Após ordem da Justiça feita na madrugada desta terça-feira para que as rodovias que cortam o Estado fossem desobstruídas, 36 pontos de bloqueio ainda permanecem monitorados por Santa Catarina, além de pontos onde manifestantes ensaiam participação. O documento ainda permite ao Estado multar em R$ 10 mil os descumpridores em caso de pessoa física e R$ 100 mil à jurídica. Durante o pico, foram registrados 54 bloqueios, segundo número da Polícia Rodoviária Federal. As barreiras começaram no domingo, após vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Pt), com manifestantes aguardando pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal). Ele ainda não se manifestou sobre a derrota nas urnas.

Com risco de prejuízos para a economia catarinense, o Estado se mobiliza para retomar o movimento nas rodovias estaduais. Segundo o subprocurador-geral de Justiça do MP de Santa Catarina, Luciano Naschenweng, as estruturas do órgão estão à disposição para que as medidas que atendem as decisões judiciais sejam cumpridas o mais rapidamente possível.

– Estamos mobilizando a estrutura de todos os promotores do Estado e colocando à disposição a estrutura Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de Santa Catarina (Gaeco-SC) para fazer a investigação e a identificação dos infratores.

O atual governador Carlos Moisés (Republicanos) afirmou, por meio das redes sociais, que “as forças de segurança estão atuando para desbloquear todos os pontos de interdição das rodovias. Todos os meios legais e necessários serão empregados para garantir a segurança das pessoas e o livre trânsito de pessoas e veículos”.

Para que a mobilização surta efeito, as forças de segurança atuantes seguem com trabalho de negociação com manifestantes, em razão da presença de “mulheres, crianças e idosos”, segundo o comandante geral da Polícia Militar de Santa Catarina, cr. Marcelo Pontes, em coletiva de imprensa realizada na sede da Defesa Civil, em Florianópolis.

– Esse trabalho está sendo feito desde a manhã dentro do uso progressivo da força. Primeira etapa é a negociação extrema. Paralelo a isso também estamos identificando veículos que estão envolvidos para aplicarmos a multa de trânsito e também a multa judicial. Estamos cumprindo dessa forma, com convencimento diante das consequências desse movimento para a sociedade catarinense. Esperamos que até o fim do dia isso gere efeitos e não precisaremos do uso da força, que faremos em último caso, se necessário.

O secretário estadual da Saúde, Aldo Neto, demonstrou preocupação com os impactos na saúde gerados pelos bloqueios, principalmente em razão da distribuição de vacinas por parte do Estado aos municípios.

– Estamos desde ontem de manhã sem distribuição de vacinas, como a distribuição é diária, isso vai impactar depois na ação final. Principalmente sobre cirurgias, lembrando que temos cidades para polos de saúde e as pessoas não estão conseguindo se deslocar.

Como observado pelo jornalista Ânderson Silva, da Nsc Comunicação, na coletiva também estava um representante da Polícia Rodoviária Federal, que levantou e foi embora pouco antes da rodada de perguntas.

A situação se estende assim como o silêncio do presidente, que deve se pronunciar em poucos minutos.

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