Um inusitado tabuleiro de xadrez está colocado na mesa do vereador Afrânio Boppré, do Psol, em seu gabinete na Câmara de Florianópolis. Nele, as peças representam um duelo entre conquistadores espanhóis e a civilização inca. Não é difícil imaginar com quais peças prefere jogar o experiente político de esquerda – ex-vice-prefeito de Florianópolis, ex-deputado estadual, fundador do Psol catarinense e vivendo o terceiro mandato consecutivo pelo partido na Capital. No dia a dia, as peças que Afrânio move são as da articulação política e eleitoral de seu partido, nascido como dissidência à esquerda do Pt ainda no primeiro mandato de Lula como presidente.
Dessa vez, o tema é a unidade. Na última segunda-feira, Afrânio e outros nomes do Psol participaram da reunião dos sete partidos à esquerda em Santa Catarina – Pt, Psb, Pc do B, Pdt, Pv, Rede, além do próprio Psol. Um grupo muito semelhante ao que o vereador psolista ajudou a agrupar na experiência da frente de esquerda que apoiou Elson Pereira (Psol) nas eleições municipais de 2020, quando o grupo ficou em segundo lugar na disputa vencida pelo prefeito Gean Loureiro (Democratas) em primeiro turno. Dos sete, apenas o Pv não entrou na frente.
O espírito do Psol para 2022 em em Santa Catarina é o mesmo, garante Afrânio. Mas não a qualquer custo. Segundo ele, a unidade “não é frente de esquerda e nem é frente ampla”. Um dos limites colocados pelo vereador colide diretamente com os planos do Psb, que flerta com o ex-deputado federal Jorge Boeira (Progressistas) e o senador Dário Berger (Mdb) como opções para ampliar os horizontes da frente em construção. Ambos votaram a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (Pt) em 2016, que Afrânio chama de “golpe de 2016. Por isso, segundo ele, não cabem na frente.
– Para mim são golpistas, não podem agora querer desfilar ao lado de um campo político que tem compromissos com a democracia. Na minha opinião, não cabem.
Na Conversa em Dia desta semana, Afrânio fala sobre a possível aglutinação das esquerdas em 2022 – tanto nacionalmente quanto no Estado. Avalia também o resultado da frente de esquerda de Florianópolis e a própria perspectiva de ter Gean Loureiro novamente como adversário, como possível candidato a governador pelo União Brasil (partido produto da fusão entre Democratas e Psl). Diz ter ficado “positivamente” surpreendido com o governador Carlos Moisés (ex-Psl) por não ter aderido à agenda do presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl) e avalia que se o ex-presidente Lula (Pt) voltar ao poder em 2023, “vai caminhar mais à direita”.
– Nesse sentido, o papel do Psol cresce de importância, na minha perspectiva, como uma oposição ao quinto governo do Pt.
Leia a íntegra da entrevista:
Na última segunda-feira foi realizada uma reunião dos sete partidos à esquerda em Santa Catarina, tentando construir uma frente para as eleições de 2022. O senhor estava presente. A esquerda não está junta em Santa Catarina, pelo menos a maioria de seus partidos, desde 2010 não faz eleições coligada. Este ano vai dar para reagrupar essa turma de novo?
Olha, eu acho que não só vai dar como é necessário. Na reunião eu falei sobre isso, a melhor formulação do projeto que nós estamos construindo é uma frente democrática e popular. Essa é a caracterização, porque é preciso afirmar determinados princípios da vida política e social brasileira que estão ameaçados, entre eles a questão democrática. Desde que Bolsonaro assumiu, é um tensionamento permanente, com a ameaça da quebra dos princípios da democracia e um retrocesso. Então, agora mesmo A Sarah Winter dá informações de que o general (Augusto) Heleno era um dos que provocava, instigava os ataques ao Stf. Eu acho a primeira coisa é uma frente de caráter democrático. Afirmar isso.
