A reunião do ex-deputado estadual Gelson Merisio (ex-Psdb) com o ex-presidente Lula (Pt) em São Paulo foi um dos assuntos mais comentados na semana que passou. Articulador do encontro, o presidente estadual do Pt e ex-deputado federal Décio Lima foi entrevistado na manhã de sexta-feira no quadro Plenário, da Rádio Som Maior, para falar sobre o significado da adesão do segundo colocado nas eleições para o governo estadual em 2018 à frente de esquerda – que ele prefere chamar de frente democrática. Na entrevista a Adelor Lessa e Upiara Boschi, o petista disse que a vinda de Merisio para o projeto, assim como a do ex-deputado federal Jorge Boeira (ex-Progressistas) e do senador Dário Berger (Mdb), traz a mesma simbologia da construção que deve fazer do ex-tucano Geraldo Alckmin candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
– O conceito que nós estamos dando para esse momento da democracia brasileira. Por exemplo, a vinda do Alckmin. Isso tudo tem uma simbologia conceitual. O que significa? Significa que o Brasil precisa fazer essa travessia. Isso que o presidente Lula colocou. Ele disse que os espaços que ele está construindo não são para sectarizar, para se isolar, para se fechar em si. Ele mesmo diz que não é mais um candidato só do Pt, que é candidato para produzir um sentimento de paz no país, uma pauta de retomada no país – afirmou Décio, quando perguntado sobre o que Lula havia dito a ele e a Merisio nas duas horas de conversa de quarta-feira.
Para Décio Lima, a adesão de Merisio, Boeira e Dário ao palanque lulista significa que o Pt catarinense deixou o isolamento político – bandeira defendida pelo ex-deputado federal desde que assumiu a presidência estadual da legenda. Segundo ele, a definição sobre quem será o candidato dessa frente será tomada “no momento oportuno”.
– Essa é uma construção que estamos fazendo há cerca de três anos. Não é apenas uma reunião. Eu sempre disse que tinha a tarefa de tirar o Pt do isolamento e isso já nos permite um canto de vitória com a aglutinação de oito partidos. Vamos para o nono evento agora em Blumenau. E com lideranças importantes, como Jorge Boeira. Estamos discutindo também com Dário Berger a possibilidade de estarmos nessa frente. E agora a vinda do Merisio. O Merisio vem para a frente democrática. O grande patrimônio é manter essa frente unida e no momento oportuno fazer a escolha dos nomes. O Merisio pelo fato de ter sido candidato ao governo em Santa Catarina, ter ganhado o primeiro turno em 2018, pelo o que ele representa para a política de Santa Catarina, assim como Boeira, como Dário, como Afrânio Boppré (Psol), como Fernando Coruja (Pdt) são os nomes colocados, assim como o meu. Nosso sentimento é o de despojamento.
Ouça a íntegra da entrevista: