O projeto de construção do Ptb catarinense como uma partido bolsonarista independentemente da escolha partidária que Jair Bolsonaro (ex-Psl) faça viveu momentos difíceis na últimas semanas, desde que vazou a carta que Roberto Jefferson enviou da prisão com críticas ao presidente e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos do Rio de Janeiro). Comandante da sigla, Jefferson está preso desde agosto, a pedido da Polícia Federal no rumoroso inquérito dos atos anti-democráticos, autorizada pelo ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (Stf). Imediatamente, a presidente interina Graciela Nievov afirmou que o partido estará com Bolsonaro, mesmo que haja decepção entre os petebistas por ele ter optado por avançar negociações com o Progressistas e o Pl.
Todo esse contexto colocou em dúvida um projeto que o deputado estaduais Kennedy Nunes começou a trilhar em junho, quando deixou o Psd e assumiu a presidência estadual do Ptb com a bênção de Roberto Jefferson e uma missão que diz ter recebido da ministra Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) de ser o candidato a senador dos bolsonaristas em Santa Catarina. Kennedy havia conseguido alinhar três colegas de Assembleia Legislativa para a empreitada de fazer do esvaziado Ptb catarinense um partido que fosse a casa dos conservadores hoje alinhados ao presidente Bolsonaro: Ana Campagnolo, Felipe Estevão e Jessé Lopes. Agora, atua como bombeiro para evitar a dispersão.
Na conversa que tivemos na manhã de quinta-feira em seu gabinete na Alesc, Kennedy Nunes afirmou que os problemas estão equacionados. Atribuiu a carta de Jefferson ao ressentimento de Jefferson com a prisão a aos rumores de um acordo entre Bolsonaro e Alexandre de Morais após os atos de 7 de setembro. O vazamento teria sido obra dos diretórios petebistas que ainda lutam contra a transformação da legenda em um esteio dos bolsonaristas – 5% do diretório nacional, diz Kennedy.
Na entrevista, Kennedy fala sobre o projeto de concorrer ao Senado e da possibilidade do empresário Luciano Hang disputar essa vaga. Também relembra antigos momentos de sua trajetória política, como a oposição contundente que fez aos governos de Luiz Henrique da Silveira na prefeitura e no governo do Estado. Fala com carinho do adversário, morto em 2015, quando diz que usa lições dele em sua nova trajetória como dirigente partidário. E constata, depois de dois mandatos como situação nos governo de Raimundo Colombo (Psd), que se sente mais confortável com opositor – o que acontece hoje com o governo de Carlos Moisés (ex-Psl).
– Não adianta, eu fui feito para ser oposição.
Leia a íntegra da entrevista:
Deputado, o senhor tem uma carreira política consolidada, passou por diversos partidos, mas pela primeira vez está construindo um partido. Como está esse novo momento político do deputado Kennedy Nunes?
Na verdade, talvez, esse seja o melhor momento. Porque toda essa trajetória que eu tenho, aprendi com Luiz Henrique, Raimundo Colombo, Gelson Merísio, Júlio Garcia, Esperidião Amin. Foram pessoas que eu andei nesses 32 anos ou junto, ou no caso do Luiz Henrique, do outro lado, mas aprendendo. Meu pai dizia que a gente aprende mais com os adversários do que com os amigos. Hoje eu me vejo numa condição que, às vezes quando preciso tomar uma decisão, eu acabo pensando com um desses faria. Cada um tem seu estilo, tinha alguns que eram mais decisivos…
Teve algum momento em que o senhor se perguntou como o ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, faria nesse momento?
O Luiz Henrique é um grande ícone pra mim. Ele foi, apesar de nós sempre sermos adversários, um grande pensador político. Ele tinha esse poder. Como ele já tinha sido por muito tempo do Legislativo, ele sabia como mesclar o Executivo com o Legislativo. Ele sabia colocar os suplentes, ele sabia fazer conta, ele nunca quis passar por aperto, por exemplo, como o Moisés apertou agora. Rodou o projeto da aposentadoria complementar porque não fez conta. O Luiz Henrique era um craque nisso daí.
