Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal, Pl)) e pré-candidato a senador pelo Ptb, o deputado estadual Kennedy Nunes foi entrevistado na manhã desta sexta-feira no quadro Plenário, na Rádio Som Maior. Aproveitei o momento para perguntar a ele o que achou da decisão de Bolsonaro de apontar o ex-secretário nacional da Pesca, Jorge Seif (Pl), como nome para o Senado. Foi assim:
Upiara: Eu queria saber o que você achou da escolha de Bolsonaro por Jorge Seif e os critérios que ele colocou, segundo Seif, de que o presidente queria alguém que “conhecesse, que confiasse, que tomasse tubaína com ele“. Por que o senhor não toma tubaína com o presidente, deputado?
Primeiro, porque aqui a gente toma Água da Serra e Pureza, né? (risos). Eu entendo a escolha do presidente, que já foi tão enganado por outras pessoas que se aproveitaram dele na eleição de 2018, se elegeram e depois o abandonaram. Gato escaldado tem medo de água fria. O presidente decidiu fazer a escolha dentro de uma questão de confiança. Mas, a confiança de Bolsonaro não é a mesma confiança do eleitor catarinense. O Jorge Seif é um grande cara e tem meu respeito. Mas nós precisamos de um senador que peite as inconstitucionalidades do Alexandre de Moraes (ministro do Supremo Tribunal Federal). Santa Catarina tem que ter o protagonismo e esse enfrentamento tem que ter. Eu fui sete vezes na Polícia Federal porque o Alexandre de Moraes me intimou. Não tenho medo. Se eu for preso e usar a tornozeleira eletrônica é porque estamos no caminho certo.
Kennedy Nunes garante que a decisão do presidente não muda o projeto de apoiar sua reeleição. E nem o faz desistir da pré-candidatura ao Senado. Segundo ele, esse gesto poderia ser feito para o empresário Luciano Hang, caso não tivesse desistido de participar da disputa.
– O projeto do Ptb é a reeleição do presidente Bolsonaro. Fui chamado em Brasília para ser senador e temos o projeto de eleger uma boa bancada de deputado estadual e federal. Nossa preocupação é no conservadorismo pós-2026, pós reeleição de Bolsonaro. Portanto, o Ptb tem esse projeto, independente dos projetos e das decisões dos outros partidos. A minha candidatura nunca foi pra negociar. Lá atrás, eu tive uma conversa com o senador Jorginho Mello de como poderíamos caminhar juntos. Com a desistência de Luciano Hang, o nosso projeto segue imutável e cada vez mais firme.
O que pode mudar, no entanto, é a parceria estadual com o Partido Liberal, do senador e pré-candidato a governador Jorginho Mello, que chegou a ser anunciada em dezembro. Com a vaga ao Senado fechada para Seif, o Ptb pode encaminhar um projeto avulso ou mesmo lançar um candidato próprio ao governo. Este será o tema do encontro do partido com todos os pré-candidatos a deputado estadual e federal que será realizado neste sábado, em Florianópolis.
– A decisão do partido e de como irá o partido não será mais só minha, e sim, minha e de mais 180 mãos. Nós temos alguns caminhos. Um de lançar candidatura ao Senado sem candidato a governador. Existe a possibilidade de lançarmos governador. E tem a possibilidade de apoiarmos um candidato a governador. Nós não abrimos conversa com quem não for bolsonarista e com quem é aliado do governador Carlos Moisés. De agora até julho, vamos mostrar para Santa Catarina a seleção que fizemos de bons candidatos conservadores.
Ouça a íntegra da entrevista:
Sobre a foto em destaque:
Kennedy Nunes em sessão na Assembleia Legislativa. Foto: Rodolfo Espínola, Agência Al.