O deputado federal Jorge Goetten (PL) coordenou, nesta terça-feira, uma audiência pública que debateu o impacto da taxa de juros e da inflação sobre as micro e pequenas empresas. A discussão aconteceu na comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara Federal.

O parlamentar tem sublinhado as preocupações do governo federal coma trajetória da elevação da taxa de juros no país.

– O Brasil é recordista e tem a maior taxa de juros reais do mundo. Isso desencoraja os investimentos e torna o crédito mais caro, tanto para as empresas quanto para o cidadão, para as nossas famílias. Por isso a importância e a urgência de debater e aprofundar o tema com entidades do setor – disse.

O presidente da Fecomércio/SC, Hélio Dagnoni, afirma que o índice de dificuldade empresarial é diretamente afetado pelo ambiente econômico. Segundo ele, “os empresários sinalizam que a inflação e a perda de poder de compra dos consumidores são dois dos principais fatores que mais dificultam a atividade dos empresários de pequeno porte”.

Já o presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (COMICRO), José Tarcísio da Silva, alerta para a questão da renegociação de dívidas.

– É importante que se faça uma espécie de ‘Desenrola’ para os pequenos empreendedores que se encontram em situação de inadimplência. A maioria não pagou porque não tinha condições. Teve que vender bens pra tentar quitar dívidas.

O Banco Central, por vez, foi representado pelo Diretor de Relacionamento, Maurício Costa de Moura, que explicou que a entidade tem feito um “pouso suave” no combate à inflação e tem considerado a atividade das pequenas empresas neste movimento. Para justificar, usou a pandemia como exemplo.

– Naquela época, se não tivéssemos considerado a atividade dos pequenos negócios, com a inflação que se tinha, a taxa Selic teria facilmente batido os 20 por cento.

Dentre as entidades participantes da audiência, também estiveram a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Confederação das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais (Conampe), a Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Sebrae e BNDES.


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Foto: Divulgação.

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