A crise pela qual passa o Porto de Itajaí é resultado de um processo de “pilhagem”, proveniente de brigas internas e da tentativa, por parte da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de privatização da autoridade portuária. A análise é do presidente nacional do Sebrae e ex-superintendente do porto, Décio Lima (PT), durante entrevista aos jornalistas Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi na Rádio Som Maior na última quarta-feira.
Ainda, ele afirma que um novo edital será lançado para retomar as atividades na estrutura – parada já há seis meses. Segundo Décio, “aconteceu um fato a ser apurado”. Ele alega que existem indícios de crime de prevaricação.
– Havia uma política no governo do presidente Bolsonaro de privatização dessas estruturas, e eles deixaram cumprir os processos de licitação daquilo que se chama ‘operação portuária’ sem que houvesse a responsabilidade de chamamento de um novo processo de licitação. No caso de Itajaí, mais grave ainda. Deixaram também a consequência de finalizar a delegação municipal.
Apesar do crescimento de 7% na movimentação portuária em Santa Catarina, o Porto de Itajaí não movimentou cargas em 2023. Superintendente da estrutura entre 2005 e 2006, Décio se diz “triste” pela situação atual. Segundo ele, é resultado também de uma série de conflitos entre as forças políticas locais.
– Tivemos um processo nesse período de seis meses muito complicado, pois houve interesses de natureza econômica inexplicável, brigas internas na própria paróquia, em Itajaí, de natureza política.
Ainda, afirma que um novo edital será lançado através da Agência Nacional de Transportes Aquáviários (Antaq) ainda este mês. Com isso, será chamada por dois anos a operação portuária.
– Esse período de dois anos será para lançar uma nova delegação, que defendo a continuidade para o município, e com isso, com a renovação da delegação por mais 30 anos, poder fazer um processo de operação portuária de longo prazo, para que possa ter capacidade do investidor ter a segurança necessária para operar.
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Décio Lima. Foto: Agência Sebrae.