Um momento inusitado na sessão da Assembleia Legislativa na última terça-feira virou quase um lançamento de pré-candidatura à presidência na próxima legislatura. Ao final de sua fala defendendo a construção de um hospital em Guabiruba, Osmar Vicentini (União) fez um adendo com a sugestão de que o regimento interno do parlamento preveja uma vaga permanente para deputadas mulheres na mesa diretora. Naquele momento, a sessão estava sendo comandada pelo segundo presidente, Kennedy Nunes (Ptb), que tentou explicar ao novato como funcionam as coisas na Alesc:
– Nosso regimento interno diz que todos os 40 parlamentares podem concorrer às vagas da mesa diretora. Eu, conhecendo um pouco mais esta Casa, acho que as mulheres fora da mesa trabalham mais que se ficarem na mesa. Até porque quem está à mesa não pode participar das comissões técnicas. Nos tira um pouco as formas de trabalhar – disse Kennedy.
A fala teve reação das mulheres em plenário, especialmente da deputada estadual Luciane Carminatti (Pt), dizendo que está na hora de que a Alesc tenha sua primeira presidente. Desde sua instalação, em 1835, o Legislativo catarinense não teve uma mulher no seu comando. Em 2018, Luciane foi a segunda deputada estadual mais votada de Santa Catarina, com 61,2 mil votos, que fizeram dela também a parlamentar mais votada da história do parlamento estadual. E, caso reeleita este ano, promete entrar na disputa para ser a primeira mulher presidente da Alesc.
Sobre a foto em destaque:
Osmar Vicentini levantou e Luciane Carminatti cortou. Foto: Bruno Collaço, Agência Al.