A 11 dias das eleições, programadas para o dia 2 de outubro, a arrecadação dos candidatos ao Governo do Estado reflete uma disputa acirrada. Até a manhã desta quarta-feira, a soma bruta do valor de todos os ingressos de recursos destinados às campanhas dos dez postulantes à Casa d’Agronômica superou os R$ 25,5 milhões, dos quais 86,6% são provenientes de recursos públicos que vêm do Fundo Partidário ou do Fundo Eleitoral, o chamado “fundão”. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (Tse).
Em primeiro lugar disparado na arrecadação está o senador Jorginho Mello (Partido Liberal) com R$ 9,43 milhões. É o dobro do segundo colocado e representa um salto de R$ 3,29 milhões em comparação ao mês passado. No dia 8 deste mês, ele recebeu mais R$ 3 milhões da direção nacional do Partido Liberal, que por vez retirou o dinheiro de seu fundo partidário.
Esperidião Amin (Pp/Psdb-Cidadania/Ptb) ainda aparece na segunda posição em relação ao primeiro levantamento do Upiara.Online. Até agora, o pepista declarou R$ 4,97 milhões, dos quais R$ 4,8 são provenientes do diretório nacional do Progressistas, recurso vindo do fundo eleitoral. Também há R$ 85 mil recebidos da direção nacional do Psdb, partido de seu vice, Dalírio Beber. O valor total corresponde a pouco mais da metade do dinheiro investido na campanha de Jorginho. No entanto, é o dobro do que declarado pelo candidato no mesmo período do mês passado, quando havia registrado R$ 2,34 milhões. Neste meio tempo, o candidato recebeu outros R$ 2,51 milhões do fundo eleitoral da direção nacional do Progressistas.
Candidato à reeleição, Carlos Moisés (Republicanos/Mdb/Podemos/Avante/Psc/Dc) está em terceiro lugar no ranking até o momento, com R$ 3,98 milhões. Pouco menos da metade – R$ 1.8 milhão – veio da direção nacional do Republicanos e 6% da direção estadual da legenda. No primeiro levantamento, a maior parte das doações era proveniente de empresários do Sul do Estado.
Gean Loureiro (União/Psd/Patriota) também teve sua campanha impulsionada por recursos públicos, por mais que os valores tenham estacionado. Até o momento, ele conseguiu R$ 3,39 milhões arrecadados pela direção nacional do União Brasil, pagos em dois repasses distintos de fundo eleitoral. Outros R$ 10 mil vieram do diretório estadual da legenda, pelo fundo partidário. O valor total pouco difere do verificado no dia 29 de agosto, quando Gean possuía R$ 3,37 milhões disponíveis para uso.
A campanha de Décio Lima, que concorre pela coligação que reúne (Pt/Psb/PC d B/Pv e Solidariedade), recebeu um total de R$ 2,51 milhões, com o diretório nacional do Pt investindo o total de R$ 2,5 milhões em duas parcelas de R$ 1,25 milhão – recursos do fundo eleitoral. O petista também dobrou a arrecadação em comparação a agosto.
Candidato do Pros, o defensor público Ralf Zimmer estreia no levantamento com a arrecadação de R$ 600 mil enviados pela direção nacional do partido. A origem dos recursos é o fundo eleitoral.
Odair Tramontin (Novo) mantém o discurso de seu partido, cujo pilar central na estratégia de atrair os eleitores é a não utilização de dinheiro público em campanha eleitoral. Até o momento, Tramontin recebeu o total de R$ 445 mil divididos em 72 doações. O ex-promotor também teve grande salto no número líquido de arrecadações, com acréscimo de R$ 302 mil. Parte do dinheiro veio do diretório estadual do Novo, originários de uma doação do empresário Wolfgang Rudolph.
Figurando como o menor montante entre os principais candidatos, Jorge Boeira (Pdt) aparece com R$ 228,8 mil arrecadados até o momento. O empresário do setor mecalmecânico é o grande doador da própria campanha, com R$ 218,8 mil declarados até o momento. Os outros R$ 10 mil vieram da filha. O valor dobrou em comparação ao mesmo período do mês passado.
(Errata: o número informado pela reportagem inicialmente, R$ 188 milhões, correspondia à arrecadação de todos os candidatos de Santa Catarina, não apenas das candidaturas a governador)