Uma semana é muito tempo para a política brasileira em 2021. Os temas mudam, as pautas avançam, as declarações esfriam. Mesmo assim, arrisquei e guardei para este domingo a entrevista que fiz com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Psl de São Paulo) na última segunda-feira, seis dias atrás, quando ele esteve em Florianópolis para uma breve encontro – registrado em fotos e vídeos – com o senador Jorginho Mello (Pl), pré-candidato bolsonarista ao governo de Santa Catarina.

O roteiro catarinense começou dois dias antes, quando esteve em Joinville para acompanhar uma exposição sobre o mercado de armas de fogo. Estava acompanhado pela jornalista Júlia Zanatta (Pl), bolsonarista de primeira hora e amiga da família. Gostou tanto do que viu, que postou em seu perfil no Instagram que “há um tempo atrás seria inimaginável ter uma exposição de armas como esta” e comemorou que “hoje qualquer clube tem um fuzil; o homem do campo com posse de arma pode circular por toda sua plantação; a caça de pragas foi facilitada; clubes de tiro têm sido abertos em várias cidades”. O discurso sobre as armas de fogo é tão central no bolsonarismo que é usado por Eduardo como um dos exemplos sobre a atenção do governo do pai, Jair Bolsonaro, com Santa Catarina – um dos Estados onde há maior registro de posse e porte de armas.

Nossa conversa aconteceu longe das armas – e desarmada. Falei com o deputado federal e filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a migração partidária do clã, o possível apoio a Jorginho Mello para o governo do Estado em 2022, sobre os questionamentos do presidente ao sistema eleitoral brasileiro e sobre o fundo eleitoral. Como disse na abertura do texto, uma semana é muito tempo para a política brasileira de 2021. Nesse meio tempo entre a conversa com Eduardo e a publicação da entrevista, Bolsonaro encontrou um meio-termo na rejeição à ampliação do fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões e a live da última quinta-feira em que prometia provas sobre as vulnerabilidades da votação eletrônica vigente no Brasil desde 1996 virou uma exposição de teses, indícios e convicções.

Mesmo assim, a conversa não perdeu importância. Em pouco menos de 20 minutos, Eduardo Bolsonaro defendeu seus pontos de vista e convicções. E mostrou que o bolsonarismo está pronto para chamar o ex-presidente Lula (Pt) para o confronto em 2022. Com um desafio interessante, diga-se de passagem: por que Lula, líder das pesquisas, não sai às ruas como sai Bolsonaro? De todas as afirmações feitas pelo deputado filho do presidente, talvez essa seja a menos refutável.

Leia a entrevista:

Quero começar com uma questão que muita gente, no Brasil inteiro, quer saber. Para onde vai o Bolsonaro, ou melhor, os Bolsonaros? 

(Eduardo Bolsonaro ri)

Um dia é Patriota, um dia vão mudar o nome do Partido da Mulher Brasileira (PMB), outro dia volta para o Progressistas. O senador Esperidião Amin (Progressistas-SC) diz que ninguém se perde no caminho de volta para casa. Como isso está?

Esse é um assunto que eu faço questão de não saber, porque já sei que é uma história conturbada, essa questão partidária. E eu não tenho muito o que pensar: eu vou para onde o presidente for. Nem me estresso com isso.

Nem palpita?

Não, porque é muito incerto. Como você disse, ele já voltou para o Psl, já se ajeitou para ir para o Partido da Mulher, estava certo no Patriota e ele mesmo (Jair Bolsonaro) fala “ah, tem o Pp (Progressistas), ali”. Então, eu prefiro nem opinar para não causar alvoroço.

Por que que o Aliança pelo Brasil não deu certo? 

