João Rodrigues e a gratidão a Moisés
Dois dias depois de anunciar que está fora do jogo da sucessão, o prefeito chapecoense João Rodrigues (Psd) recebeu o sorriso farto, o abraço apertado e a promessa de alguns milhões de reais do governador Carlos Moisés (ex-Psl). No encontro realizado nesta quinta-feira, a prefeitura de Chapecó aderiu ao ambicioso Plano 1000 para receber R$ 227 milhões no prazo de cinco anos. A ideia é investir os recursos no historicamente aguardado Contorno Viário Leste, entre outras obras.
“Temos uma gratidão com o governo do Estado pois para Chapecó não tem faltado recursos.”
João Rodrigues, gratíssimo.
Entreouvidos
Havia a expectativa de que João Rodrigues anunciasse desde já seu apoio à reeleição de Moisés em 2022. Se anunciou, foi entre quatro paredes e longe dos microfones. Mas o pessoal do governo voltou bem animado de Chapecó.
Colombo acha normal saída de João Rodrigues
Liguei para o ex-governador Raimundo Colombo (Psd) para perguntar sobre a decisão de João Rodrigues (Psd) de abdicar da condição de pré-candidato a governador pelo Psd. O pessedista, também pré-candidato, disse que entende a decisão do colega de partido no sentido de que é difícil levar adiante a renúncia no primeiro mandato. Evitou polemizar. Antes que a ligação caísse – Colombo estava na estrada – perguntei o que ele acha da possível chapa com o ex-presidente Lula (Pt) e o governador paulista Geraldo Alckmin (ex-Psdb), apoiado por ele nas eleições presidenciais de 2006 e 2018. Trago a resposta:
“Eu não gosto dessa junção, para mim foi uma decepção muito grande, fiquei muito triste. Até entendo a necessidade de união de forças, a busca de saídas para o país, mas não esse arranjo personalista, sem propostas, sem programa. A mensagem tem que vir antes das pessoas.”
Raimundo Colombo (Psd), chateado com o amigo Geraldo Alckmin
Vampiro termina o ano entre ônibus e notebooks

Foto: Gabriel Duwe de Lima, Divulgação.
Secretário estadual de Educação e deputado estadual licenciado, Luiz Fernando Vampiro (Mdb) está sorrindo de orelha a orelha neste final de ano. Nesta quinta-feira, ele fez em Palhoça a entrega dos primeiros 66 ônibus escolares para uma plateia de prefeitos e autoridades. Ao todo, serão 300 veículos, ao custo de R$ 86,4 milhões. Na terça-feira, junto com o governador Carlos Moisés, entregou notebook a 1.473 professores da rede pública estadual, além de 4.570 tablets para os laboratórios de tecnologia das 125 unidades escolares da rede estadual na Grande Florianópolis.
Aliás
Não é amigo de Vampiro quem espalha a história de que ele vai trocar a disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados por uma cadeira confortável no Tribunal de Contas (Tce).
Mais um político em agência
Na quarta-feira, o governador Carlos Moisés deu posse a João Carlos Grando no comando da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Aresc). A Aresc fiscaliza e orienta a prestação dos serviços públicos concedidos, e edita normas técnicas, econômicas e sociais para a regulação. A agência tem autonomia administrativa, financeira, técnica, patrimonial e de estabilidade dos mandatos de seus dirigentes. Mandato cobiçado porque vale por quatro anos – ou seja, o próximo governador, Moisés ou outro, não poderá exonerá-lo. A Aresc foi criada no governo de Raimundo Colombo com a fusão das antigas Agesc e Agesan, órgãos sempre apinhados por políticos aposentados. A Aresc não fugiu à regra: seu primeiro presidente foi o ex-deputado estadual Reno Caramori. Grando pe mais jovem, mas vem da política: foi Secretário Regional de São Miguel do Oeste e disputou as últimas duas eleições. Perdeu a eleição para prefeito de São Miguel do Oeste ano passado e ficou com a sétima suplência do Mdb na disputa pela Assembleia Legislativa em 2018.
Voto não faltou
Um adendo curioso. Sétima suplência de um partido do tamanho do Mdb não é desabonador. José Carlos Grando teve 22,6 mil votos para deputado estadual, mais do que os eleitos Fabiano da Luz (Pt) e Ivan Naatz (Pl). A matemática da urna é complexa.