O prefeito Gean Loureiro, de Florianópolis, já tem um partido novo em folha e data para deixar o cargo. Para confirmar a candidatura a governador de Santa Catarina falta consolidar a aliança e chegar a um entendimento interno com o ex-governador Raimundo Colombo (Psd), também pré-candidato. Para falar desse momento, Gean Loureiro foi entrevistado na manhã desta segunda-feira no quadro Plenário, na Rádio Som Maior, pelos jornalistas Upiara Boschi e Adelor Lessa.

Com a confirmação pelo Tribunal Superior Eleitoral (Tse) da fusão entre Democratas e Psl, semana passada, o prefeito se prepara para assumir o comando estadual do União Brasil. Nacionalmente, será a legenda com maior tempo de horário eleitoral e fundos partidário e eleitoral, mas é um partido ainda em formação no Estado. Nesta segunda-feira, seria realizada a primeira reunião. Gean assumirá a presidência, mas promete compartilhar a gestão com o deputado federal Fábio Schiochet, que presidia o extinto Psl em Santa Catarina. A meta é estabelecer 200 comissões provisórias no Estado.

Sobre a candidatura ao governo, Gean quer manter o diálogo com outros partidos, especialmente o Podemos e o Psd, para estabelecer até março uma convergência. Segundo o prefeito, quem tiver o nome com maior viabilidade eleitoral terá o apoio dos demais – e, se ele não for o escolhido, a opção é uma candidatura a senador. O pré-candidato do Podemos é o prefeito Fabrício Oliveira, de Balneário Camboriú, mas nas bolsas de aposta a disputa pela cabeça de chapa da provável coligação é entre Gean e Raimundo Colombo. O prefeito garante estar em sintonia com o líder pessedista.

– Tenho conversado muito com o ex-governador Raimundo Colombo. Uma pessoa experiente, que fez um bom governo. A gente tem colocado de maneira muito despojada se for um ou for outro, nós vamos estar juntos nesse projeto. O que temos que levar em conta diversos critérios, que não são apenas pesquisas quantitativas, que são retratos de momento. Pesquisa qualitativas, avaliando potencial de crescimento, rejeição, tudo isso tem que ser levado em conta. E, também a capacidade de unir ainda mais todo esse grupo. A gente vem construindo isso com muita humildade e entendendo que às vezes é melhor ganhar com quem está melhor do que perder com a sua candidatura – disse.

A renúncia à prefeitura é certa e tem data: 31 de março. Ele garante que o vice Topázio Silveira Neto (Republicanos) está preparado para tocar a gestão, que, segundo Gean, já é feita “a quatro mãos”. Lançou, no entanto, um alerta ao Republicanos – partido que tem sido disputado por ele, pelo governador Carlos Moisés (ex-Psl) e pelo senador Jorginho Mello (Pl) para seus projetos.

– Topázio está no mesmo projeto em que eu estou. É óbvio que se o governador filiar ao Republicanos, não tem como ele permanecer no partido – afirmou.

Questionado sobre o Plano 1000, que prevê repasses bilionários para prefeituras pelos próximos cinco anos, Gean ironizou que “em outras épocas não se podia assumir compromissos para novas gestões” e apontou que “80% do Plano 1000 será executado pelo futuro governador”. Elogiou a ideia de trabalhar em conjunto com os municípios, mas alertou que a realidade econômica do Estado pode não ser a mesma nos próximos anos e que os repasses às prefeituras não podem comprometer a capacidade do governo estadual tocar suas responsabilidades e nem abrir mão do papel de líder.

– Queremos trabalhar para que a arrecadação continue sendo suficiente para manter. Agora, o Estado não pode deixar de fazer sua obrigação.

Ouça a íntegra da entrevista:


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Foto: Facebook de Gean Loureiro.

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