Olha, um fator que realmente freou o Aliança foi a questão da pandemia. Para você ter um partido, tem que ter uma coleta das assinaturas. Depois que começou a pandemia praticamente congelou. Não teve mais nenhum tipo de evento para receber essa coleta de assinaturas. Além disso, sempre que é formado um partido o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aumenta o sarrafo, aumenta a burocracia, propositalmente, para que nós não tenhamos um grande número de partidos. Porque no Brasil, no papel tudo é muito bonito. Um partido no papel representa uma ideologia, só que na prática acaba virando um balcão de negócios e isso cria uma ojeriza na população. Então, acaba criando o senso comum de que muitos partidos não é algo saudável. E de fato não é. Só que chegou na nossa vez e as burocracias eram tantas que acabou não se conseguindo criar o partido, mas o projeto do Aliança continua…

Em Joinville, Eduardo Bolsonaro visitou a Texas Expo & Tiro, exposição sobre o mercado de armas de fogo realizada no fim de semana passado. Foto: Instagram de Eduardo Bolsonaro.

Isso que eu ia perguntar, a ideia do Aliança pelo Brasil pode ser retomada depois da eleição? 

Eu acho até que é saudável a gente não necessariamente concentrar tudo em um só partido de direita. É claro, dentro do Congresso, dentro do jogo político, é importante  ter uma base forte, né? Por exemplo, líderes partidários nomeiam os deputados para comissões, o presidente de um partido é que assina quando ele coloca um deputado para responder no Conselho de Ética, entre outros fatores. O tempo de (fala da) liderança (do partido) é proporcional à bancada, o fundo partidário é proporcional ao número de deputados (eleitos pelo partido). Então tem a sua importância, mas eu não vou aqui dizer que só um partido representa a direita ou que a direita é isso ou aquilo.

Quando a gente fala do partido do Bolsonaro ou dos Bolsonaros, a gente pensa muito na eleição de 2018, especialmente aqui em  Santa Catarina, com nominatas que foram montadas às pressas naquele ano eleitoral e que muita gente que se elegeu acabou não tendo essa cara de Bolsonaro mesmo que se colocasse como candidato do Bolsonaro. Houve muita gente que se desgarrou, teve gente que vocês desgarraram…

A gente desgarrou, não. A nossa conduta é uma: o cara se elege falando que é Bolsonaro e depois da eleição ele muda a ideia dele, ele é que precisa dar explicações, né? 

Mas como vocês vão trabalhar para evitar os surfistas de onda Bolsonaro na próxima eleição? 

Acho que é cada vez mais difícil enganar a população. Todo mundo percebeu o que que ocorreu na eleição de 2018. De fato, o presidente no início de 2018 estava filiado ao Patriota e em fevereiro, se não me engano, ele mudou para o Psl. Então, teve apenas um mês para fazer essa chapa de deputados federais, estaduais, para todos cargos em nível nacional. Foi uma correria muito grande e quem ficou muito a cargo disso foi o Julian Lemos (deputado federal pelo Psl da Paraíba) e o (Gustavo) Bebianno. A gente acredita que rodando mais o país, sabendo mais quem é quem, o eleitorado mais ciente também… porque na época da eleição todo mundo quer bater foto com o presidente, quer bater foto comigo, mas o que se faz antes do período eleitoral é que vai contar para essa pessoa ganhar a confiança do seu eleitor. Vai mais ou menos por aí. A pessoa pesquisa o passado de seu candidato, vê se ele se expõe em temas mais polêmicos, se ele é a favor da legítima defesa  através de arma de fogo, se ele defende a família. Não adianta o cara ficar calado e começar a se expor só no período eleitoral, não vai conseguir ter sucesso. 

Aqui em Santa Catarina o palanque é a candidatura de Jorginho Mello (Pl) ao governo? 

Olha, o Jorginho Mello acredito que seja o senador mais próximo aqui de Santa Catarina do presidente. Acredito não, sem sombra de dúvida. Isso aí eu posso falar com tranquilidade. Tanto que o presidente raramente cita nomes de parlamentares no seu discurso e com muita frequência, quando ele fala em Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), um programa de mais de R$ 50 bilhões, ele cita o Jorginho Mello como sendo, e de fato foi, a pessoa que levou a ideia para o presidente e conseguiu virar isso daí dentro da equipe econômica. Para quem não sabe o Pronampe é uma linha de crédito para ajudar o empresariado a manter o emprego dos seus funcionários. Então, se o Brasil inicialmente na pandemia estava pra cair 10% e acabou caindo apenas 4% no seu PIB, pode ter certeza de que o nome do Jorginho Mello faz parte dessa história. Essa proximidade com o presidente cacifa, dá a ele muita moral para conseguir traçar junto com o presidente as estratégias políticas aqui para Santa Catarina. 