O presidente Jair Bolsonaro acaba sendo um fator aglutinador das esquerdas que não existia?
Eu acho que sim. Eu acho que o Bolsonaro serve como uma necessidade, uma ameaça. Ninguém aguenta mais quatro anos de Bolsonaro. O Brasil não aguenta, a vida popular não aguenta. Estou falando assim, na vida real do povo. O desemprego, a forma como eles estão tratando a variável inflacionária. Quando você mexe no combustível, você desencadeia um conjunto de reajustes automáticos e os salários, eles não estão protegidos da mesma velocidade com que semanalmente, estão reajustando os supermercados.
Aquela história de que “quando eu entro no supermercado eu sou aplaudido” é mentira. Se permitir, o Paulo Guedes sai corrido de dentro de um supermercado. A vida do povo apertou demais. O desemprego, é o ataque à saúde, é o ataque à educação, é a problemática da carestia, da fome que voltou.
O senhor acha que essa frente de esquerda vem primeiramente em nível nacional e desce para o Estado?
Eu tenho uma definição conceitual sobre o que nós precisamos fazer: é uma frente democrática e popular. Ela não é frente de esquerda e nem é frente ampla. É uma frente que define princípios embasados na democracia e com compromissos populares históricos.
Quem que cabe nessa frente?
Pois então. É uma eleição nacional, muito das coisas que vão acontecer nas definições nacionais das candidaturas e alianças elas são influenciadoras fortemente no âmbito estadual. Tem uma certa independência, mas não é total, nem para Santa Catarina, nem para São Paulo, nem para Rio de Janeiro, nem para o Pará. Até porque parece que a regra eleitoral está definida,. mas não está. Estou falando das federações que ainda vão ser construídas. A rigor, está tudo todo mundo esperando que vai acontecer na própria convenção partidária. Mas há quem queira antecipar para abril.
O Psol vai precisar de federação?
Hoje nós não precisamos. Talvez se a gente não passar a cláusula de barreira isso seja imperativo. Mas de qualquer maneira, nós estamos abertos a discutir federações, inclusive nacionalmente nós estamos buscando refletir dentro do partido sobre a pertinência sim ou não da federação já. Nós não descartamos isso totalmente. Então voltando, a tua questão, é claro, tem uma influência, uma verticalização do processo. O que eu posso te falar, quem cabe. Eu acho que cabe assim duas coisas importantes como limites que eu de daria. Não cabe a ninguém dentro da linha de Bolsonaro, fora.
Também não querem entrar, então está tranquilo.
Certo. Segundo, aqueles que atacaram a democracia, inclusive o golpe de abril de 2016 (refere-se ao impeachment de Dilma Rousseff). Não adianta vir agora aquele sorriso amarelo pedir desculpas porque a história cobra.
Quem votou a favor do impeachment de Dilma não cabe?
No meu modo de entender, não cabe.
O ex-deputado federal Jorge Boeira (Progressistas) e o senador Dário Berger (Mdb) tem sido citados como nomes que podem se filiar ao Psb para compor e até liderar essa frente em Santa Catarina. Boeira e Dário não cabem na frente de esquerda?
Para mim são golpistas, não podem agora querer desfilar ao lado de um campo político que tem compromissos com a democracia. Na minha opinião, não cabem.
Agora, nós precisamos entender que estamos em um processo de construção. A regra, como eu falei, não está fechado e definida. Falta ainda as federações, discutir esse tema. Não porque o Psol quer, mas porque os outros também vão fazer. E nós precisamos entender que os outros vão fazer para a gente administrar e conviver com essa novidade brasileira. Ninguém sabe como vai ser a funcionar. Não está regulamentada a federação. Tem uma lei muito ampla, muito genérica. É um casamento para quatro anos.

No tabuleiro de xadrez de Afrânio Boppré, os conquistadores estrangeiros enfrentam os incas. Foto: Antônio Spengler, Divulgação.
