Gean e o gesto para Júlio Garcia
O deputado estadual Júlio Garcia (Psd) estava à vontade no evento do União Brasil. Era o primeiro evento político após a decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça que anulou as provas colhidas contra ele na Operação Alcatraz. A situação foi citada no discurso de Gean Loureiro (Democratas, futuro União Brasil). O prefeito disse que saiu mais forte politicamente depois da Operação Chabu, quando chegou a ser preso acusado de integrar um esquema de troca de favores políticos por informações privilegiadas de investigações da Polícia Federal. A denúncia foi rejeitada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região por falta de provas.
“Acho que ontem foi para ti um dia tão feliz quanto aquele em que eu recebi um passaporte da honestidade no TRF-4, quando tu recebeu também do Stj. Hoje tu estás aqui, com a cabeça mais erguida, aplaudido por todos, admirado pela tua liderança e voltando essa tua retidão que a gente sempre admirou. Conte sempre com a minha lealdade, com a nossa amizade, com o nosso trabalho em conjunto.”
Gean Loureiro, desagravando Júlio Garcia.
Emedebistas no União
No entorno de Gean Loureiro há quem pense que o União Brasil pode ser um desaguadouro de emedebistas descontentes ou sem espaço. Na quarta-feira, circulava pelo primeiro encontro estadual do novo partido o ex-prefeito Édson Piriquito, de Balneário Camboriú. Ainda não deixou o Mdb, mas está muito próximo de aderir ao União para concorrer a deputado estadual, cargo que já exerceu entre 2007 e 2009. Outro emedebista cotado para ingressar na sigla é o ex-deputado federal Valdir Colatto.
Aliás
A tese do desaguadouro de emedebistas tem resistência no próprio Gean, que não quer azedar a relação com o partido que deixou em 2019.
Pé fora da base
As torneiras do Centro Administrativo devem dar uma emperrada quando se tratar do deputado estadual Ricardo Alba (Psl, futuro União Brasil). Não foi assimilado ainda o voto conrtário à criação dos incentivos para adesão de servidores ao fundo complementar de previdência SC Prev. Diante da exagerada polêmica causada pela interpretação de que o projeto trazia de contrabando uma aposentadoria especial para deputados estaduais e comissionados, Alba escolheu ser mais leal às redes sociais do que ao governo Carlos Moisés. Na quarta-feira, no encontro do União Brasil, ele discursou elogiando a pré-candidatura de Gean Loureiro.
O novo visual de Jorginho
Na quinta-feira, o senador Jorginho Mello recebeu o ministro Onyx Lorenzoni (Democratas do Rio Grande do Sul) para participar do XXII Fórum Nacional de Entidades Representativas dos Militares Estaduais e colocar a conversa em dia. Nos registros do encontro, chamou atenção a cabeça raspada do pré-candidato ao governo do Estado. Não é pagamento de promessa pela filiação do presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl) ao Partido Liberal e nem uma tentativa de atrair a deputada federal Angela Amin (Progressistas) para sua chapa. Jorginho fez um implante capilar.
Elogio do ministro
No encontro, o ministro Onyx Lorenzoni relembrou a época em que estava em construção a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro. Disse que convidou cerca de 30 deputados para um almoço sobre o tema e apenas cinco apareceram – incluindo o próprio Bolsonaro, o filho Eduardo Bolsonaro e Onyx. Dos dois que atenderam ao convite, disse o gaúcho, um era Jorginho Mello, na época deputado federal.
“Dos dois convidados que aceitaram o convite, um era o deputado Jorginho Mello. Então, aqui fica o meu respeito, a minha amizade e a minha gratidão eterna. Porque a partir daquele almoço o deputado e hoje senador Jorginho Mello se tornou um combatente com muita força e energia nos ajudando a conquistar mais deputados. Oito meses depois nós já tínhamos 120 parlamentares nos apoiando.”
Onyx Lorenzoni, que sempre citava naquela época ter uma lista de deputados que apoiavam Bolsonaro, mas não podiam se expor.
Quase correligionário
Onyx foi um aliado de Jorginho na empreitada de levar Bolsonaro para o Partido Liberal. Pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, ele tem como adversário pela condição de favorito do presidente o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas) e não queria Bolsonaro no 11. Situação semelhante a que vivia Jorginho com o senador Esperidião Amin (Progressistas) aqui no Estado. Com o Democratas prestes a virar União Brasil e engrossar as fileiras da terceira via, o Pl deve ser o destino de Onyx.