Após roteiro em Joinville, Eduardo Bolsonaro esteve em Florianópolis para um encontro com o senador Jorginho Mello (Pl). Foto: Divulgação

Como vocês veem Santa Catarina? Aqui foi o primeiro Estado em que o Bolsonaro liderou pesquisas de intenção de voto, foi um dos Estados que lhe deu maior votação e ainda é um Estado em que, pelas pesquisas colocadas, Bolsonaro é muito forte. Mas Santa Catarina tem uma questão que é histórica, não é do presidente Bolsonaro, é de todos os presidentes, que é se sentir no fim da fila na hora da distribuição de recursos e obras federais. Como tirar Santa Catarina do fim da fila?

Já tá sendo tirada. Quando a gente esteve em Chapecó, o Jorginho Melo nos acompanhou, o ministro Tarcísio (de Freitas, da Infraestrutura) foi e fez um anúncio ali de cerca R$ 300 milhões para finalizar obras aqui, principalmente de rodovias (o ministro anunciou a recomposição de parte dos valores que haviam sido cortados do Orçamento em abril). Tem locais que realmente são esquecidos aqui em Santa Catarina. Não é a minha pasta, eu não tenho a inteligência do ministro Tarcísio para te falar aqui quais são as BRs que estão incluídas. Mas, por exemplo, a Júlia (Zanatta, que acompanhava a entrevista) está representando aqui o Ministério do Turismo para toda a região Sul. E para além disso, também tem a questão da arma de fogo. Santa Catarina é o Estado, talvez junto com o Rio Grande do Sul, mais armado do Brasil e não à toa detém os melhores índices de criminalidade. Salve engano, a menor taxa de homicídio nacional é de Santa Catarina, um IDH excelente, uma educação boa. Talvez isso daí se reflita também na hora de votar, as pessoas tenham mais consciência do seu voto e acabem votando no Bolsonaro. 

Como avalia o cenário eleitoral para o ano que vem? A gente já está vivendo um segundo turno entre Bolsonaro e Lula? 

É que a todo momento antecipam as eleições, né? Tem muita gente aí que tenta o terceiro turno, tem gente que fala em impeachment desde o primeiro dia do presidente após eleito. Isso acaba tensionando um pouco o cenário político e para 2022 o STF (Supremo Tribunal Federal) colocou o Lula solto, tornou-o inelegível e o que eu acho mais curioso, os institutos de pesquisa falando que o Lula certamente será eleito (presidente ano que vem), no segundo turno teria cerca de 60% dos votos. Mas quando você vem para a realidade, o que os olhos da população veem não é nada disso. O Lula praticamente não consegue sair na rua, ele só faz evento controlado, para cada vez menos pessoas, quando tem manifestação da esquerda você vê vídeos de pessoas que vão ali dar um nome para um cabeça para assinar a sua presença a troco sei lá do quê, nessas manifestações muitas vezes regadas a pão com mortadela. De um lado, o presidente Bolsonaro tem o apoio espontâneo e está fazendo motociatas pelo Brasil. Do outro lado, Lula que só tem moral ali realmente no métier em Brasília e nos eventos de esquerda. Então eu acho que para o ano que vem, se nós não tivermos fraudes nas urnas, eu acho que dá Bolsonaro com tranquilidade. 

O senhor acha que a PEC do voto impresso tem chance de passar para a eleição do ano que vem?