Olhando um pouquinho para trás, aqui em Florianópolis o senhor foi umas pessoas que se dedicou a construir a frente de esquerda que se formou na eleição municipal. Foi uma boa experiência?
Eu considero importantíssima. Eu tenho uma vida dedicada à construção da unidade das esquerdas, no sentido eleitoral também. Eu fui vice-prefeito de uma administração de frente popular (eleito em 1992 em Florianópolis, na chapa liderada por Sérgio Grando, do Pcb – partido que se tornou o Pps e hoje se chama Cidadania). Depois em 1996 fui candidato também (a prefeito, derrotado no segundo turno por Angela Amin). A gente tem uma trajetória de construção. O que aconteceu recentemente?
Se perguntar onde estava o Psb em 2018? Estava na mão dos Bornhausen. Onde é que estava o Pdt? Com Gelson Merisio (Psd na época, hoje Psdb). Onde estava o Pc do B? Com Merisio. Onde estava o Pt? Isolado. Onde estava o Psol? Isolado. O que nós estamos fazendo é uma reversão do grau de dispersão dos partidos no campo democrático popular. Isso não se faz com uma reunião, nem duas, nem três.
Isso é um processo que tem que ter um calendário a partir de determinados princípios de convivência que sejam respeitados e que permitam a gente projetar para fora a esperança, uma alternativa. Porque aqui em Santa Catarina nós estamos ouvindo falar que vai ter candidatura de um leque da extrema direita até o centro direita, bastante fragmentado. Há algumas indefinições, mas se projetar o que se cogita, vai haver uma pulverização dessas candidaturas. Nós achamos que é necessário ter uma resposta a tudo isso que está acontecendo.
Se a esquerda estiver unida, nesse quadro de possível fragmentação de candidaturas, ela consegue chegar ao segundo turno?
É uma possibilidade real. Eu não garanto que consiga, mas eu digo que dividido não consegue. Juntos, a gente melhora as condições.
A frente de esquerda de Florianópolis apoiou a candidatura de Elson Pereira, do Psol. Na disputa pela prefeitura da Capital, Elson ficou em quarto em 2012 sozinho, em terceiro em 2016 com Pv e Rede e em segundo em 2020 com a frente. Mas um segundo lugar em uma disputa sem segundo turno, vencida pelo prefeito Gean Loureiro (Democratas) no primeiro turno. O que faltou para a esquerda ir para o segundo turno em Florianópolis, o que não acontece desde que o senhor esteve naquele segundo turno de 1996?
A gente tem que levar em consideração todo aquele contexto. Em 2016. o Gean ganhou a eleição no segundo turno da Angela (Amin). Diferença foi de 1 mil votos e ele fez 110 mil votos. Na eleição seguinte, ele fez 125 mil votos. Alguma coisa assim.
Ele cresceu de 10 mil a 15 mil votos. Montado em uma máquina administrativa, com toda uma estrutura. Eu acho que ele não cresceu tudo aquilo que ele diz. O que houve foi uma redução do número de eleitores, dada a pandemia. Eu acho que esse foi um fator.
Isso influenciou muito a nossa base eleitoral. Também a própria condução que o Gean adotou com relação à pandemia, as políticas de prevenção e testagem, decretos que eram restritivos a uma convivência direta socialmente, isso trouxe uma parte de um eleitorado mais progressista referendando as políticas sanitárias. Então, ele eu acho que ele jogou um pouco para cima do nosso tradicional eleitor. Ele destruiu também a candidatura de Angela Amin, mas também flertou com uma base eleitoral nossa.
O senhor faz uma oposição bem contundente ao prefeito Gean, desde o primeiro mandato, e agora ele pode ser um adversário do nível estadual. O senhor acredita que Gean seja candidato a governador e que tenha viabilidade?
