O deputado estadual Kennedy Nunes (Ptb) não acredita que Luciano Hang (Lojas Havan) será empecilho em seu caminho como pré-candidato dos bolsonaristas ao Senado. O petebista acredita que o empresário poderá ser candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022. Durante o programa Parlatório, na Rádio Som Maior, baseou essa tese na avaliação de que a CPI da Covid foi um divisor de águas na vida política do empresário.
– A ida do Luciano Hang para a CPI da Covid, no Senado, transformou ele num efetivo candidato para a vice-presidência. Ele traz a Bolsonaro o lado empresarial e não mais o militar, como foi na última eleição – afirmou Kennedy em entrevista aos jornalistas Upiara Boschi, Adelor Lessa e Everaldo Silveira.
Segundo Kennedy, a construção do nome de Luciano Hang como vice-presidente em 2022 poderá suprir uma preocupação dos bolsonaristas. Para os conservadores, é necessário ter um nome que irá substituir Bolsonaro em 2026, se reeleito.
– A candidatura de Luciano iria ao encontro da preocupação do pós-Bolsonaro em 2026. Não sei se estava brincando, mas em uma conversa ele me disse que só sairia candidato se fosse para presidência do Brasil – relatou Kennedy.
Dizendo que avaliava o cenário pré-eleitoral como jornalista – e o deputado tem essa formação -, Kennedy disse não descartar uma aprovação de Progressistas e Psdb em torno de uma candidatura do senador Esperidião Amin (Progressistas) ao governo. Segundo ele, essa aliança poderia atrapalhar a pretensão do senador Jorginho Mello (Pl) de ser o candidato oficial do presidente no Estado. No entanto, não acredita na possibilidade de que presidente se filie ao partido da família Amin.
– O que o presidente Bolsonaro e os que estão próximos dele pedem para a formatação, nenhum outro partido poderia dar a não ser o Ptb. O Roberto Jefferson é amigo do Bolsonaro e preparou o partido há dois anos para receber ele – defendeu o Kennedy.
Membro da Assembleia de Deus, o deputado estadual também comentou o recente episódio da retirada do apoio oficial da igreja evangélica à reeleição da deputada federal Geovânia de Sá (Psdb) pelo apoio ao presidenciável Eduardo Leite, que disputará a prévia tucana com João Dória em novembro. Kennedy diz que a parlamentar tucana sabe que a base da Assembleia de Deus é bolsonarista e que os dois pré-candidatos do Psdb estarão contra o presidente. Reforçou que o fato de ambos terem se elegido governadores no Rio Grande do Sul e em São Paulo declarando apoio a Bolsonaro os torna piores aos bolsonaristas do que os próprios petistas.
– Eu estava na reunião em que a convenção disse para Geovania que a igreja é de direita, conservadora e por consequência, bolsonarista. E para nós bolsonaristas conservadores, Eduardo Leite é um inimigo, pois usou o Bolsonaro para se eleger e virou as costas. Na política nós temos adversários e inimigos. Os inimigos dos bolsonaristas não são os petistas, o Lula. Esses são adversários. Nossos inimigos são, na verdade, os que se elegeram com Bolsonaro e depois viraram as costas – afirmou Kennedy Nunes, em referência a Leite e Dória.
No entanto, o deputado ressaltou acreditar que a retirada do apoio da Assembleia de Deus a Geovania de Sá não prejudicará a reeleição da deputada federal em 2022.
Veja a íntegra do Parlatório:
Sobre a foto em destaque:
Em sessão recente da Assembleia Legislativa, Kennedy Nunes (Ptb) apresentou pinturas de jesuítas catequizando índios ao criticar decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir missões religiosas em terras indígenas. Foto: Daniel Conzi, Agência AL.
* Conteúdo produzido por Jefferson Carvalho, estudante de Jornalismo da Univali, com supervisão, edição e texto final de Upiara Boschi.