Chance tem né? Se a população realmente se fizer presente nas ruas dia 1º (as manifestações em favor da PEC foram marcadas para este domingo, dia 1/7),  talvez na sessão da Comissão Especial, dia 5, a gente consiga reverter esse quadro. Um sinal positivo foi o Republicanos, partido do liderado pelo (deputado federal) Marcos Pereira, que já disse que devido às pressões das redes sociais mudou a sua postura e aderiu ao voto auditável. Sempre tem esperança. O que é estranho é o STF, que além de invadir as competências em várias matérias, além de invadir a competência do Legislativo, agora ele começa a tomar mais gosto e invadir também os processos de votação de projetos de lei. Ora, o voto auditável vai simplesmente trazer mais transparência para as eleições. A quem pode interessar ter menos transparência, por que essa resistência tão grande? E o argumento mais pífio, por causa do dinheiro, seria muito impacto. A gente acabou de ver o Congresso Nacional aprovando uma LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com R$ 6 bilhões para fundão eleitoral, para político fazer campanha. Falam que a conta para fazer o voto auditável, para colocar a impressora do lado da urna eletrônica, seria cerca de R$ 2 bilhões, ou seja, um terço desse valor. A população vai se enojando quando vai vendo esse tipo de coisa. Nas eleições passadas fizeram testes para votação através do celular, se não me engano foi Curitiba, Goiânia, mais uma ou duas cidades. Como é que pode, o STF em duas oportunidades dizer que o voto impresso é inconstitucional porque dá margem a ferir o sigilo do voto e os próprios membros do TSE testando o voto pelo celular? Pelo amor de Deus, será que é difícil imaginar que em uma comunidade dominada pelo tráfico de drogas o traficante vai obrigar as pessoas a votarem no seu candidato? 

O presidente deu uma declaração que foi muito analisada, muito polemizada, que era a questão de que se não tiver o voto impresso, não vai ter eleição. O que significa essa declaração, deputado? 

Significa que o presidente capta muito o sentimento da sociedade. Nessas motociatas ele dá muito trabalho para a segurança porque se mete no meio do povão mesmo e vai pegando esse sentimento. Se você conectar os seguintes pontos: o Lula foi solto, já está errado; tornado elegível, segundo erro;  alguns dos ministros do STF, que fazem parte do TSE, entrando dentro do Congresso para impedir o voto auditável. Você não precisa ser muito inteligente para saber que parece, ao que vem aos nossos olhos, que está tudo sendo armado para que na fraude o Lula ganhe ano que vem. É muito comum que um presidente que deseje dar um golpe e se tornar um ditador, o que ele mais quer é a falta de transparência. O Bolsonaro está indo no sentido contrário dos ditadores, ele está querendo é mais transparência. Olha que lindo que seria para o Lula falar assim: “Bolsonaro, ganhei de você com o voto impresso que você tanto defendeu”. Olha que lindo que seria para eles. Agora será que eles não estão temerosos de perder a eleição? Eu recebi um vídeo outro dia aqui, estou para confirmar, de um ônibus chegando aqui em Santa Catarina e sendo alvejado por ovos e falaram que era ônibus do Lula (o vídeo que circula na internet como se fosse atual foi registrado em 2018). O presidente Bolsonaro ganhou a eleição no segundo com 55% dos votos válidos. Se o Datafolha está falando que o Lula tem cerca de 60%, por que que o Lula não chega ovacionado nos braços do povo em qualquer aeroporto? Por que o Lula não consegue fazer uma motociata? Por que o Lula não consegue ir pra rua e receber todo esse carinho da população? Democracia é a vontade da maioria, nós não podemos ser guiados por uma pessoa, que é o ministro (Luís Roberto) Barroso, que está presidente do TSE, e fazer o que ele bem entender. A democracia não é isso. Ele tem que ouvir a população de uma maneira ou de outra. 

Nas agendas de Joinville e Florianópolis, Eduardo Bolsonaro esteve acompanhado por Júlia Zanatta (Pl), que disputou a prefeitura de Criciúma em 2020. Foto: Guilherme Colombo, Divulgação.

E como se questiona o uso da urna eletrônica nas eleições de 2022 dentro dos limites da institucionalidade?

