Uma carta escancarou as divisões internas do Podemos em Santa Catarina nos últimos dias. A proposta do União Brasil, futuro partido do pré-candidato ao governo Gean Loureiro (Democratas), para a definição prévia de uma aliança entre os dois partidos para as eleições deste ano colocou em lados opostos os grupos ligados a Paulo Bornhausen (a favor de aprovar a carta) e a Camilo Martins (contra), presidente de honra e presidente do Podemos catarinense, respectivamente. No meio do caminho, o pré-candidato a governador Fabrício de Oliveira, prefeito de Balneário Camboriú. O documento seria votado em reunião presencial da executiva estadual na última segunda-feira, em Blumenau – cidade do prefeito Mário Hildebrandt, presidente do conselho político da legenda. A suspensão da reunião por Hildebrandt, por motivos familiares, aumentou o tom das críticas internas.

A proposta do União Brasil deve ser votada na próxima segunda-feira, em nova reunião virtual da executiva do partido. Todo mundo faz contas e diz ter maioria. Compartilho contigo, leitor, o texto da carta.

Excelentíssimos Senhores Dirigentes do Conselho Político do PODEMOS-SC,

Visando a eleição estadual de Santa Catarina do presente ano, 2022, apresentamos, abaixo, 5 pontos da proposta em discussão para aliança que busca formar a Chapa Majoritária mais competitiva. Essa é uma proposta em construção que também vem sendo discutida entre as lideranças nacionais do União Brasil e do PODEMOS. Por estar em construção, frisamos, estaremos sempre abertos para novas propostas. Destaco, também, a intenção do União Brasil de buscar, junto ao PODEMOS de Santa Catarina, novas alianças partidárias com perfil e diretrizes defendidas por ambas agremiações. Com União, Podemos muito mais!

1. Contratação de instituto de pesquisa de renome nacional para realização de pesquisa quantitativa e qualitativa. A contratação desses serviços deve se dar no início de fevereiro, para que os resultados estejam disponíveis até 15 de março.

2. A pesquisa quantitativa deverá ser feita com, no mínimo, 2000 entrevistados, com o intuito de reduzir as margens de erro regionais.

3. Pesquisa qualitativa com, no mínimo, 16 grupos de discussão, distribuídos regionalmente de forma representativa.

4. Elaboração, em conjunto com representantes de todos os partidos envolvidos, de um documento/manifesto contendo as bases para uma aliança política, abordando temas em todas as áreas, visando a melhoria da sociedade catarinense como um todo. Como exemplos, podemos citar: o fortalecimento do processo de inovação como base para o salto de qualidade na economia e no serviço prestado ao público; ampliação acelerada na formação profissional no ensino médio; fortalecimento da gestão integrada da saúde entre estado e municípios, com apoio da tecnologia da informação e da telemedicina; compromisso do candidato a governador de se concentrar exclusivamente na sua administração, abdicando de disputar uma possível reeleição; entre outros temas de interesse comum e da sociedade, como segurança, infraestrutura, meio ambiente, agricultura, tecnologia, proteção social, etc.

5. Por fim, estabelecer 20 de março do corrente ano como data limite para a tomada de decisão final sobre os nomes representantes desta aliança ao pleito majoritário de 2022.

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