A Comissão de Economia se reuniu na tarde desta quarta-feira para ouvir o presidente da Casan, Edson Moritz, convidado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre o rompimento do reservatório da Casan no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, no início de setembro. Na ocasião, Moritz prometeu que a empresa pagará R$ 3 milhões aos afetados pelo desastre.
Coube ao deputado Matheus Cadorin (Novo), que comandou o colegiado, iniciar os questionamentos sobre as responsabilidades da empresa contratada pela Casan para a obra.
– Ao verificarmos que a empresa que construiu o reservatório é a Gomes e Gomes, estamos fazendo um trabalho conjunto com o Ministério Público, o Tribunal de Contas, e aguardamos o relatório da Polícia Civil sobre o desastre para adotar as providências e punir os responsáveis – disse Moritz.
O dirigente disse ainda que três portarias internas da estatal foram acionadas para investigar o caso, verificar as estruturas dos 1.083 reservatórios da Casan espalhados pelo Estado e averiguar denúncias feitas pelos moradores do Monte Cristo sobre vazamentos no reservatório localizado no bairro.
Ao fazer um histórico da obra desde a assinatura do contrato, em outubro de 2014, até o encerramento do contrato, em novembro de 2022, sem que a obra tenha sido entregue, o deputado Mário Motta (PSD) afirmou que várias perguntas foram enviadas à Casan sobre possíveis irregularidades nos editais e falhas estruturais denunciadas como graves por fiscais.
– Tivemos acesso a um memorando da Casan sobre a obra e queremos saber o que foi feito sobre o alerta feito pela fiscalização e o que isso influiu no desastre no reservatório do Monte Cristo – disse.
Os deputados Nilso Berlanda (PL) e Carlos Humberto (PL) parabenizaram o dirigente pelo atendimento às pessoas atingidas e solicitaram um balanço da operação.
– Logo que chegamos no local providenciamos alimentação e montamos uma estrutura para ressarcir os prejuízos das famílias. Já repassamos em torno de R$ 3 milhões em bens, veículos e para imóveis danificados. Acolhemos os desabrigados, contratamos assistentes sociais e psicólogos, ajudas de custo de um salário mínimo e uma ambulância com médico que já fez 64 atendimentos.
A apuração foi feita até a manhã do dia 11. O tempo entre a concepção do projeto e a aprovação em 2014, assinatura do contrato em 2015, inauguração em 2022 e depois 1 ano e 6 meses do reservatório em teste passará por uma investigação interna.
– Como deve haver uma avaliação da prestação de serviço da construtora chamada Gomes e Gomes, que construiu o reservatório, e da Toposolo, que fez o projeto executivo. Considerando essas informações internas, informei tanto o Ministério Público quanto o Tribunal de Contas do Estado, que já tinha feito um trabalho de vistoria. A Polícia Civil também fez verificações in loco. Então existe um trabalho conjunto e independente do TCE e Ministério Público, e nós estamos aguardando também um relatório da Polícia Civil do que aconteceu naquele momento – finalizou Moritz.
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