“Mais Bolsonaro que eu?”
Enquanto vive o desconforto com a possibilidade de que o presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl) escolhe o Progressistas como futuro partido, o senador Jorginho Mello (Pl) não poupa esforços para mostrar-se como o mais bolsonarista dos pré-candidatos a governador. No sábado foi a Rancho Queimado para uma agenda do ministro do Turismo, Gilson Machado, em agenda organizada pelo deputado federal Daniel Freitas (Psl) e que contou também com a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania) e o senador Dário Berger (Mdb). No domingo, foi ao Pré-Congresso dos Gideões, em Balneário Camboriú, onde foi elogiado em discurso pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.
– Saudar aqui o meu futuro governador do estado, senador Jorginho. Agradecer muito a Deus por tudo o que tem acontecido na história deste estado e eu sempre tenho sido muito bem recebido – disse Milton Ribeiro.
Aliás
Por falar em bolsonaristas, a coordenadora regional da Embratur, Júlia Zanatta (Pl), não estava no evento feito por Daniel Freitas para o ministro do Turismo.

À direita na mesa, Daniel Freitas e Jorginho ao lado do ministro Gilson Machado. À esquerda, Carmen Zanotto e Dário Berger. Foto: Pl, Divulgação.
Roupa apertada
Esperidião Amin não acredita muito na possibilidade na federação entre o Progressistas e o Pl, como vem sendo especulado em Brasília. E não é por agourar a composição entre seu partido e o de Jorginho Mello, é por não vislumbrar que a maioria das legendas tenha disciplina interna para obedecer uma aliança por quatro anos engendrada em plano nacional e que precisa ser obedecida em Estados e municípios.
– É uma roupa que só cabe no Pc do B. Não vejo outro partido que tenha essa disciplina interna – diz Amin.
Tem mais
Além do Pc do B, que precisa da federação para manter-se vivo e negocia com legendas de esquerda como Psb, Psol e Pt, também estão em conversas avançadas para federar o Cidadania e o Pv. Seria uma frente muito próxima do Psdb em plano nacional.
Mini-deputada

À vontade no plenário da Assembleia Legislativa, a filha da deputada estadual Ana Campagnolo (Psl) recebe um afago de Zé Milton Scheffer (Progressistas) A cena foi registrada na sessão de 6 de outubro. Foto: Rodolfo Espínola, Agência Alesc.
Troca de camisa
O Cidadania vive uma situação curiosa em Santa Catarina. O partido deve perder a deputada federal Carmen Zanotto, que busca uma legenda em que tenha maior viabilidade de se reeleger. Ao mesmo tempo, tem conversas avançadas para filiar a deputada estadual Paulinha (ex-Pdt). Curiosamente, duas parlamentares que vivem situações opostas em relação ao governador Carlos Moisés (ex-Psl): Carmen muito longe, Paulinha muito perto.
Calculadoras
As decisões de Carmen e Paulinha envolvem matemática eleitoral. Sem força em Santa Catarina, o Cidadania teria que fazer cerca de 180 mil votos para entrar na briga por uma vaga de deputado federal – um voo que pode ser alto demais para a lageana. Para a Alesc, no entanto, Paulinha e o time que ela montar entram na disputa das sobras com cerca de 75 mil votos.
Mdb em convenções (mas não muito)
A maioria dos diretórios municipais do Mdb catarinense atenderam ao pedido da executiva estadual do partido para que fossem prorrogados os mandatos vigentes. Por isso, apenas 89 dos 295 diretórios municipais realizaram convenções no último final de semana. Outros 138 prorrogaram os mandatos vigentes e três já haviam realizado as suas convenções em 2021. Em muitas das cidades que mantiveram os atuais mandatos houve também reunião da militância.