Moisés recebe o pequeno Avante na Casa d’Agronômica

Perdoe o trocadilho ruim, leitor, mas o governador Carlos Moisés (ex-Psl) desta vez levou avante demais a ideia de se filiar a um partido pequeno para disputar a reeleição em 2022. Ele recebeu na Casa d’Agronômica dirigentes do Avante, antigo Pt do B, para – segundo postagem da própria legenda em suas redes sociais – “discutir sobre projetos políticos”. Moisés recebeu a presidente estadual Terezinha Ricardo e o vice-presidente Paulinho Severo (à direita na foto). Antes da foto posada com os dirigentes locais, Moisés já havia conversado em Brasília com o presidente nacional, o deputado federal Luis Tibé (Avante de Minas Gerais).

Que partido é esse?

O Avante é mais do que irrelevante em Santa Catarina. Nas eleições de 2018, recebeu menos de 5 mil votos para sua chapa de deputados federais – metade deles para o radialista e coach Aerci Olm, de Xaxim. Terezinha Ricardo é habitué de eleições joinvilenses, sempre longe dos cargos que almeja. Teve 401 votos para deputada federal em 2018. Em plano nacional, a legenda tem sete deputados federais e surpreendeu na última rodada de pesquisas do Ipec (ex-Ibope) com o nome de André Janones (deputado federal pelo Avante de Minas Gerais) empatado com o governador paulista João Dória (Psdb) na casa dos 2%.

Aliás

Não deve ser amiga do governador a pessoa que convenceu Moisés de que faz algum sentido político ingressar em um partido pequeno, irrelevante e sem história e nele esperar o apoio dos tradicionalíssimos Mdb, Progressistas e Psd.

Espelho, espelho meu

Existe o Moisés que faz tudo certinho politicamente na vida pós-impeachments – atendendo deputados, agradando prefeitos, fomentando divisões internas nas legendas mais fortes. E existe o Moisés que faz essas articulações esquisitas como as conversas com o Avante, cafezinhos com Roberto Freire (Cidadania), a tentativa de tomar o Podemos por cima das lideranças locais e o pedido para que o Republicanos tirasse o deputado estadual e pastor Sérgio Motta do comando do partido no Estado. Esse segundo é o Dark Moisés.

Esperança de uns

A turma que quer ver Moisés no Mdb ainda acredita que pode sumir com o Dark Moisés e recriar em torno do governador algo parecido com uma tríplice aliança. A fala do prefeito chapecoense João Rodrigues (Psd), na Rádio Condá, de que semana que vem anuncia se continua pré-candidato ao governo, pode ser a senha para deflagração dessa composição. Ou o fim dela.


Fundão de R$ 5,7 bilhão racha a bancada catarinense

Eis uma votação em que a bancada federal catarinense não acompanhou em peso a posição defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (Pl): a derrubada do veto presidencial ao aumento do fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões. Dos 16 deputados federais do Estado, oito votaram pela manutenção do veto, enquanto seis votaram pela derrubada – dois não votaram, o que ajudou a derrubar o veto. Vou listá-los:

A favor do veto, contra o aumento do fundão:

Carmen Zanotto (Cidadania)
Caroline de Toni (Psl)
Coronel Armando (Psl)
Daniel Freitas (Psl)
Geovania de Sá (Psdb)
Gilson Marques (Novo)
Ricardo Guidi (Psd)
Rodrigo Coelho (Podemos)

Contra o veto, a favor do aumento do fundão

Angela Amin (Progressistas)
Carlos Chiodini (Mdb)
Celso Maldaner (Mdb)
Darci de Mattos (Psd)
Fabio Schiochet (Psl)
Pedro Uczai (Pt)

Os distraídos que não votaram e ajudaram a aumentar o fundão

Helio Costa (Republicanos)
Rogerio Peninha (Mdb)

Dois a um no Senado

Os senadores catarinenses também de dividiram na derrubada do veto presidencial ao aumento do Fundão. Os senadores Dário Berger (Mdb) e Esperidião Amin (Progressistas) votaram pela derrubada do veto, enquanto Jorginho Mello (Pl) ficou alinhado ao presidente. Detalhe: todos são pré-candidatos ao governo do Estado.


Jorge Boeira apareceu

Desfiliado do Progressistas e ainda sem partido, o ex-deputado federal Jorge Boeira foi uma das novidades da reunião da frente de esquerda realizada na noite de quinta-feira em Criciúma. Ao contrário da entrevista na Rádio Som Maior, que desagradou alguns setores da aliança, desta vez ele acertou o tom e deixou bom impressão aos novos colegas.

“Eu não venho aqui em busca de filiação partidária. Eu não venho aqui reivindicando candidatura. O que eu venho fazer aqui é a defesa da democracia. Todos nós temos convicção de que a democracia do país está ameaçada.”

Jorge Boeira, entrando no jogo.

A turma toda

Vignatti discursa na reunião da frente de esquerda em Criciúma. Foto: Homero Gomes, Divulgação.

A mesa esquerdista em Criciúma reuniu os presidentes estaduais do Pt e do Psb, os ex-deputados federais Décio Lima e Cláudio Vignatti. Também estavam lá os presidentes do Pc do B, Douglas Mattos, do Psol, Mário Dutra, e do Solidariedade, Osvaldo Mafra. Além deles, o ex-deputado federal Fernando Coruja representava o Pdt e estavam presentes os vereadores Jean Ricardo (Psb de Garopaba), Cíntia Mendonça, integrante da Coletiva Bem-Viver (Psol de Florianópolis), e Giovana Mondardo (Pc do B de Criciúma).

Solidariedade

A presença do Solidariedade foi comemorada não pelo partido em si. Onde se lê Solidariedade, leia-se Força Sindical.

Rehab esquerdista

Com Pdt, Pc do B, Psb, Pv e Solidadariedade a frente de esquerda já tem seis dos 15 partidos que apoiaram Gelson Merisio em 2018. São seis mesmo, porque incluí o antigo Ppl, que se fundiu ao Pc do C em 2019.

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