O Gean já está em campanha, largou a prefeitura. A eleição está em aberto, não tem favoritos em Santa Catarina hoje como já teve no passado, não tem favorito. O eleitor catarinense tem que conhecer melhor a picaretagem do Gean. O Gean é alguém que traiu o seu partido, já é um prefeito que traiu os seus eleitores, principalmente o servidor público que muito confiou. Não quero entrar na vida pessoal, mas traiu também a mulher. Então, o eleitor catarinense não pode entrar nessa fria. Eu acho que ele tem uma folha corrida de traições que é preciso tomar bastante cuidado.
Como o senhor avalia o governo de Moisés, que é o governo que se elegeu na onda Bolsonaro? Talvez quem votou nele esperasse um decalque de Bolsonaro aqui, que ele não foi. Muitas vezes até consegue conversar com setores da esquerda. Como o senhor avalia esse governo Moisés?
De fato, o governador Moisés me surpreendeu positivamente, porque ele conseguiu se desfazer daquela agenda violenta, odiosa de alguns deputados que se elegeram inclusive junto com ele. E ele buscou ocupar uma posição mais de equilíbrio e bom senso. O resultado da eleição fez parecer que ele iria para aquele outro campo da extrema direita.
Não aconteceu isso nem com as políticas sanitárias de combate pandemia e nem no dia a dia da administração. Ele ainda teve um certo cuidado para se afastar. Não rompeu com Bolsonaro, várias iniciativas dos governadores assinando documentos, ele também não entrou nessa onda. Mas, como eu te digo, para quem ganhou aquela eleição na legenda 17, ele não deu consequência à contundente àquela agenda. Talvez as duas tentativas de impeachment tenham emparedado ele. Mas está longe de ser alguém do campo progressista democrático popular.
Como o senhor disse, em 2018 o Psol e o Pt estavam isolados em Santa Catarina. Mas o Pt conversou com o Psol para aliança e apoio à chapa de Décio Lima (Pt) ao governo. O pessoal preferiu lançar uma candidatura mais de posição do que de disputa, que era Leonel Camasão. Porque não houve a composição?
O Psol é um partido que a gente costuma dizer “que não se vende e que não se rende”. É um partido que nasce a partir de um racha, de uma profunda discordância sobre os caminhos do governo Lula. Na reunião de segunda-feira, eu dizia que naquela sala nós tínhamos Pt, Pdt, Pc do B, Psb, o Pv e inclusive a Rede, com a Marina (Silva) também. Todos os partidos ali tiveram uma experiência de governo ao lado de Lula ou Dilma. Só o Psol não teve compromisso com os governos. Nós fomos oposição pela esquerda ao governo Lula e ao governo Dilma. Não teve um único quadro nosso, de primeiro a décimo escalão, na administração do Pt, nem do Lula e nem da Dilma. Então, nós temos uma história de divergência e de distanciamento. Entendemos que nesse período o Psol precisa mostrar para que veio.
O Psol não nasceu para ser um partido anti-Pt. O Psol nasceu para ser uma alternativa de esquerda na política brasileira. Essa é a razão para que nós nos esforçamos e nos constituímos como construtores deste partido. A gente tinha que ter candidaturas, candidaturas próprias, afirmando nosso programa e nossa linha. Houve por parte de determinado setor quem subestimasse Bolsonaro em 2018. Nós no Psol não fizemos isso.
É só a gente observar os debates do (Guilherme) Boulos como candidato a presidente em 2018, que havia muita clareza de que naquela eleição nosso inimigo era o Bolsonaro. Nós não subestimamos Bolsonaro. Mas nós estávamos também em uma tarefa de construção do partido. A conjuntura mudou. Bolsonaro ganhou a eleição, estamos vivendo esse período e nós entendemos que é preciso segurar e dar uma virada de chave. Então, eu diria que tem essa razão anterior, no sentido de a gente ter uma linha própria, uma visibilidade, uma construção. Nós tivemos a primeira candidatura foi da Heloísa Helena em 2006, tivemos o Plínio (de Arruda Sampaio, em 2010), tivemos a Luciana Genro (em 2014), tivemos o Boulos. Nós temos uma trajetória de candidaturas a presidente, que construíram uma perspectiva. Nós temos uma bancada de dez deputados federais que é numericamente pequena, mas com a disposição de enfrentamento e de sonhar e projetar utopias muito gigante. Então, o pessoal tem essa característica desse desejo.
