Sob os holofotes desde que pediu demissão do cargo de delegado-geral da Polícia Civil apenas 10 dias após a nomeação, Akira Sato terá a oportunidade de explicar na Assembleia Legislativa se os motivos de sua decisão estão ligados a problemas pessoais, como apontou o governo Carlos Moisés (sem partido) ao promover sua substituição, ou foram fruto de pressões indevidas sobre investigações de corrupção ligadas à administração estadual. A Comissão de Trabalho e Serviço Público aprovou na manhã desta quarta-feira o convite para que o ex-delegado-geral seja ouvido, assim como o delegado Jefferson Prado e a delegada Beatriz Ribas – que comandam as investigações colocadas sob suspeita. Os convites não são compulsórios e cabe aos delegados decidirem se aceitam o comparecimento junto à comissão.

O requerimento foi apresentado pelo vice-presidente da comissão, deputado estadual Sargento Lima (Psl), a pedido do colega Ivan Naatz (Pl), e tem como objetivo trazer o trio para explicar os  “questionamentos que tiveram ampla divulgação na imprensa no decorrer desta semana”. Naatz apresentou outro requerimento, este para a Mesa Diretoria da Alesc, para que fosse convidado o novo delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Ghizzoni, que foi anunciado na tarde de segunda-feira, quatro dias depois da desistência de Akira Sato. O requerimento chegou a ser levado a plenário na sessão desta quarta-feira, mas foi retirado de pauta pela ausência de quórum.

Antes da retirada de pauta, o líder do governo Zé Milton Scheffer (Progressistas) defendeu o voto contrário ao convite.

– O convite está sendo dirigido à pessoa errada, porque o delegado Marcos Ghizzoni, que é um homem preparado, um excelente delegado da Polícia Civil de Santa Catarina, ele assumiu esta semana. Não é ele que tem que fazer esclarecimento sobre as mudanças no comando – disse o progressista.

Satisfeito com convites aprovados para Akira Sato, Jefferson Prado e Beatriz Ribas, o deputado Sargento Lima disse que votaria à favor, mas que não teria perguntas para o novo delegado-geral.

– É prerrogativa de deputado fazer requerimento para convidar quem ele bem entender. Ele pode dizer que não vem. Eu vou votar sim, porque acredito que se um deputado levantou para fazer um questionamento, nós não devemos intervir. Eu não tenho perguntas para fazer ao senhor Marcos Ghizzoni, mas se é do interesse dele (Naatz), tudo bem.

Na saída, perguntei ao Sargento Lima se para os três delegados já convidados ele tem perguntas. O parlamentar sorriu e garantiu que sim.


Sobre a foto em destaque:

Vice-presidente da Comissão de Trabalho e Serviço Público, o deputado estadual Sargento Lima (Psl) conseguiu aprovar requerimento convidando delegados. Foto: Bruno Collaço, Agência AL.

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