Os três primeiros debates da disputa para o governo do Estado apresentaram alguns primeiros confrontos entre os sete candidatos qualificados para os confrontos diretos em rádio e televisão. Nos encontros da SCC, da Rádio Som Maior e do Portal Extra, foi possível observar que o senador Jorginho Mello (Partido Liberal) tem como alvos preferenciais o governador Carlos Moisés (Republicanos) e o ex-prefeito Gean Loureiro (União), que também atiça o senador Esperidião Amin (Progressistas), que tabela com Jorge Boeira (Pdt) e Odair Tramontin (Novo) – dupla que gosta de questionar Moisés. A todos eles, Décio Lima (Pt) faz questão de deixar claro que não amam e jamais amarão Lula (Pt) como ele.

Nenhum dos confrontos até agora chegou ao ponto da divertida troca de ironias entre Jorginho e Moisés na noite de segunda-feira, no encontro promovido pelo Portal Extra. Com um modelo de confronto que facilitava o mano a mano ao colocar os candidatos frente a frente em púlpitos, o senador e o comandante travaram um curioso diálogo sobre alianças partidárias nesta disputa. Jorginho não conseguiu outras legendas para sua composição e encara o pleito em chapa pura do Partido Liberal, enquanto Moisés entregou as vagas de vice e senador para o Mdb e ainda trouxe Podemos, Avante, Psc e Democracia Cristã para seu comboio.

Jorginho ironizou a presença emedebista no palanque do governador, relacionando o partido que frequentou todos os governos estaduais que Santa Catarina vive desde 2003 com as milionária dívida da saúde que Moisés alardeia ter pago no primeiro ano de sua gestão.

– Ainda bem, governador, que o senhor não vai se reeleger. O senhor se coligou de novo com o pessoal que deixou essa aliança para o senhor. O senhor vive dizendo que deixou conta para pagar, R$ 600 milhões, e agora o senhor está abraçadinho com essa mesma gente que atrapalhou Santa Catarina.

Moisés não deixou barato e respondeu com ironia, citando a dificuldade de Jorginho em compor. O senador chegou a negociar com Podemos e Mdb, partido de sua suplente Ivete Appel da Silveira, viúva de Luiz Henrique da Silveira, sem sucesso. Também buscou parceria com o Progressistas, que lançou Amin na corrida sucessória.

– Sua praga não pega não, viu candidato? O senhor está isolado, né? O senhor não coligou porque ninguém lhe quis. Ninguém quer subir em cavalo manco, todo mundo quer apostar em cavalo que está indo bem, que corre bem.

A cena arrancou risadas até mesmo de Jorginho e virou meme pelas mãos do marketing governista. É o ensaio de um possível segundo turno. Em um cenário sem grandes favoritos, a situação de atual governador vivida por Moisés e a condição de candidato do partido do presidente Jair Bolsonaro ostentada por Jorginho, fazem de ambos os nomes óbvios na disputa pelo poder no Estado. As pesquisas que circulam – e as poucas divulgadas até agora – colocam a dupla em primeiro e segundo lugar numericamente, embora a presença próxima de Amin e Gean e o potencial de crescimento de Décio, atrelado a Lula, ameacem seriamente essa configuração.

Por enquanto, temos um esboço de um possível embate. O jogo para valer começa ser desenhado com os programas eleitorais.


Veja como foi a troca de farpas de Jorginho e Moisés:

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