O senador Jorginho Mello (Pl) reagiu à fala do delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal, de que faria parte de uma “bancada do crime” ambiental financiada por madeireiros. O ex-superintendente da corporação no Amazonas voltou aos holofotes em entrevista à Globo News na terça-feira quando afirmou que a maior dificuldade na resolução dos problemas que envolvem crimes ambientais na Amazônia seriam causadas pelo apoio de quem comete desmatamento ilegal a representantes políticos no Congresso.

– Olha o Centrão, veja de onde saíram grande parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos. [Os senadores] Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecia de Jesus, Jorginho Melo de Santa Catarina mandou ofício, a Carla Zambelli foi lá defender madeireiro. Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos – disse o delegado na entrevista.

Jorginho Mello afirmou que vai processar Alexandre Salles pela declaração e foi desafiado pelo delegado, nas redes sociais, a cumprir a promessa.

A suposta intermediação do catarinense em favor de empresários catarinenses que atuam no ramo madeireiro na Amazônia surgiu em abril de 2021, quando o mesmo Alexandre Saraiva disse em depoimento na Câmara dos Deputados que o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tentou “legitimar” a ação de criminosos que atuam no mercado ilegal de madeiras extraídas da Amazônia. Na época, o delegado foi chamado a prestar esclarecimentos na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa dois dias após enviar notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal contra o Ricardo Salles por suposta intervenção em favor de madeireiros investigados pela Pf. Na época, foi o próprio Salles que citou o senador Jorginho Mello e também a deputada federal Caroline de Toni (Pl) como forma de legitimar a atuação.

– Nós fomos procurados primeiro pelo senador Jorginho Mello e pela deputada Caroline de Toni, porque são representantes do Estado de Santa Catarina e parte desses empresários que se acham prejudicados são do Estado de Santa Catarina, mas estão há décadas no Pará – disse Salles em entrevista à rádio Cbn de São Paulo na época.

Em nota divulgada por sua assessoria, Jorginho cita esse caso. Leia a íntegra:

Sobre a entrevista do delegado da Policia Federal, Alexandre Saraiva no programa Estúdio I da Globo News, o senador Jorginho Mello esclarece que sua participação nesse tema foi única e exclusivamente direcionada a solucionar um problema voltado a empresários catarinenses; com quem se reuniu, em relação à apreensão de madeiras suspostamente ilegais que foram equivocamente retidas, pois as mesmas foram extraídas legalmente. Tanto assim que as madeiras foram liberadas com o aval da Policia Federal e do Ibama. O senador Jorginho Mello nunca apoiou a extração ilegal de madeiras. Além do mais, Mello não participou da referida audiência pública que ocorreu na Câmara dos Deputados e nunca fez nenhum tipo de ofensa ao delegado. Isso posto, vamos analisar se acionamos a advocacia do Senado para entrar com ação contra o delegado.


Sobre a foto em destaque:

Jorginho diz que nunca apoio extração ilegal de madeira na Amazônia. Foto: Waldemir Barreto, Agência Senado.

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