Desde a eleição de 2014 eu venho projetando a Lista dos Favoritos para a disputa em Santa Catarina pelas 16 cadeiras na Câmara dos Deputados e 40 vagas na Assembleia Legislativa. Passada a disputa, chega a hora de conferir o que deu certo e o que deu errado nas previsões. Nas duas eleições a conquista de grandes bancadas pelo Partido Liberal (Pl) teve efeito direto no levantamento – da mesma forma que a primeira Onda Bolsonaro havia feito na disputa de 2018.

Em relação à Assembleia Legislativa, a Lista de Favoritos trouxe os nomes de 35 candidatos entre os 40 que acabaram eleitos nas urnas. Um índice mais alto que o de 2018, quando apontei 32 dos 40 eleitos. Em 2014, na primeira lista, foram citados 38 eleitos. O efeito da Onda Pl foi o maior fator a afetar a previsão: a lista apontava que a maior bancada eleita seria do partido, mas apontava que seriam no máximo oito cadeiras. Foram 11. Mesmo assim, oito eleitos do Pl estavam na lista e já havia a aposta de Ana Campagnolo poderia ser a mais votada.

Para a Câmara Federal, o efeito da Onda Pl foi maior. Dos 16 eleitos, 11 estavam na Lista de Favoritos. Também foi apontado que a maior bancada seria do Pl, com até quatro parlamentares. Foram seis. As apostas na reeleição de Coronel Armando e no retorno de Valdir Colatto não se confirmaram. A lista acertou apenas três nomes da bancada do partido. A lista, no entanto, apontou a possibilidade de que Republicanos e Podemos, ligados ao governador Carlos Moisés (Republicanos), poderiam não eleger representantes.

Câmara dos Deputados

Os 11 que estavam na lista:

Carol de Toni (Pl)
Jorge Goetten (Pl)
Daniela Reinehr (Pl)
Valdir Cobalchini (Mdb)
Carlos Chiodini (Mdb)
Pedro Uczai (Pt)
Ana Paula Lima (Pt)
Ismael dos Santos (Psd)
Ricardo Guidi (Psd)
Carmen Zanotto (Cidadania)
Fábio Schiochet (Psl)

Os 5 que não estavam na lista:

Júlia Zanatta (Pl)
Daniel Freitas (Pl)
Zé Trovão (Pl)
Rafael Pezenti (Mdb)
Gilson Marques (Novo)

Comentário: Na Lista de Favoritos, apontei que “mais do que os nomes, pesa sobre a chapa o possível efeito do 22 de Jair Bolsonaro sobre os integrantes da chapa. É o que pode impulsionar o partido a alcançar mais do que três lugares”e citei que Daniel Freitas e Júlia Zanatta poderiam se atrapalhar por compartilhar eleitorado. Entraram ambos. No Mdb, Rafael Pezenti foi citado fora da lista como possível surpresa. Desbancou nomes tradicionais como Ada de Luca e Luiz Fernando Vampiro. Pelo Novo, Gilson Marques não estava na lista por um erro de avaliação. Eu esperava mais do voto do Novo de Joinville em Tania Harada e não esperava o desempenho de Gilson em Blumenau – pulou de 2,3 mil votos em 2018 para 17,2 mil agora, sendo o terceiro mais votado da cidade. A reeleição veio com 1,3 mil votos de vantagem sobre Bruno Souza, que estava na lista.

Assembleia Legislativa

Os 35 que estavam na lista:

Partido Liberal (Pl)
Ana Campagnolo
Sargento Lima
Maurício Eskudlark
Jessé Lopes
Carlos Humberto
Nilso Berlanda
Marcius Machado
Oscar Gutz

Mdb:
Antídio Lunelli
Mauro de Nadal
Jerry Comper
Fernando Krelling
Volnei Weber

Pt:
Luciane Carminatti
Neodi Saretta
Fabiano da Luz
Padre Pedro Baldissera

Psd:
Mario Motta
Júlio Garcia
Napoleão Bernardes

União:
Jair Miotto
Marcos da Rosa

Progressistas:
Zé Milton Scheffer
Altair da Silva
Pepê Collaço

Podemos:
Paulinha
Camilo Martins
Lucas Neves

Psdb:
Marcos Vieira
Vicente Caropreso

Pdt:
Rodrigo Minotto

Ptb:
Egídio Ferrari

Republicanos:
Sergio Motta

Novo:
Matheus Cadorin

Psol:
Marquito

Os 5 que não estavam na lista:

Ivan Naatz (Pl)
Edilson Massocco (Pl)
Estener Soratto (Pl)
Tiago Zilli (Mdb)
Sérgio Guimarães (União)

Comentário: Sobre Ivan Naatz, acreditei que o sexto lugar na eleição para prefeito de Blumenau, em 2020, afetaria a reeleição do parlamentar em um partido maior que o Pv de 2018. No entanto, ele se recuperou na cidade, sendo o segundo mais votado com 20,7 mil votos, garantindo uma boa largada local. Massoco e Soratto foram beneficiados pelas cadeiras extras garantidas pela votação histórica de Ana Campagnolo. No Mdb, apostei que Tiago Zili, ex-prefeito de Turvo, teria dificuldade para conquistar o apoio do Mdb do Sul. No União, também deixei de citar Sérgio Guimarães por causa da eleição municipal: foi quarto para prefeito de Palhoça em 2020. Nesta eleição, ficou em segundo na cidade e em quarto em São José, garantindo a vaga.

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