O deputado federal Carlos Chiodini (Mdb) comemorou esta semana a aprovação de seu relatório sobre a Medida Provisória 1079/21, que prorroga por mais um ano os prazos de regimes especiais usados por empresas exportadoras quando compram matérias-primas e mercadorias para o processo produtivo. Assim, as empresas beneficiadas não pagam os tributos sobre a importação dos insumos – deixando de “exportar imposto”. Para falar do tema, o emedebista catarinense foi entrevistado no Plenário da Som Maior na última quinta-feira. A conversa com Upiara Boschi e Adelor Lessa, no entanto, logo enveredou para a disputa eleitoral, o apoio à pré-candidatura de Antídio Lunelli (Mdb) ao governo do Estado e a possibilidade de que o Mdb entre na coligação do governador Carlos Moisés (Republicanos).
Chiodini disse que o partido precisa definir se quer a candidatura própria ou a aliança. Afirmou que estão sendo realizadas pesquisas e que “conduzirá a política de forma emotiva ou amadora”. Ressaltou, no entanto, que há uma divisão no Mdb entre as bases, que querem lançar candidato, e os mandatários, mais próximos de Moisés. Ele fez uma análise de cenário:
– O governador Moisés busca a reeleição e tabula sua reeleição totalmente no tabuleiro político. Vale lembrar que ele se elegeu governador sem apoio de nenhum prefeito. Agora, faz uma rodada de 180 graus e parte de fato para o mundo político e quer definir sua composição. O Mdb como é o maior partido de Santa Catarina acaba sendo um alvo nessa discussão. O partido, se falar com os filiados, os presidentes de partidos, vereadores, 80% quer ter candidato a governador. Esse foi o fato da prévia que nem houve e acabou homologando o nome do Antídio Lunelli. É uma discussão muito ampla, se fosse simples já teria sido resolvido. O partido está nesse dilema. Os mandatários, as pessoas que convivem com o governo os prefeitos, os deputados, querem uma composição com o governador. Já os outros, que são o grupo majoritário e por houve receio de disputas e debates internos, querem candidatura própria. Essa é uma decisão que precisa ser rapidamente tomada.
Ele garantiu que continua empenhado pela candidatura própria do Mdb e no apoio ao aliado Antídio Lunelli, ex-prefeito de Jaraguá do Sul, cidade que também é base do parlamentar. Negou que as conversas que mantém com Moisés nos eventos signifiquem aproximação.
– Eu tive uma conversa política com o governador neste mandato. É necessário ter essa conversa até em respeito ao segmento do partido que defende essa composição. Mas eu tenho feito roteiros sempre acompanhando o Antídio. Maior do que a própria figura do Antídio é a vontade do Mdb de ter candidato. Eu já defendia o Mdb ter candidato lá em 2014, quando era líder da bancada na Assembleia Legislativa. Sempre tive essa posição de que o partido não perde nada tendo candidato, ganha espaço, levanta o número. Em uma eleição fragmentada como essa que se desenha em 2022, tem a possibilidade de um resultado positivo. O que precisamos encontrar é um denominador comum.
Não rejeitou, no entanto, a possibilidade de concorrer ao Senado caso o Mdb não mantenha a pré-candidatura de Antídio.
– Se nós tivermos candidatura própria, lógico que o Mdb fará uma composição para senador, poderemos ter o candidato e até não ter. Aí eu encaminho minha candidatura à reeleição. Se o Mdb buscar alguma composição, com Moisés ou qualquer outro, eu posso ser um nome lembrado a senador e vou analisar. Isso vai ser analisado no tempo cabível.
Além de política e da Medida Provisória 1079/21, Chiodini também fez um balanço do período como presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, que se encerrou na semana passada.
Ouça a íntegra da entrevista:
Sobre a foto em destaque:
Carlos Chiodini no plenário da Câmara dos Deputados. Foto: Paulo Sérgio, Câmara dos Deputados.