O modelo das Transferências Especiais Voluntárias enviado pelo governador Jorginho Mello (PL) à Assembleia Legislativa na terça-feira seria um “Pix de Moisés” de roupagem nova. A avaliação é do presidente estadual do PSD e ex-secretário da Casa Civil Eron Giordani, que participou da concepção do modelo que permitiu a criação do repasse de recursos do Estado para os municípios nos mesmos moldes desburocratizados das emendas impositivas dos deputados estaduais. Em entrevista a Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi no quadro Plenário, da rádio Som Maior nesta quarta-feira, ele antecipou que o projeto enviado ao parlamento surgiu da pressão de prefeitos, deputados estaduais e do Tribunal de Contas (TCE) para regularizar os repasses atrasados aos municípios.

O encaminhamento do projeto surgiu em uma reunião, na semana passada, com protagonismo dos deputados Marcos Vieira (PSDB) e Júlio Garcia (PSD) e relatoria de um membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O governo teria insistido em interpretações “autoexplicativas” do Tribunal de Justiça (TJ-SC) e do TCE e, a partir disso, a ideia surgiu para “mudar a narrativa”.

– Chamo de “lei da teimosia”, porque vai fazer a mesma coisa com outro nome. Se criar um quadro do antigo e do depois, como era o Pix e como será o TEV, o que vai mudar é o nome e a gente perdeu nesse período todo na elaboração de obras para o Estado, que aguarda há muito tempo. Os prefeitos aqui sofreram muito com isso, mas agora, com a cobrança forte de membros do PSD, a solução está sendo apresentada.

Outro tema abordado foi a brincadeira de Ricardo Guidi (PSD), empossado como secretário do Meio Ambiente e Economia Verde na segunda-feira, de que os colegas de partido que não foram à cerimônia estariam “fora da cidade ou dando banho na sogra”. O presidente da legenda minimizou a frase, mas sublinhou a decisão do PSD de se afastar de uma construção da qual não participou.

– Eu não vi a necessidade de representação institucional em um evento que o partido não foi ouvido, que o partido não participou da construção. Se tratou de uma decisão meramente pessoal do deputado Guidi de assumir uma pasta no governo do Estado. A declaração do deputado foi um momento de infelicidade. Não combina com o histórico do Ricardo, é aquele famoso minuto de bobeira.

Questionado sobre a permanência e o clima para o agora secretário de Estado dentro do PSD, Giordani diz que é de interesse mantê-lo na sigla – Guidi, além de presidir o partido em Criciúma e o coordenar em toda a região Sul de Santa Catarina, se bota como pré-candidato à prefeitura de Criciúma.

– O deputado conquistou seus mandatos dentro do PSD. Essa decisão pessoal de integrar o governo merece uma avaliação profunda por parte dele, não do partido. O partido deseja, claro, mantê-lo no projeto. Ele tem suas aspirações pessoais que são legítimas e tem que buscar o caminho que entender adequado para torna-las efetivas.


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Eron Giordani, presidente estadual do PSD. Foto: Felipe Carneiro, Divulgação.

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