O deputado estadual João Amin (Progressistas) está com saudade de votar no 11 para o governo do Estado. Em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta sexta-feira, o parlamentar filho do senador Esperidião Amin e da deputada federal Angela Amin, disse que o desejo de que o partido seja novamente cabeça-de-chapa em Santa Catarina é majoritário dentro do partido, descartou conversas sobre apoio ao senador Jorginho Mello (Pl) e disse que o governador Carlos Moisés (ex-Psl) é bem-vindo, mas que não existe chance de composição com o tradicional rival Mdb. 

Na conversa com os jornalistas Adelor Lessa e Upiara Boschi, o deputado estadual afirmou que as definições de cenário ficarão mais claras quando o governador e o presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl) definirem seus novos partidos. Mas afirmou que independentemente dessas posições, o Progressistas (Pp) terá candidatura ao governo.

– Enquanto eles não definirem os seus partidos, o cenário fica um pouco esquisito, vamos dizer assim. Independente dessas filiações, o nosso partido vai ter o candidato a governador. Quem vai ser, se vai ser o (Jorge) Boeira, se vai ser o Esperidião, se vai ser o João Rodrigues (hoje no Psd), se vai ser o Joares Ponticelli, cada um tem uma torcida, um palpite e até uma certeza. O governador Moisés eu nunca ouvi falar que ele queria vir para nosso partido, só a imprensa falou. Nunca teve uma reunião de executiva para falar da filiação do Moisés, mas pode ter um partidário nosso, um companheiro nosso, com esse desejo. E pode ter um outro também que não queira.

João Amin rejeitou a possibilidade de que o Pp apoie Jorginho Mello para governador, indicando a vaga de vice na chapa do senador do Pl – que deve ser o partido do presidente. Para ele, “Bolsonaro não vai ficar triste se tiver mais de um palanque aqui para ele em Santa Catarina.” 

– Não tem essa conversa, não tem. Nunca participei de conversa para ser vice. Agora estão falando até na dona Ângela (vice de Jorginho). Nunca houve essa conversa e ela geralmente não esconde o jogo de mim como o senador esconde. Ela, eu não preciso ler na imprensa (risos). Eu vou votar no 11 para governador. Qualquer reunião microrregional que a gente faz querem o 11, exigem o 11. Até brigam com a gente, que é a melhor briga que tem, pela paixão que a gente tem.

Sobre Moisés, o deputado estadual não descarta uma aproximação, mas deixa claro que a ideia ventilada pelo governador de ter os tradicionais rivais Pp e Mdb na mesma chapa não deve se concretizar.

– Essa questão de polarização nacional aí, agora muito arraigada em Bolsonaro e Lula, esquerda e direita, aqui em Santa Catarina já existe há muito mais tempo que é o Pp com o Mdb. Não tem como ele conseguir compor nisso. Pode compor em cima, mas a base não vai aceitar. Já deu errado. Já deu errado em Florianópolis, já deu errado em Tubarão. Quando se fala nisso, não é para ofender. Eu tenho grandes amigos no Mdb.

João Amin brincou que costuma saber pela imprensa das movimentações políticas do pai, como as conversas com o prefeito chapecoense João Rodrigues para possível filiação ao partido para concorrer ao governo. Ele defendeu a candidatura de Esperidão e disse que hoje o cenário interno está mais favorável do que em 2018, quando parte do partido defendia aliança com Gelson Merisio (Psd na época, hoje Psdb), que acabou se concretizando.

– Hoje o partido é a mesma coisa. É óbvio que tem um pessoal que quer mais o Jorginho Mello, um pessoal que é mais Moisés e um pessoal que quer a candidatura do Esperidião. Só mudou isso. E posso dizer que na executiva estadual acho que o Esperidião conseguiu mais uns apoios, está melhor que em 2018. Mas ele, muito serenamente, ele apoia e viajaria com Joares, conversa com João Rodrigues, conversa com outros partidos. O cenário é muito positivo para a gente.

João Amin não concorda que a candidatura do Pp, especificamente a de Amin, dependesse da filiação de Bolsonaro ao partido. Chegou a ironizar que “há outros que dependem muito mais disso do que o nosso partido” – referência clara à construção de Jorginho.

– Eu acho que ninguém do partido pode concordar em ter uma dependência de uma possível filiação para que o projeto que a gente vem construindo aconteça. Isso eu não concordo de jeito nenhum. É óbvio que por Santa Catarina ser um Estado que teve o Bolsonaro uma votação tão estridente em 2018, a sua maior votação proporcional, todos acreditam que mesmo ele baixando não vai baixar tanto. Se fez 76% em 2018, vai fazer 60%, 55%, 65% dependendo da avaliação que se faça no momento. É óbvio que isso daria um combustível a mais para a nossa candidatura. E havia, obviamente, a torcida de grande parte do partido para que ele voltasse. O senador Esperidião Amin sempre falou: “ninguém se perde no caminho de volta”. Mas isso é um aspecto que influencia bastante, mas não é o único. A nossa definição não pode ter essa dependência. Há outros que dependem muito mais disso do que o nosso partido.

Ouça a íntegra da entrevista de João Amin à Rádio Som Maior:


Sobre a foto em destaque:

O deputado estadual João Amin (Progressistas) foi entrevistado no estúdio da Rádio Som Maior nesta sexta-feira. Foto: Vitor Netto, Som Maior.

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