Prefeito de Chapecó e cotado para disputar as eleições estaduais em 2022, João Rodrigues escancarou o que ninguém fala em voz alta: o PSD está apoiando o governo de Carlos Moisés (PSL). Entrevistado desta segunda-feira no quatro Plenário, na Rádio Som Maior, o pessedista falou aos jornalistas Upiara Boschi e Adelor Lessa que acredita nas chances do partido voltar ao governo do Estado nas próximas eleições, mas não descartou a possibilidade de apoiar a reeleição do atual governador.
– Temos o nome do Napoleão (Bernardes, ex-prefeito de Blumenau), o ex-governador Raimundo Colombo. Temos também o governador Moisés, que não é do nosso partido, mas o PSD tem apoiado. Não participamos oficialmente do governo, mas inegavelmente temos o secretário da Casa Civil (Eron Giordani), que é o braço direito do governador. Não podemos negar isso. A hipocrisia na política acabou – disse João Rodrigues.
Oficialmente, o PSD aprovou no final do ano passado uma resolução de independência em relação à gestão de Moisés em que pedia a licença dos filiados que eventualmente participassem da gestão – caso de Giordani, ex-chefe de gabinete do deputado estadual Júlio Garcia (PSD) quando presidente da Assembleia Legislativa. Nos bastidores, lideranças do PSD trabalharam para que o governador sobrevivesse ao segundo processo de impeachment. No entanto, o ex-governador Raimundo Colombo é veementemente contrário a aproximação.
João Rodrigues não rejeita a aproximação e diz que Moisés é “um homem do bem que no começo do mandato passou por momentos difíceis” por falta de experiência, mas que “é um governo que arrumou o caixa do Estado”. Ele ressalta que nunca participou de conversas sobre apoio do PSD a Moisés em 2022 – hipótese remota no cenário atual. O prefeito chapecoense entende que é cedo para falar em composições políticas usa o exemplo das eleições de 2018, quando o partido teve Gelson Merisio (ex-aliado, hoje no PSDB) como candidato a governador.
– Candidato a governador não é líder político que define, o povo tem que querer. Acabou a história de empurrar goela abaixo candidaturas. Maior exemplo foi a última eleição. Ganhou Moisés e perderam todos aqueles que forçaram a barra.
Na entrevista, João Rodrigues disse estar à disposição para concorrer em 2022, mas afirmou que só deixa a prefeitura de Chapecó para disputar o governo do Estado. O pessedista avalia que a eleição estadual será vinculada à polarização nacional entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT).
– É uma eleição que não vai ter terceira via no Brasil. Ou você vai querer Lula ou é Bolsonaro. Plano A e plano B. Meu plano está formado. Vou andar alinhado ao projeto nacional do presidente Bolsonaro.
Ouça a íntegra da entrevista:
Ouça Upiara Boschi na Som Maior, de segunda a sexta, entre 7h30 e 8h.
Sobre a foto em destaque:
João Rodrigues diz que é cedo para falar em candidaturas, não descarta apoio do PSD à reeleição de Carlos Moisés (PSL) e garante que só entra no ônibus da eleição de 2022 se for o motorista. Foto: Prefeitura de Chapecó, Divulgação.