E estão prontos para abrir mão de ter candidatura presidencial em 2022?
Nós estamos prontos para todos os cenários. Uma opinião muito pessoal minha, eu acho que o Lula presidente, se vier a ganhar a eleição de 2022, um quinto governo do Pt na história do Brasil, eu acho que até o fator Bolsonaro justifica o Lula caminhar mais à direita. Ninguém sabe, por exemplo, como será o vice.
Falam até em Geraldo Alckmin (Psdb)…
Porque essa história de influência do chamado mercado, entre aspas, nas eleições sempre coloca o cabeça de chapa na possibilidade de degola dependendo de quem é o vice. E esse é um cuidado que tem que tomar muito grande, não está. Ou então toda hora vão dizer “olha, se não for do jeito que eu quero, a gente degola”. E botam o vice que é de confiança. Então, o Lula tem que se cuidar com tudo que ele está armando.
Mas eu acho que é um governo que vai ser, vai mais à direita. Nesse sentido, o papel do Psol cresce de importância, na minha perspectiva, como uma oposição ao quinto governo. Estou me adiantando um pouco, mas por quê? Porque o próprio vitorioso desta eleição, se não for o Bolsonaro, vai ter que também lutar contra o bolsonarismo que não vai aceitar o resultado das eleições, que vai questionar a legitimidade das urnas, a vontade do povo. Esse assunto vai existir no pós-eleição, se não for Bolsonaro esse assunto está colocado. Seja quem for e nós vamos ter que cumprir um papel importante. Seja Lula ganhando seja não ganhando, a vida do Psol cresce de importância.
O Psol é um sucesso em Florianópolis. Embora não tenha dirigido a cidade ainda, é um partido com uma bancada de três mandatos na Câmara de Vereadores. De novo, porque elegeu três em 2016. Mostrou que é seu tamanho na cidade, o principal partido de esquerda na Capital. Mas é um partido que não consegue ascender na política estadual, não consegue chegar à Assembleia Legislativa, porque falta fazer esse sucesso se repetir no interior do Estado. Como o Psol vai suprir essa lacuna?
Upiara, se eu soubesse dessa resposta nós não estaríamos na situação em estamos (risos).
É muito difícil, porque têm partidos já bastante consolidadas. A gente sabe que em Santa Catarina, em determinados municípios, as disputas nem são partidárias, são às vezes até de famílias. A família A contra a família B, que elas entram em um partido, mas a verdadeira disputa é outra. Nós vamos fazer uma construção que me parece que a gente tem que saber combinar as duas coisas. Uma que é a famosa linha de construção molecular. Ou seja, reunir cinco em um determinado município, 10 no outro, 15 no outro, cinco aqui, cinco ali. Essa construção, que morosa e muitas vezes cheias de vaivém, ela tem que ser feita. A outra, é a construção de linhas políticas para dialogar com o eleitor formador de opinião. Diretrizes, assumir posições que mostrem esse vigor e o desejo que o Psol tem de se expressar como uma esperança da esquerda catarinense. Nós temos que consolidar cada vez mais as cidades que são polo e chegar também em todos os municípios. Nós não podemos ficar por muito mais tempo muito restritos a quatro ou cinco municípios.
Sobre a foto em destaque:
Afrânio Boppé (Psol) me recebeu em seu gabinete na Câmara de Vereadores de Florianópolis na última semana. Foto: Antônio Spengler, Divulgação.