O deputado estadual Ivan Naatz (Partido Liberal) “pula o muro” entre as funções exercidas na Assembleia Legislativa de Santa Catarina a partir de 2023. Ele, que é líder da oposição no governo Moisés e um dos mais vocais críticos ao atual governador, estará em posição de “conselheiro” de Jorginho Mello (Partido Liberal), que assume no próximo ano, e conta com Naatz para ser articulador da situação dentro da Alesc. Ele foi o entrevistado desta terça-feira no quadro Plenário, na Rádio Som Maior, pelos jornalistas Upiara Boschi, Adelor Lessa e Maga Stopassoli.

Durante fala, ele diz estar em sintonia – e muito próximo do governador eleito. Citando pontos recorrentes de suas críticas a Moisés, justifica oposição como percepção de um governo que “começou e está terminando errado. Ainda, que “não há quaisquer preocupações” para o trabalho que segue.

– Não sou líder do governo, sou líder do partido. Eu não fui indicado ainda pelo governador, é uma escolha dele. Estou à disposição para ajudar o governador Jorginho onde for necessário. Se for para estar lá no último lugar, vou estar lá no último lugar para ajudá-lo. Da mesma forma como líder do governo. Estarei aqui para o que o partido precisar. Fui oposição porque o governo Moisés começou errado e está terminando errado, anunciando que não fará reposição de alíquota de Icms sem consultar o governo eleito. […] Agora, eu ajudo o governador eleito Jorginho Mello. Sou conselheiro, ajudo ele. Faço papel de interlocutor na Alesc, na montagem da mesa diretora. Com as orientações do nosso governo, pois agora começa o nosso governo.

Entre outras críticas, diz que Moisés não dialoga com o governo federal e, consequentemente, obras federais estão paradas pelo Estado. Esbarrando no fato de que agora, atuando com proximidade ao próximo governo do Estado, eleito em nova onda Bolsonaro, enquanto Lula (Pt) governa o país, Naatz não nega a possibilidade de trabalhar harmoniosamente com o governo federal; respeitando, segundo ele, as divergências ideológicas.

– O governo de Santa Catarina tem interesse com o governo federal. O governo federal concentra a riqueza do país e precisamos ter portas abertas com Brasília independente de quem governa. Precisamos separar as coisas: uma delas é nossa posição política, ideológica, e outra coisa é o catarinense. O catarinense não quer saber se gostamos do governo federal, quer saber de terminar a [BR]-470, de fazer a segunda pista do aeroporto de Navegantes, de concluir nossas rodovias…

No entanto, há no Pl aqueles que possam ter maior restrição a esta harmonia com Lula e até partidos do bloco de esquerda. Nomes como Ana Campagnolo e Jessé Lopes, por exemplo, são parte de um grupo de “bolsonaristas raiz” e, sobre a possibilidade de fazê-los embarcar caso necessário, o deputado entende que o consenso virá a partir do “pensamento sempre nos catarinenses”.

– O partido é muito grande, temos 11 deputados, cada um com uma personalidade. Nós somos oposição ao governo federal, mas temos que separar as coisas. Vamos pensar sempre nos catarinenses e administrar isso.

Escute à entrevista completa aqui:

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