Só perguntar para você: conhece alguém que conte os votos? Você me dá a certeza de que aquele número que você clica é o número que é computado? Ninguém tem certeza de nada. É uma matéria tão complexa e eles costumam dizer que tem tanta segurança, mas que só existe no Brasil, no Butão e no Timor Leste. As coisas que são boas, são copiadas no mundo inteiro. O mundo inteiro vem ao Brasil para pegar tecnologia com a Embrapa, por quê? Porque o nosso agro é exemplo para o mundo inteiro em produtividade. Quando é uma tecnologia boa, você copia dos outros. O nosso celular, quem tem dinheiro e investe nisso, pega um Apple, um Samgung. Por que o mundo não utiliza a urna eletrônica brasileira? Por que a urna eletrônica brasileira é proibida pelo STF da Índia e da Alemanha? São perguntas que eu faço. Assim como eles falam “não tem como você provar que teve fraude”. Tá, e não tem como comprovar que não teve fraude. Tem um princípio que o ministro Barroso gosta muito de usar, que é o princípio do não-retrocesso. Ele fala que o voto impresso seria voltar ao tempo do papel. O primeiro processo (eleitoral com urna eletrônica) aconteceu em 1996. Em 1996, quando você tinha um problema na contagem dos votos, você tinha testemunhas que viam o mesário esconder a cédula de um, tinha mesário até que comia o papel com o voto para um oponente dele. Só que tinha testemunhas para denunciar. Hoje em dia eu pergunto, onde é que estão essas testemunhas para denunciar? Como faz a denúncia? Não tem, porque não tem a mínima maneira de você fazer isso. A apuração eletrônica no Brasil é uma caixa preta e a população não sente segurança no processo. 

Como que o senhor acha que a população e a base de apoio do presidente Bolsonaro, especialmente, que é muito intransigente e às vezes até flerta com a antipolítica ou anti classe política, veem essa aproximação com o Centrão, que ocupa cada vez mais cargos para dar mais governabilidade?

Quem elege o Congresso Nacional não é o presidente Bolsonaro, né? Tem até um vídeo que circulou bem que é de 2017, em uma entrevista para o Pânico, em que ele fala “olha, eu não serei ditador, eu vou ter que governar com o Congresso que está aí”. Então, tem que haver algum tipo de diálogo. O que o presidente refuta é Petrolão, é Mensalão, é esse tipo de coisa. Não pensem que o presente vai passar a mão na cabeça de quem quer que seja se ele se deparar com caso de corrupção. A Polícia Federal tem total liberdade para investigar, o Ministério Público (Federal) também tem a sua independência. Então, cada um é responsável pelos seus atos. Obviamente, algumas pessoas estranham essa aproximação com o Centrão, mas tem que se dar oportunidade. Quem não está satisfeito com o Congresso, a cada quatro anos pode mudá-lo. 

Qual vai ser a solução para essa casca de banana que foi o fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões? 

Olha, o presidente já falou que vai vetar e o melhor é que para derrubar o veto do presidente a votação é nominal. Então não vai ter mais essa do presidente Marcelo Ramos (deputado federal do Pl do Amazonas, vice-presidente da Câmara), que presidia naquele momento em que foi aprovado a LDO, de colocar um destaque debaixo do braço e colocar a votação simbólica. Votação simbólica é quando o presidente fala “quem for a favor permaneça como se encontra, aprovado, próxima matéria”. Isso é uma votação simbólica, tanto é que os deputados que estavam contra o fundão começaram a fazer ofício para mesa da Câmara declarando seu voto contrário. O presidente já falou que vai vetar. Aqueles que desejarem derrubar o veto vão ter o desgaste com a população. Em tempos de pandemia, triplicar um fundão que já é de R$ 2 bilhões para político fazer campanha, a população não concorda. Eu tenho a grande esperança de que o veto do presidente será mantido, agora tem que ficar de olho (após a entrevista, o presidente Bolsonaro reafirmou a intenção de vetar os R$ 5,7 bilhões, mas sinalizou para um valor intermediário, na casa dos R$ 4 bilhões).


Sobre a foto em destaque:

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (Psl de São Paulo) concedeu entrevista exclusiva no escritório regional do senador Jorginho Mello (Pl) em Florianópolis na última segunda-feira. Foto: Guilherme Colombo, Divulgação)

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