O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) deflagrou nesta quinta-feira a operação Fundraising para desarticular uma organização criminosa que teria fraudado diversos processos licitatórios e movimentado mais de R$ 18 milhões em recursos públicos em pelo menos 146 cidades de Santa Catarina.

A investigação, realizada pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina, pelo GAECO e pelo Grupo Especial Anticorrupção (GEAC), apura práticas realizadas por organização criminosa que, por meio de diversas empresas de fachada ou pessoas físicas utilizadas como “laranjas”, influenciavam e direcionavam a construção de editais de licitação encaminhando modelos para serem aplicados por instituições públicas.

Em foco está a captação de recursos juntos a órgãos legislativos com sede em Brasília, com a elaboração e acompanhamento de projetos voltados para municípios catarinenses de pequeno porte. A investigação do MPSC encontrou, além de indícios de fraudes licitatórias, indícios de contraprestação financeira a agentes públicos visto que, por diversas vezes, as empresas contratadas não realizaram o serviço contratado.

A organização teria concorrido e vencido 308 certames, celebrando contratos com 146 municípios catarinenses, dos quais foram pagos, segundo a investigação, um montante superior a 18 milhões de reais. Os crimes investigação são organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa e fraude em licitação.

Em campo, as equipes cumprem 16 mandados de busca em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Gravatal e em Brasília. A operação conta com o apoio técnico do GAECO e Centro de Inteligência do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para o cumprimento das diligências na capital federal. Os mandados foram expedidos pela quarta câmara criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

A operação foi intitulada com “Fundraising”, expressão que se refere a uma metodologia que visa desenvolver processos para facilitar a captação de recursos.


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Foto: Divulgação/MPSC.

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