Olhando para sua carreira política, o senhor sempre foi oposição ao Luiz Henrique. O senhor se ressente de não ter tido uma proximidade, de não ter conseguido ser aliado um dia?
Cara, eu fui pra oposição ao Luiz Henrique porque talvez eu era novo demais, naquela época eu fui influenciado para ser oposição. Eu sempre tive uma oratória muito boa, eu sempre fui do rádio, sempre fui o cara da porrada, né? E as denúncias chegavam, a gente começou quando o Luiz Henrique era prefeito, eu nem era vereador, era radialista. E daí começaram a vir as denúncias e esse fato de eu sempre estar ao lado das pessoas, do povo, é que fez que o nosso caminho trilhasse diferente.
Poderíamos, lá na frente, ter caminhado juntos e eu poderia ser hoje até governador. Se eu estivesse com Luiz Henrique, eu teria sido eleito prefeito em 2012. Talvez a nossa trajetória seria diferente, mas eu não me arrependo, não. Eu acho que cresci muito, ele sempre me respeitou.
Eu gostava muito do Luiz Henrique porque apesar de sermos muito adversários, nas viagens ele era um pai. Ele sabia separar o que que era o Kennedy oposição e o Kennedy pessoa, diferente do governador Moisés. O governador Moisés não consegue fazer essa separação. O Luiz Henrique era um mestre com relação a isso. Ele sempre me respeitou muito, a minha posição. E daí é aquilo, quando você tem um adversário que te respeita, você é obrigado a respeitar também.
O governo Moisés acabou levando o senhor de volta para a oposição contundente que fazia na época do Luiz Henrique…
Exato. Eu passei os dois mandatos do Raimundo Colombo. No primeiro, sendo governo, sem participar de nada. O segundo mandato, também, eu não tinha um cargo no governo, não tinha nada, mas afinal de contas, além de eu participar do partido (eram do Psd), acabei tendo essa parte aí (ser situação). E olha só que engraçado, no primeiro mandato que eu fui oposição, eu dobrei minha votação. No segundo e no terceiro, que eu fui situação, eu caí na votação. E agora, a minha oposição me levou ao estágio que estou hoje, numa pré-candidatura ao Senado. Não adianta, eu fui feito para ser oposição.

Kennedy conversa com Felipe Estevão, um dos deputados que deve migrar para o Ptb. Foto: Rodolfo Espínola, Agência AL.
Mas, voltando para o Ptb, existe uma expectativa de que junto com o senhor, venham do Psl, os deputados estaduais Ana Campagnolo, Jessé Lopes e Felipe Estevão, só esperando o União Brasil formalizar para que eles possam sair. Mas aí vem aquela carta do Roberto Jefferson, falando em rompimento com Bolsonaro. Como fica o Ptb em Santa Catarina nessa situação?
Estou fazendo a construção do partido a várias mãos, a construção está sendo regionalmente. O Felipe Estevão ficou com a Amurel (região de Laguna), o Jessé com a Amrec (região de Criciúma). Na Amesc (extremo sul) como não tínhamos nenhum deputado, está sendo feita com o Felipe e com o Jessé. A Amfri (região de Itajaí) com a Ana, o Norte com a gente. A gente começou a montar isso daí. Nós temos toda terça-feira, às 10 horas, uma reunião com os coordenadores e deputados que vêm ou mandam representantes. Todas as executivas que a gente está nomeando passam pelo crivo dessa reunião, ou seja, eu não tenho tomado nenhuma posição sozinho, não estou montando o partido sozinho, estou montando a várias mãos. Isso dá para eles uma garantia de que o processo é sério. Nós não estamos fazendo um projeto eleitoral como foi o Psl, que no outro ano já não tinha mais nada. Nós estamos fazendo um projeto político, pensando em 2022, 2024 e 2026, quando nós teremos candidato a governador, que não serei eu, porque se eu for eleito senador, não vou sair na metade do mandato e se eu não foi eleito senador, por decisão própria, não disputarei mais cargo eletivo. Vou montar esse partido.
