Pré-candidato à presidência pelo Novo, Luiz Felipe d’Avila afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl) desperdiçou a chance de colocar o Brasil no caminho do crescimento econômico e que o ex-presidente Lula (Pt) não tem capacidade de liderar o país. Cientista político e integrante do Centro de Liderança Pública (Clp), órgão que avalia instituições governamentais, ele foi escolhido para acabar com o impasse interno no partido sobre uma nova candidatura do empresário João Amoêdo e está correndo o país com a intenção de unir a legenda. Ele foi entrevistado pelos jornalistas Upiara Boschi e Adelor Lessa, na Rádio Som Maior.
Ex-tucano, Luiz Felipe tinha o apoio do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (Psdb) para ser o candidato do Psdb à sua sucessão. Perdeu aquela prévia para João Dória, que acabou eleito governador. Agora, o cientista político entra no grupo de postulantes a terceira via. Ele acredita que a vitória de Bolsonaro em 2018 se deu pela união de eleitores que grupo que chamou de “bolsominions” aos antipetistas, aos lava-jatistas e aos que defendiam mudança. Crê na dispersão desses grupos em 2022.
– O bolsominion é o universo que corresponde a 16 a 18% do eleitorado, recuou muito. O Bolsonaro desperdiçou a chance de colocar o Brasil no caminho do crescimento econômico, do combate à corrupção, e não fez. Quem votou em Bolsonaro em 2018, votou na esperança de que alguma mudança iria acontecer, agora não. Agora, nós sabemos exatamente o que é o governo Bolsonaro: um governo incompetente, comprometido com o corporativismo e que não fez com que a pauta do liberalismo avançasse.
Em disputa por um espaço na terceira via, Luiz Felipe também criticou os governos de Lula e Dilma Rousseff. Mesmo sendo crítico a Bolsonaro, ele diz que os governos do Pt também são responsáveis pela crise econômica e que não fizeram o Brasil crescer. Assim como o bolsonarismo, o pré-candidato do Novo acredita que o lulismo também chegará com menos força nas urnas, mesmo tendo Lula como candidato.
– O lulismo também chegará nas urnas com uma participação muito pequena porque nós iremos lembrar quem é Lula, uma pessoa que não tem moral, não tem capacidade de liderar o país. É o Brasil antigo, velho, que nos deixou esse legado da recessão econômica, do alto desemprego e dos programas sociais porque Lula foi o que fez Dilma Rousseff como sucessora do seu governo, que cavou o buraco onde o Brasil entrou e Bolsonaro não teve competência para tirar o país desse buraco.
Mesmo sem ter definido um nome que represente de fato a terceira via, para Luiz Felipe o maior desafio dessa liderança será o de conectar as pessoas por meio de uma narrativa eficiente que, segundo ele, ainda não foi descoberta. Apesar disso, o pré-candidato afirma que entre os possíveis nomes já existe e consciência de uma necessidade de união entre todos.
– De todos os candidatos que hoje se apresentam na terceira via, eu sinto que há uma preocupação comum de que nós precisamos estar unidos para vencer a polarização. Existe uma consciência dos candidatos e, mais, existe uma consciência dentro dos partidos políticos, que estão priorizando as eleições legislativas e não a nacional.
Integrante de um partido repleto de regras internas que, inclusive, impedem coligações, Luiz Felipe diz que o Novo deve fazer alterações nas eleições do próximo ano. Ele afirma que o próprio presidente do partido, o catarinense Eduardo Ribeiro, já fala sobre parcerias com outras siglas.
– O presidente Eduardo Ribeiro já disse que a coligação será discutida e permitida nas próximas eleições, até porque nós temos o governo de Minas Gerais e isso tem um peso importante, se terá ou não coligação.
Defensor do liberalismo, Luiz Felipe diz que o brasileiro já é apaixonado por essa pauta e faz um comparativo com outras gerações. Segundo ele, os jovens não sonham mais em serem funcionários públicos e apostam no empreendedorismo.
– O brasileiro já está apaixonado pelo liberalismo e não sabe. O sonho das gerações há 30 anos atrás era de ser funcionário público, do Banco do Brasil, da Vale. Hoje, o sonho do braisleiro jovem é ser empreendedor, ele não quer saber de trabalhar para o Estado, ele quer que o Estado deixe ele trabalhar.
Ouça a íntegra da entrevista:
Sobre a foto em destaque:
Luiz Felipe D’Ávila foi entrevistado por Upiara Boschi e Adelor Lessa no gabinete do deputado estadual Bruno Souza (Novo) na Alesc: Cláudia Xavier, Divulgação.
* Conteúdo produzido por Jefferson Carvalho, estudante de Jornalismo da Univali, com supervisão, edição e texto final de Upiara Boschi.