Se confirmar o favoritismo e for eleito governador no segundo turno, o senador Jorginho Mello (Partido Liberal) vai reencontrar no dia 1º de janeiro de 2023 uma lista que já conta com sua assinatura. Em 9 de outubro de 2009, há exatos 13 anos, o então deputado estadual Jorginho Mello, à época no Psdb, assinava o livro de posse dos governadores de Santa Catarina. O ato aconteceu em sua cidade natal, Herval d’Oeste, e foi uma concessão política do então governador Luiz Henrique da Silveira (Pmdb) para aquele que respondia na época pela presidência da Assembleia Legislativa.
O deputado estadual fazia parte da ampla base de apoio do governo do segundo mandato de Luiz Henrique e havia conquistado o comando do parlamento estadual em divisão de mandato com Gelson Merisio (Democratas na época). Cabia a ele o primeiro ano, 2009. O governador peemedebista tornara hábito a dança de cadeiras no governo do Estado para, como dizia, prestigiar o Legislativo e o Judiciário, fazendo verdadeiras engenharias de licenças coletivas para permitir que presidentes de ambos os poderes passassem simbolicamente alguns dias no comando do governo estadual.
Para a posse de Jorginho Mello por 11 dias, Luiz Henrique partiu em missão oficial por países da Europa, enquanto o vice-governador Leonel Pavan (Psdb) viajou para a América do Norte. A posse em Herval d’Oeste, disse o próprio LHS em seu discurso, representavam uma homenagem ao povo do Meio Oeste e Oeste, à Assembleia Legislativa e ao próprio parlamentar. O local foi a Praça da Estação Ferroviária, que Jorginho sempre cita como o lugar em que vendia doces quando criança.
Como era comum nesses momentos, Luiz Henrique deixava a caneta de governador com alguma tinta para o interino assinar repasses de recursos para seus rincões. Jorginho assinou termos de compromisso, lançou ordens de serviço e fez entregas em Chapecó, Joaçaba e Treze Tílias. O momento que mais chamou atenção na curta passagem de Jorginho pelo comando do Estado aconteceria três dias após a posse, em Campos Novos, com a queda do palanque em que se agrupavam as autoridades cerimônia de celebração do dia de Nossa Senhora Aparecida. O governador interino fraturou a tíbia e chegou a ser hospitalizado, mas manteve a agenda.
No período em que esteve no Executivo, Jorginho Mello apresentou dois projetos de lei, uma medida provisória e seis projetos de lei complementar, além de sancionar cinco novas leis. Entre elas, o projeto de sua autoria como parlamentar que determinou o uso de 0,3% do FundoSocial para o financiamento de bolsas de estudo integral em instituições de ensino superior do sistema Acafe e particulares. Hoje, como candidato a retornar como titular ao governo do Estado, Jorginho promete comprar todas as vagas da Acafe.
– Gostei muito da interinidade, ser governador deste Estado é apaixonante – disse Jorginho ao devolver o cargo a Luiz Henrique.
Sobre a foto em destaque:
Jorginho Mello assume o termo de posse como governador em 9 de outubro de 2009, sob olhar de Luiz Henrique e aliados. Foto: Agência Al.