Eu fui convidado para construir um partido conservador. Hoje o Bolsonaro é a nossa voz conservadora, mas a nossa meta no Ptb é olharmos além do Bolsonaro. Se reeleito agora, se Deus quiser, ele não vai mais poder ser eleito em 2026 e quem é que vai ser a casa conservadora? Então o nosso projeto é esse daí, é o conservadorismo. E aí a carta do presidente Roberto Jefferson, foi uma carta que vazou, porque tem um grupo no Ptb, de deputados de Alagoas e Mato Grosso, que querem tirar o Ptb desse conservadorismo.
Eles são de esquerda e apenas 5% do diretório nacional e nós temos 95% do diretório e temos as 27 diretorias que no dia que saiu a carta, nós fizemos uma reunião aqui, de três horas, com os 27 presidentes, onde tiramos uma carta assinadas por todos eles, dizendo que o partido continuará à disposição do presidente, mas se por acaso o presidente não vier para o partido, nós estaremos com ele incondicionalmente. Depois de ter assinado essa carta, é que veio o vazamento da carta de Roberto Jefferson. Na segunda carta, é que deixa claro, ele está ressentido. Ele está preso há 83 dias, uma pessoa de 72 anos, com a dificuldade de saúde que ele tem, nove processos de câncer que ele passou, está preso porque deu a cara para combater os abusos do Stf, está preso injustamente por crime de opinião. Daí ele se sente ressentido. Acho que o maior ressentimento dele foi o que ele ficou sabendo, lá dentro do presídio, do tal acordo entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes, quando fizeram que o presidente Bolsonaro recuou, a gente pensava que na terça-feira iriam libertar não só o Roberto, como todos os outros e que iria acabar aquele inquérito famigerado fim do mundo.
Ficaram esperando a parte do acordo…
Exato e, pelo jeito se teve acordo, alguém não está cumprindo. Eu acho que não teve acordo nenhum.
Acho que essa é a colocação dele e aí na segunda carta ele colocou que dava a vida pelo Bolsonaro, mas agora não. Agora está com ele porque ele representa o que nós defendemos. Perfeito. Para nós, aqui de Santa Catarina, já no mesmo dia da carta colocamos a posição de que nós somos Bolsonaro e ponto. Não estamos nem contando com outra possibilidade.
E agora com essa fusão do Psl com Democratas para tentar ser uma terceira via e, no segundo turno, ir contra o Bolsonaro, os bolsonaristas que foram eleitos vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, estão todos apavorados. Tem um processo agora que o governador (Moisés) está indo nos prefeitos e vice-prefeitos do Psl e dizendo “se desfilia, não se filia. Espera nós. Dale pix” porque ele quer montar isso daí. Eu estou dizendo para os prefeitos se desfiliarem, pegarem o pix e deixarem a eleição. Porque para os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, a preocupação deles para filiação é só em abril de 2024. Se o governador está fazendo esse jogo e enganando, engana o governador também. Está tudo certo.
O senhor viveu aqui como deputado de situação, o momento do Fundam, um instrumento muito importante para a reeleição de Raimundo Colombo. Ele conseguiu fazer repasses diretos para as prefeituras, naqueles momentos, em volumes menores. Agora, o que chamamos de pix, essa transferência de fundo a fundo, ela tem um volume maior, mas também tem uma lógica semelhante. Como o senhor vê o pix?
Eu acho que o pix na leitura técnica é bom porque ele é mais rápido para o prefeito. Eu tenho uma ideia de que não existe imposto municipal, federal ou estadual. Existe imposto. É o cidadão que paga. Não existe indicação do governador ou do deputado, existe obra para benefício do cidadão, então pronto. O que vale é o produto final atende o cidadão. Quem indicou, quem é o pai… eu nunca ganhei um voto com emenda. Porque antigamente, eu me lembro na época do (ex-deputado federal) José Carlos Vieira, ele foi o deputado que mais trouxe verba. Aquele negócio tinha peso. Hoje, quando tu diz que conseguiu R$ 1 milhão, é pouco. O cidadão vê por duas óticas: que é pouco e que é minha obrigação.
