Como “maior ativo” do União Brasil, Gean Loureiro deve retornar à presidência estadual do partido quando desembarcar de volta ao Brasil. Segundo com o deputado federal Fábio Schiochet, presidente da legenda em Santa Catarina desde julho, quando Gean foi à Austrália para especialização, o União está sendo construído “a quatro mãos” e já desenha estratégias para o futuro político do ex-prefeito de Florianópolis.
Em entrevista a Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi no quadro Plenário, da rádio Som Maior nesta sexta-feira, Schiochet diz que contrário à expectativa de que o partido sofreria um racha após as eleições, todos os atores que integram a base estão alinhados para as eleições municipais de 2024 – a exemplo do médico criciumense Aníbal Dário, que saiu do MDB para se filiar ao União Brasil pensando no ano que vem.
– O pessoal apostava que depois da eleição, eu e o Gean iríamos quebrar o pau, um ia derrubar o outro. Mas pelo contrário, logo depois da eleição, começamos essa construção novamente do União Brasil. Então quando falamos que o partido é construído a quatro mãos, é verdade. O Gean deve retornar no final de novembro, mas é um novo momento do União Brasil com os mesmos atores. Quando o Gean voltar, ele continua auxiliando a gente nessa construção. É o nosso grande líder e é o maior ativo que nosso partido tem hoje.
Apesar de chamar “precoce” as tratativas de uma pré-candidatura de Gean ao governo do Estado – ou composição em qualquer função na majoritária, a ideia é levar o ex-prefeito para o interior catarinense para desbancar a polarização política que norteou as últimas eleições. Schiochet diz que “os moldes tradicionais não voltam mais”, e que a “turma do 22, a turma do 13 e a turma da máquina” vêm para ficar – assim, é preciso voltar à base para se postar como opção aos catarinenses.
– Nosso papel como partido é levar o Gean para a base. Ele é muito conhecido na grande Florianópolis, naquele cinturão do litoral, mas levar ele para o interior. Ele participa sempre de nossas caravanas, mas nosso papel é levar o Gean para o interior para cada vez mais o catarinense conhecer ele. Claro que se tiver hoje uma construção pra majoritária, o nome do União Brasil é o nome do Gean Loureiro.
Outro tema na agenda de Schiochet – embora garanta não estar preocupado, é o processo que sofre na Justiça Eleitoral por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022, movido pelo ex-deputado estadual Ricardo Alba, primeiro suplente do União Brasil na bancada federal catarinense. Por cerca de 700 votos, Alba não conseguiu a segunda vaga pelo União Brasil na Câmara Federal.
– É o choro do derrotado. Não consegue fazer os votos suficientes e aí vai pro Judiciário para tentar alterar o resultado de uma eleição, que por conta de preguiça do candidato, pois fizemos a segunda cadeira e o então ex-deputado Ricardo Alba não conseguiu fazer 700 votos, que era o mínimo. Tenho confiança no Judiciário catarinense e tenho certeza que o choro dos derrotados não vai ser ouvido naquele tribunal.
Sobre os primeiros meses de Jorginho Mello (PL), o parlamentar poupa críticas – dizendo que é necessário dar mais tempo à gestão, embora não se possa mais “perder tempo rebatizando programas enquanto as obras estão paradas”.
– Era momento de ele tomar pé do Estado. Esses primeiros seis meses, vou dar um exemplo simples, na BR-280, onde houve investimento de R$ 180 milhões na gestão do ex-governador Moisés (Republicanos), e todos sabem que sou um crítico ao ex-governador, mas essa obra começou e quase acabou. Faltavam só sete obras de arte, e até agora não começou nenhuma obra de arte e a paralização ainda acontece. Mas estou vendo agora ele lançando os programas novos, botando a digital dele. Temos que dar tempo. Tivemos candidato, o catarinense não nos escolheu, e não adianta agora irmos para a torcida da oposição.
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Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados.