Pré-candidato a governador Jorginho Mello (Pl) não esconder a empolgação com a iminente filiação do presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl) ao Partido Liberal (Pl) e a possibilidade de que concorram em 2022 ostentando o mesmo número de urna. Entrevistado por mim e pelo jornalista Adelor Lessa na Rádio Som Maior nesta terça-feira, o senador catarinense disse que o Pl está aberto para receber os deputados federais e estaduais eleitos com o presidente no Psl, avaliou o potencial de crescimento da legenda no Estado, mesmo com arestas a aparar para que todos caibam na sigla e encheu de elogios as lideranças do Progressistas (Pp) – partido que passa a ser o principal alvo para uma aliança.
Nas últimas semanas, Bolsonaro vinha alimentando uma disputa entre Pl e Pp por seu passe. Na segunda-feira, disse estar 99% acertado com o Pl de Valdemar da Costa da Neto. Em Santa Catarina, a equação deve abrir as portas do partidos para lideranças bolsonaristas, incluindo os deputados federais Daniel Freitas, Caroline de Toni, Coronel Armando e a vice-governadora Daniela Reinehr.
– Serão todos bem-vindos, todos os que estavam no Psl, uns afastados, outros ainda, dando essa oportunidade de vir para o Partido Liberal. Não vai ter dificuldade nenhuma em acolher todos os que se elegeram com o presidente – disse Jorginho.
O senador falou com entusiasmo da filiação de Bolsonaro e sobre a possibilidade que o Pp, mesmo preterido, componha uma aliança nacional em torno da reeleição de Bolsonaro, com reflexos nos Estados.
– A gente tratou isso com muito respeito, muita paciência, para que não tivesse nenhum solavanco. Para o Partido Liberal é um feito extraordinário. Filiar o presidente da República é um ganho extraordinário para o partido. Está praticamente fechado. Ficou a conversa de ser dia 22, se ele quiser, porque é o número do partido, se ele quiser. É ele que vai definir. Está muito ajustado isso, muito acertado com o próprio Pp, para que não tenha nenhum tipo de perda por ter ido para lá ou para cá. O Pp está junto e é um partido importante na sustentação, por lideranças nacionais, estaduais. Está tudo certo.
Diante das avaliações de que o senador Esperidião Amin (Progressistas) poderia ser candidato ao governo caso Bolsonaro optasse pelo Progressistas, Jorginho fez um discurso contemporizador e elogioso a ele e outras lideranças do partido, que tenta atrair para um projeto comum.
– O Progressistas é um partido de muito valor em Santa Catarina, um partido de muitas lideranças importantes. Quando se fala do senador Esperidião Amin, é um nome que Santa Catarina e o Brasil conhecem. Se fala da deputada federal Angela Amin, que foi prefeita reeleita de Florianópolis, deputada federal tantas vezes. Quando se fala no Joares Ponticelli, um prefeito eleito duas vezes na cidade de Tubarão, mais de 70% na última eleição, o Jorge Boeira aí no Sul. São lideranças importantes. A gente tem que ter paciência, respeito, consideração e conversar para construir um projeto vitorioso.
Perguntado sobre se gostaria de ter a deputada federal Angela Amin como candidata a vice-governadora, Jorginho manteve o tom elogioso.
– A deputada Angela Amin é um liderança que pode ser candidata a governadora, como já foi. O Ponticelli é uma liderança importante. O Esperidião Amin é hors concours, ele já foi tudo que quis ser na vida. É uma liderança importante nacionalmente. A gente tem que conversar.
Jorginho também falou sobre a equação de disputas internas no Pl com a adesão de bolsonaristas com mandato. No Twitter, a pré-candidata a deputada federal Júlia Zanatta (Pl) disse que “o pessoal que se elegeu na onda” “teve tempo e poder suficiente para criar seu próprio caminho”, uma séria de postagens lidas como uma crítica ao deputado federal Daniel Freitas (Psl) – ambos são de Criciúma. O senador disse não ver problema em que ambos sejam candidatos pelo mesmo partido.
Política não é força, não é grito. Política é jeito, paciência, respeito. A gente vai tentar construir. Um projeto político se faz ciscando para dentro. Quanto mais foice, mais roçado. Quanto mais candidatos importantes, mais gente eleita. Então, a gente vai tratar com respeito todos os candidatos. A Júlia se posicionou desde o início como candidata. O Daniel é um bom deputado federal, representa muito bem o Sul. E tantos outros. Todos os candidatos que tiverem mandato nós vamos acolher da melhor forma, explicando para os companheiros que já estão no trabalho de construir sua candidatura a importância de um partido forte. A gente começou a construir lá atrás nomes para poder disputar, fazer uma chapa robusta, já que não pode coligação, para eleger números de deputados estaduais e federais. Agora com a vinda de todos os já eleitos do antigo Psl é claro que vão ficar muitas candidaturas fortes. Mas isso é bom para o partido, bom para o presidente.
Ouça a integra da entrevista:
Sobre a foto em destaque:
Jorginho Mello está exultante com a iminente filiação de Jair Bolsonaro ao Partido Liberal. Foto: Roque de Sá, Agência Senado.