É engraçado que antes valia a pessoa gostar de um político porque ele trazia dinheiro, hoje é pelas suas posições, pelos seus posicionamentos. É muito interessante isso.
E o senhor, se for eleito senador, vai para Brasília buscar recursos para Santa Catarina ou para se posicionar?
Os dois. Até porque eu entendo, como eu faço aqui, as minhas emendas a gente faz de uma forma porque são emendas impositivas. Eu não faço igual ao Novo, por exemplo, que não usa as emendas, mas os prefeitos do Novo estão lá pedindo emendas (o Novo tem um prefeito apenas no Brasil, justamente o de Joinville, Adriano Silva). Acho que isso é uma babaquice. Eu não ganho nada com isso. A emenda nada mais é do que um deputado que, por exemplo, foi lá em Corupá e viu que na frente da Upa não tinha calçamento. Eu botei R$ 100 mil lá para fazer o calçamento. Você acha que o governador vai lá em Corupá ver se não tem calçamento? A emenda é eu ir em Araranguá e destinar uma viatura para crianças e adolescente, que não pode ter camburão, e uma arma longa. Eu ir em Joinville e financiar recursos para a construção de uma ecoterapia. Você acha que quando chega um pedido de uma ecoterapia vai ter? Não. É esse tipo de andança dos deputados, dos parlamentares, nas comunidades, é visto como a possibilidade de ver o problema no local e trazer para que o governador em vez de fazer um pedido, eu tenho uma parte de indico lá. Agora, a minha ida para o Senado tem uma questão. É combater os abusos do Supremo Tribunal Federal. Foi pra isso que eu fui chamado.
Quem chamou o senhor?
A Damares. É um projeto que quer eleger 10 senadores e um dos crivos que tem é que não poderia ter processo nenhum na justiça. Porque não adianta, nós já vimos agora, existe uma promiscuidade ética e moral entre Senado e Supremo Tribunal Federal. Agora saiu a rachadinha do (David) Alcolumbre, caiu na mão do Barroso, aí o Barroso também tem seus interesses lá. É complicado isso aí, é promíscuo. 80% dos senadores hoje tem algum problema ou algum interesse na justiça e que queira ou não queria, por exemplo, se eu tivesse alguma ação na justiça aqui na segunda instância ou na quarta federal (Tribunal Regional Federal da 4ª região), se eu for eleito senador, automaticamente sobe tudo. E vai para onde? Para o Supremo.
Essa ideia de uma candidatura bolsonarista ao Senado é muito forte. A gente vê que em alguns momentos o presidente chega a se posicionar dizendo que prefere eleger senadores a eleger governadores, mas aqui em Santa Catarina essa vaga está sendo cotada para o empresário Luciano Hang, que não se sabe se ele quer ou não. Às vezes parece que quer, às vezes não. O que o senhor acha?
O Luciano é um ativista político. É claro que eu falando, parece que estou puxando sardinha para a minha brasa, mas o Senado hoje para o Luciano é pequeno. Ele tem condições hoje de ser vice-presidente e eleger 10 senadores por todo Brasil. Para que ele vai, como empresário, colocar e entrar? O Senado para mim é grande, para o Luciano é pequeno.
A lógica é essa. Agora, óbvio, o que eu tenho conversado com Brasília é que se o Luciano decidir ser candidato a senador, eu tenho a minha opinião. Não sei o que Brasília vai definir, até porque Brasília foi quem deu a missão. Eu acho que a gente não pode se dividir porque a divisão da direita fortalece a esquerda. Então, de algum jeito nós vamos ter que estar unidos. Eu ainda tenho que o Luciano vai continuar sendo ativista político e não colocando a posição dele. O cara é um nome nacional, ele está com 170 lojas, está abrindo lojas. Acha que ele vai ter essa disponibilidade? Na minha visão, ele vai fazer igual a todas as outras vezes, dizem que vai ser governador, vai sair senador, vai sair, vai sair… chega na hora ele é um ativista. Ele é um ativista. Tem meu respeito. Já coloquei para o partido que se ele sair, a gente tem que revisar o plano para nós não nos dividirmos.
