou o compromisso de criar a Secretaria de Ciência e Tecnologia, temática hoje vinculada à pasta de Desenvolvimento Econômico Sustentável. Mais do que isso, garantiu novamente que o nome do secretário será escolhido pela Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), que já trabalha na elaboração da estrutura da nova pasta. Segundo Jorginho, a ideia é que a nova secretaria nasça sem os vícios da burocracia estatal, por isso o protagonismo da Acate em todo o processo.

O governador eleito também disse que firmou compromisso com as cooperativas rurais de que o futuro secretário de Agricultura será um nome escolhido por elas – o que deve fazer ganhar força o nome do ex-deputado federal Valdir Colatto (Partido Liberal), que não se elegeu este ano e tem bom trânsito com o setor. Jorginho abriu brecha para que as entidades empresariais tenham peso na decisão sobre o comando do Desenvolvimento Econômico Sustentável, que pode ser rebatizada como Secretaria de Indústria Comércio e Serviços.

O perfil para comandar a Fazenda surgiu quando Jorginho respondia questionamentos sobre impostos e incentivos fiscais – tema colocado na mesa mais de uma vez no encontro com os industriais. O governador eleito defendeu redução de impostos e disse que terá na Secretaria alguém que “olhe para os dois lados” – para a arrecadação e para as necessidades do empresariado. Um indicativo de que o atual secretário, Paulo Eli, fiscal de carreira, não deve permanecer.

Jorginho também falou sobre a vitória de Lula (Pt) na eleição presidencial. Afirmou que os empresários falaram muito e agiram pouco para reeleger Jair Bolsonaro (Partido Liberal). Ironizou a cobertura da imprensa na transição de governo, dizendo que “orçamento secreto” virou “emenda de relator” e que “Pec Kamikaze” agora é “Pec da transição”. Já na entrevista coletiva, falou que pretender ter com Lula um relacionamento “respeitoso, de quem venceu a eleição”.

– A democracia é isso. Não foi o meu candidato, votei no presidente Bolsonaro, fiz campanha para ele. Mas o resultado das urnas é esse que foi colocado. Acho que o presidente Lula tem que caprichar para fazer um governo melhor do que ele fez no passado – disse Jorginho.


Sobre a foto em destaque:

Jorginho Mello, ao lado do presidente Mário Aguiar, da Fiesc, cumprimenta os industriais presentes. Foto: Filipe Scotti, Divulgação.

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