O esforço de sedução do governador Carlos Moisés (Republicanos) sobre o Podemos teve como argumento principal a possibilidade de reforçar as chapas do partido, especialmente a de deputados federais. Foi nesse contexto que Paulo Bornhausen chegou a se lançar candidato à vaga, como gesto para a presidente nacional Renata Abreu. Não foi suficiente, Paulinho deixou o partido rumo ao Psd e o Podemos caiu no colo de Moisés. Encerrada a fase de filiações, fica claro que a promessa feita a Renata Abreu não foi cumprida.
O governo reforçou a chapa estadual do partido, mas não conseguiu turbinar a chapa federal. No último dia da janela, o deputado federal Rodrigo Coelho explicitou a reclamação internamente, criticando falta de transparência em relação às listas. Nas contas dos partidos, hoje o Podemos tem nominata para fazer um deputado federal e lamber os beiços. Como era a projeção antes de aderir a Moisés.
O próprio Republicanos, seduzido pelo governador com a mesma conversa, recebeu apenas dois reforços mais emblemáticos para a chapa federal: o deputado estadual Coronel Mocellin e o ex-secretário Lucas Esmeraldino. O primeiro terá o apoio dos oficiais militares estaduais e o segundo é uma incógnita. A votação que Lucas recebeu como candidato a senador em 2018, quando ficou em terceiro lugar na disputa por duas vagas, pode ser um imenso recall. Mas como ele foi impulsionado pela Onda 17, é difícil saber mensurar o potencial em 2022.
As cúpulas nacionais do Republicanos e do Podemos são extremamente pragmáticas. Querem eleger deputados federais e com isso aumentar os fundos partidário e eleitoral. Moisés convenceu ambos de que tinha nomes e, aparentemente, não tinha. As chapas estaduais até ficaram mais robustas, mas a promessa de ter gente com voto suficiente para que as legendas fizessem um deputado federais a mais que as projeções iniciais, essa ficou só na promessa mesmo.
É o tipo de construção que deixa marcas.
Sobre a foto em destaque:
O guarda-chuva de Moisés é grande, mas não tanto. Foto: Júlio Cavalheiro, Secom.