O senhor falou que a direita não pode se dividir, mas o que a gente vê muito forte na tribo bolsonarista é que tem muita canelada. Você já levou algumas?
Não, eu não levei canelada até porque eu estou muito de bombeiro. Eu vejo que a divisão da direita é muito mais por vaidades. Tem aqueles caras que querem ser mais donos do que o outro, disso. A canelada e a briga dos outros partidos é por disputa de espaço partidário, que não existe aqui, e também por questões ideológicas. Nós, da direita, nós podemos ter algumas caneladas por dizer o seguinte “não, esse grupo de conservador é meu e eu sou mais conservador que você”, agora a gente nunca briga pelas posições. A gente é contra o aborto, a gente é contra pedofilia, a gente é defende o porte de arma, nós temos as nossas posições. Pode ver. Tem grupo, coalizão, aliança, b38, é um monte de grupo. E porque que ficou nesses grupos? Porque não tinha uma casa para abrigar essa gente e agora o Ptb está sendo essa casa. Como não tinha uma casa, cada um fez o seu grupinho. Eles tem que entender que esses grupos, eles funcionam, mas não podem lançar candidatos porque não são partidos. Muitos desses grupos, eles são conservadores, mas não podem entrar em partidos porque acham que a política é suja.
E o senhor vem da política. O senhor vem de uma trajetória por vários partidos, por vários mandatos. O senhor não teme que isso afaste parte desse eleitor bolsonarista que tem esse ressentimento com a política tradicional?
Não, A minha maior surpresa nesse processo que estou construindo é a aceitação que os conservadores tiveram da minha pessoa, até porque eu não sou conservador de agora, não estou aproveitando uma onda. Eu tenho uma camiseta preta, que é da eleição de 2014. Não tinha a onda conservadora. Os conservadores estavam todos quietos, com a Ptzada na rua fazendo passeata. Em 2013 deu aquele movimento, 2014 eu fiz aquela camiseta. Por exemplo, eu parei num posto, um cara pegou e perguntou “tu é conservador mesmo? Como foi sua posição no lockdown? Como é tua posição no passaporte sanitário?”.
Ou seja, os caras estão indo buscar se é verdade ou não porque eles ficaram com muito medo de serem enganados novamente, como foram enganados em 2018. Então, agora, eles estão buscando. Quando eles vão buscar na minha trajetória, eu sempre tive uma trajetória de direita e conservador. Então, eu estou admirado como eles me atenderam, me receberam e mais, eles estão aceitando a minha liderança.
Isso é muito legal porque eu não estou impondo nada. Às vezes “ah, veio de Brasília”, não! Está sendo agregador porque eu estou fazendo com todos, eu estou mobilizando, eles estão vendo. Se ver o estatuto nosso (do Ptb), teve gente que ajudou a escrever o estatuto antigo do natimorto Aliança, que não era tão conservador como o nosso é. Então, nós somos conservadores. Isso tem sido muito legal. A minha alegria é como eu estou sendo recebido por essa gente, que estão aceitando minha liderança.
O senhor disse que se não for candidato ao Senado, essa eleição pro Senado seria a última. O sonho de ser prefeito de Joinville acabou?
Ah, acabou. Eu estava preparado em 2012. A vida é feita de ciclos. A urna não me permitiu. E quando eu digo a urna, tem dois vetores: dos eleitores e da falta de confiança. A urna não me permitiu.
O senhor acha que aconteceu alguma coisa estranha naquele sábado (véspera da eleição em que Kennedy foi vencido por Udo Döhler em 2012)?
Eu acho que sim. No sábado deu que eu tinha 18% na frente (nas pesquisas). Mas eu não questiono isso. A minha vida é de Deus. Até aqui, por onde andei foi Deus quem colocou e é Deus quem vai me colocar. Estou muito tranquilo. Meu ciclo fechou aqui na Assembleia, deixo um legado, saio de cabeça erguida, vou sentir saudade, mas o meu ciclo fechou aqui. Ponto. Agora estou nesse desafio. Se der certo, continuo meu trabalho. Se não der certo, continuo meu trabalho. Tenho muitos convites de multinacionais para fazer relacionamento institucional e eu vou tocar.